quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

JESUS, O QUE FIZERAM COM O TEU NATAL?

A VERDADE:
Onde, Senhor, a mensagem de fraternidade que ecoou na Tua noite: "Glória a Deus nas maiores alturas e paz na terra aos homens a quem ele quer bem?" Onde está a mensagem?




















A VERDADE EXPLICADA:
Senhor,
O que fizeram com o Teu Natal? Com a beleza e simplicidade do Teu Natal, o que fizeram? Onde a candura do Teu Natal? Transformaram o Teu Natal, Senhor, em uma festa de vazios. Homens e mulheres vazios! Cartões e cumprimentos vazios. Brinquedos vazios de infância. Presentes vazios de afetos. Até a alegria está vazia de felicidade. As vitrines, vazias de justiça e significado. De sentimentos, vazias as frases. Há frêmitos, ânsias, correrias. Vazios há também. Pessoas vazias e cheias de si mesmas. Ruas cheias de sonhos vazios e coloridas de pesadelos. Sonhos e pesadelos que se misturam no vazio dos gritos e vivas e tilintar de taças e abraços frouxos.

Onde está, Senhor, a estrela que brilhou no Teu Natal? Olho para o céu e, no vazio da imensidão, só vejo aviões de guerra vomitando mortes, despejando destruição. Para o céu, eu olho; diviso satélites que, à semelhança de Caim, rastreiam a vida de Abel. Onde está, JESUS, aquela brilhante estrela?

A Tua noite, Senhor, onde está? Em que calendário ficou a Tua noite? Nos milênios de nossas vanidades? Nos séculos de nosso esquecimento? Tua noite tem brilho de sol, fulgor de astros, esplendor de estrelas. Mas, sem Ti, nossos mais claros dias são trevas. Na Tua noite, JESUS, o vazio do infinito foi preenchido por etérea música. O que são, porém nossas músicas sem a melodia da Tua presença? Sinfonias de desconcertos, são! Onde está, Senhor, a Tua noite? A noite em que choraste para que sorríssemos, onde está? Que a Tua noite venha iluminar nossos dias de eclipses!

Por que não ouço, Senhor, o cântico dos anjos que alegraram a Tua noite? Ouço o ribombar dos canhões e o matraquear das metralhadoras explodirem em marchas de ódio em pautas de sangue. Por que este concerto bizarro? Fuzis e baionetas, por que? Por que a espada, se uma magérrima batuta pode reger o Universo? Em que vazio ecoa o cântico dos anjos? Ouço o gemido dos anjos da Etiópia e Moçambique! A cada minuto, entoam o poslúdio da fome e do desamparo. Anjos sem harpas e sem trombetas. Nem música tem esses anjos. De suas ressequidas gargantas, morrem os mais belos prelúdios de vida. Anjos pretinhos que nos céus formam o mais alvo coral da inocência.

Onde o eco das vozes angelicais? Ouço, Senhor, ecos de pequeninos anjos que sangram no ventre de mulheres frias e inconsequentes. Vozes interrompidas; entrecortadas vozes. Choros que poderiam ser cânticos; lágrimas que poderiam ser risos. Anjos informes expulsos de seus santuários. Abortos lançados no vazio de um mundo cheio de crueldades.

Tua manjedoura, Senhor, onde está? A opulência a esmaga no ouro das catedrais e na suntuosidade de templos cheios de adoradores vazios. Por que Tua manjedoura ficou tão longe e tão perto? Longe dos que se misturam aos espectros e fantasmas de palácios e castelos engordurados de luxo. Perto está Tua manjedoura. Nas favelas, perto. Nos mocambos e guetos, perto. Nos casebres e choupanas, perto. Onde está a Tua manjedoura, JESUS? Como os homens podem falar em Teu bercinho de palha, sentados em tronos de ouro? Como podem falar em Tua humildade sem o manto da Tua humilhação? Como podem falar na singeleza de Teu Natal, vestidos de púrpura?

Onde está, Senhor, os pastores que, no campo, receberam as boas-novas do Teu nascimento? Onde o campo, JESUS? O campo está semeado de mortes e pestes e lamentos. Está semeado o campo de deformidades que, da Tua criação, tiraram todo o belo. Não mais campo de pastoreio e plantio. Campo de batalha é! Homens que poderiam ser pastores, cruzam espadas. Poderiam ser agricultores, mas transformam suas enxadas e relhas em máquinas de guerra.

