quarta-feira, 10 de maio de 2017

ATITUDES CONDENATÓRIAS (IV)

ATITUDES CONDENATÓRIAS






























A VERDADE:


"Ai de vós.escribas e fariseus hipócritas! pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de iniquidade..." (Mt 23.25).

A VERDADE EXPLICADA:

Por mais que os fariseus e os escribas aparentassem santidade e dignidade não passavam de extorquidores do povo e o pior é que o faziam em nome da religião. Violentavam os direitos espirituais das pessoas para roubar os seus direitos à felicidade espiritual bem como as suas contribuições para sustento e ostentação de uma vida que em nada condizia com os princípios estabelecidos por Moisés na Lei. É a essa prática que o Senhor JESUS chama "rapina". Estavam com o seu interior cheio de rapina, isto é, estavam com o seu interior cheio de roubo praticado com violência.

A rapina vem, por sua própria natureza, a se confundir com a iniquidade. E o que é iniquidade? É desigualdade que acaba em perversidade. É o tratamento desigual e injusto que se dá às pessoas. É desigualdade relativa à lei, aquilo que com ela não se iguala. JESUS chama escribas e fariseus de ladrões que não apenas roubam, mas que o fazem de maneira violenta. O seu pecado se tornava tanto maior quanto mais se afastavam dos princípios da Lei para extorquir, para roubar às pessoas. E, como se isso não bastasse, tornava-se ainda mais grave pelo fato de o fazerem no terreno espiritual. 

Nenhum pecado é mais grave do que aquele que se comete contra a vida espiritual da pessoa. É por isto que não podemos aceitar a idéia da pena de morte, porque esta corta ao indivíduo o direito de se arrepender um dia e de se reabilitar diante de Deus, em sua vida espiritual. E quem estará disposto a arcar com tão grande responsabilidade diante de Deus por proceder desta forma?! Cuidado, líderes religiosos, com a maneira como estais recebendo o vosso dinheiro nas igrejas! A ordem do Senhor JESUS é que aqueles que pregam o Evangelho vivam do Evangelho (I Co 9.14). Mas a maneira como se chega a esse resultado pode ser iníqua e extorsiva. Não é preciso muito esforço de imaginação para se entender isso. Basta pensar na qualidade do serviço prestado, na qualidade do doutrinamento oferecido e no critério de escolha ou, melhor dizendo, no critério de determinação da chamada de Deus para esta ou para aquela igreja.. Nem sempre o Senhor estará chamando o obreiro para aquela igreja que paga mais e, neste caso, ir para ela pode tornar-se ato de rapina. Muitas vezes Deus chama exatamente para aquela que menos pode pagar, porque ele não vê o montante do ganho antes que o montante de trabalho a ser prestado.

O copo e o prato são instrumentos que estão diretamente ligados àquilo que é básico na vida humana que é a alimentação. Tanto o interior como o exterior do copo e do prato devem estar limpos, mas principalmente o interior por ser a parte que recebe o alimento. Notemos que tanto o copo como o prato recebem o alimento. Eles não os produzem. Assim é o servo do Senhor, posto como instrumento Seu para auxiliar na alimentação das multidões. Ele não produz o alimento espiritual para as multidões, mas o recebe (pelo menos se espera que receba) diretamente daquele que pode dar, a saber o Senhor. E é preciso que tenhamos em mente que o Senhor não põe alimento em vaso impuro. É por isso que muitos líderes religiosos já deixaram de há muito de ver bons resultados no seu trabalho. Deixaram de receber o alimento vindo de Deus para passar para os seus, para entregar um alimento da pior qualidade, se é que a isso se pode chamar de alimento.

Assim como se o interior do copo e do prato não estiver devidamente limpo põe a perder o alimento que aí se coloca, deteriorando sua natureza, o crente ou o pastor que não esteja em estado de santificação põe a perder a mensagem do Evangelho que prega. É por isso que o Evangelho é rejeitado muitas vezes: o vaso de onde está jorrando não está devidamente limpo e as pessoas se recusam a participar dele. Mas o Senhor saberá cobrar daquele que assim proceder. O Senhor não é apenas um Deus de amor mas de justiça também.

No reino de Deus a limpeza deve sempre começar de dentro para fora. De nada adiantará limpar o exterior e enfeitá-lo até. Se o interior não estiver igualmente limpo a reprovação do Senhor não se fará esperar. O Senhor JESUS ensinou que do coração é que "procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias..." (Mt 15.19).

Como vamos purificar o nosso coração? Buscando incessantemente uma vida de santificação crescente. O crente não tem o direito de permanecer dois dias na mesma estatura espiritual. Deve estar sempre, a cada dia que passa, em estatura mais elevada. O diabo não está satisfeito com o progresso do reino de Deus na terra. Ele não aceita o fato de almas serem resgatadas pelo sangue do Senhor JESUS através da pregação do Evangelho e por isso está atacando constantemente àqueles que já confessaram sua fé no Senhor JESUS um dia. Precisamos ter cuidado. Não podemos nos descuidar. Devemos sempre ter em mente a advertência do Senhor de que é mister que venham os escândalos, mas ai daquele por quem o escândalo vier (Mt 18.7).

Não temos o direito de tratar com descaso as coisas do reino de Deus. Devemos tê-las sempre na maior conta. Diante do Senhor não vale a desculpa de Caim de que não era guardador de seu irmão. Somos guardadores de nossos irmãos e responsáveis por aqueles que ainda não foram alcançados com o dom da salvação.

Há muita gente descuiada com a necessidade de santificação, pensando que uma vez que já deram seus nomes para o rol de membros de uma igreja, automaticamente irão para o céu. Mas a Palavra de Deus é clara neste sentido: "segui a paz com todos, e a santificação sem a qual ninguém verá o Senhor..." (Hb 12.14). Um espírito manchado pelo pecado voluntário, pelo pecado não confessado, por uma vida impura, não entrará no reino dos céus jamais. Além do mais, daremos conta de todas as almas que por culpa nossa deixarem de entrar ali.

O Senhor JESUS nos abenço e nos santifique. Amém!!!


(Paulo N.Coelho/Jornal de Oração/Abr.1984)