Os reis magos que Te visitaram, Senhor, onde estão? Hoje, os príncipes deixaram o Oriente e o Ocidente para falar de uma paz vigiada, periférica, intranquila. Falam de paz com gosto de guerra, com sabor de batalha. Eles são príncipes, mas, no Teu reino, Senhor, nem plebeus seriam. São, também, magos. De suas cartolas arrancam lágrimas de esposas e mães. Com suas varinhas, transformam metais em canhões, agricultores em soldados, irmãos em inimigos. Através de lacônicas declarações, escrevem, no vazio da história, o drama de Abel.

O ouro, o incenso e a mirra do Teu Natal, onde estão? De seus tesouros, hoje, os reis só liberam radioatividade. Eles abrem seus baús e os inocentes morrem de câncer e, na terra, o trigo desbota. Malditos tesouros. Riquezas sem venturas. Heranças sem testamentos, nem herdeiros. Onde está o ouro? Em que vazio brilha? A mirra, onde está? E, o incenso? Para que vazio sobe? Senhor, falta preciosidade em nossos natais; perfume, em nossas festas; cheiro suave, em nossas congratulações.

Onde, Senhor, a mensagem de fraternidade que ecoou na Tua noite: "Glória a Deus nas maiores alturas e paz na terra aos homens a quem ele quer bem...?" Onde está a mensagem? A toda hora, declarações de guerra são expedidas e decretos oprimindo os pobres, baixados. Onde as alturas, Senhor, se no espaço, as nações já foram brigar?

Simeão e Ana, onde estão, JESUS? Esses amáveis velhinhos alegraram-se ao Te embalar. Cantaram por esse motivo! Onde estão nossos anciãos? Amontoam-se nos asilos; relembram o passado em um presente de incertezas. Não mais sorriem. A ternura não conhecem mais. Por que, em suas rugas, não mais se espelham em jovens? Por que a mocidade não mais reflete as cãs de nossos Simeões e a bondade de nossas Anas?

Onde está, Senhor, a simplicidade do Teu Natal? No Teu dia, tudo tão simples; hoje, o mesmo luxo. Nossos luxos, porém não tem a beleza de Tua simplicidade, os enfeites de Tua simplicidade, de Tua simplicidade, os lauréis. Oh! doce simplicidade! De amor e graça, adornou-nos Tua simplicidade! De um maravilhoso porvir, adornou Tua simplicidade o nosso presente. Tua simplicidade adornou-nos a alma com todas as bênçãos celestiais. JESUS, que na Tua simplicidade aprendamos a inutilidade de nossos luxos.

JESUS, apesar dos mais negros pesares, não nasceste em vão. Há vazios; imensos vazios. O Teu amor, porém permeia-nos completamente o ser. São milhões de servos Teus, em todo o mundo, que vivem continuamente o Teu Natal. Eles o vivem da forma mais bela e prazenteira possível. Não obstante o crônico vazio do mundo; vivem cheios do espírito do Teu Natal.

Não nasceste em vão, Senhor!


Claudionor C.de Andrade
MP 1208/Dez.1987

 







quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

JERUSALÉM, JERUSALÉM!

A VERDADE:
"Orai pela paz de Jerusalém! Prosperarão aqueles que te amam. Haja paz dentro de teus muros e prosperidade dentro dos teus palácios. Por causa de meus irmãos e amigos, direi: haja paz em ti! Por causa da Casa do Senhor, nosso Deus, buscarei o teu bem". (Sl 122.6-9)





















A VERDADE EXPLICADA:
Depois de lançar sobre escribas e fariseus oito "ais", deplorando sua responsabilidade como os responsáveis pela formação religiosa do povo, formação esta que eles haviam negligenciado e, por que não dizer, por cuja causa sua história se aproximava do caos, olhando para a situação do povo, dá o Senhor JESUS um verdadeiro brado de tristeza: "Jerusalém, Jerusalém, que estás matando os profetas, e apedrejando aqueles que te tem sido enviados...!"

Estamos longe de entender a profunda dor que invadia o coração do Mestre naquele instante. Lucas, em seu evangelho (19.41-44), nos informa que vendo Ele a cidade chorou sobre ela. Quanta recordação de esforços do passado, no sentido de orientar para o bem o Seu povo! Quanta recordação relativamente aos Seus esforços pessoais, durante o Seu ministério, para levar o Seu povo ao arrependimento e que foram rejeitados por este!

Jerusalém foi a cidade mais privilegiada de todas quantas há no mundo e também a mais ingrata e incrédula. Basta dizer que recebeu a maior revelação do amor de Deus -- JESUS Cristo -- a Quem rejeitou e entregou à morte. Que cidade no mundo teve tanto privilégio e que cidade no mundo foi tão incrédula! Vale a pena recordar, ainda que ligeiramente, destacando alguns fatos de sua acidentada história desde que os israelitas entraram na Terra Prometida. Vejamos:

Era a cidade fortificada dos jebuseus a quem o povo de Israel não teve condição de expulsar no tempo de Josué. Os israelitas se viram obrigados a conviver com eles na Terra Prometida por longos anos (cerca de seiscentos anos), até ao reinado de Davi que conseguiu derrotá-los fazendo dela, em seguida, a capital do seu reino.

A significação do seu nome é Cidade de Paz. Informa-nos Buckland que "...ela se acha edificada no alto de uma larga crista montanhosa que vai de norte a sul da Palestina, tendo sido edificada sobre duas elevações dessa crista montanhosa. Trata-se de uma cidade bem protegida pela natureza (Sl 87.1,2; 122.3,4; 125.1,2). Davi foi quem a conquistou total e definitivamente por volta do ano 1000 a.C. Daí por diante passou a se chamar Cidade de Davi".

Quando o anjo do Senhor feriu o povo por haver Davi ordenado a numeração deste, chegando ele a Jerusalém, o Senhor lhe ordenou que a poupasse e, por conseguinte, nenhum dos seus habitantes morreu naquele evento (II Sm 24.16).

Foi atacada e tomada várias vezes por vários adversários do povo de Deus, inclusive Nabucodonozor que a danificou sobremaneira e destruiu o seu templo. Mais, tarde, com a conquista da Babilônia por Ciro, o persa, foi ela reedificada por ordem desse Imperador. Mais tarde, cerca de 300 a.C., foi ela visitada por Alexandre o Grande que conquistara o mundo de então.

O grande império de Alexandre, com sua morte, foi dividido em quatro partes e a Palestina passou a ser dominada pela Síria que ficara com uma dessas partes, incluindo o Egito. Entre 198 e 168 a.C. cumpre-se a profecia de Daniel (11.31). Antíoco Epifânio, governador da Síria, entra em Jerusalém e sacrifica no altar do Senhor, no templo, um porco. Foi esta uma das maiores, senão a maior, humilhação para os israelitas. Estamos no período das guerras macabéias. Em 165 a.C., Judas Macabeu conseguiu reconquistá-la e reparar o seu templo. Experimentou, então, um período de cerca de cem anos de relativa paz, vindo a cair nas mãos dos romanos no ano 65 a.C. No ano 27 a.C. Herodes, o Grande, é nomeado pelo poder romano rei da Palestina e reedifica o templo. Esse foi o templo visitado por JESUS.

Como se pode ver, a cidade cujo nome significa "paz" foi toda a sua história (até JESUS) uma das mais agitadas do mundo e continua a ser até os dias atuais.

É sobre essa cidade que o Senhor JESUS chora, tendo em vista a sua impenitência. Agora o Senhor está vendo para ela um fim mais trágico do que tudo quanto lhe acontecera em toda a sua história. Ele está vendo a entrada dos exércitos romanos do general Tito que vai acontecer no ano 70 da nossa era, portanto, a apenas trinta e poucos anos adiante. Bem sabia o Senhor JESUS o tamanho da catástrofe em que se constituiria a sua tomada pelos romanos. Diz a história que no ano 70 morreram em Jerusalém cerca de um milhão de pessoas. E daí para cá, quantas tentativas de reconstrução da cidade! Quanta agitação não apenas nela mas por causa dela...!

Não é de se estranhar tudo isso, pois, como todos sabemos, o povo israelita rejeitou a lei do Senhor, criou a sua tradição que colocou acima das Escrituras. Quando veio o seu Messias, o Senhor JESUS Cristo, rejeitou-O e O rejeita ainda hoje. Cidade que fez da perseguição aos profetas do Senhor um costume. Veja-se a maneira como o Senhor JESUS fala a respeito disso: "...estás matando os profetas e apedrejando aqueles que te tem sido enviados!" A colocação da acusação contra ela nestes termos significa que ela passou a fazer da perseguição aos enviados do Senhor um costume. Deixou não apenas de dar crédito à palavra do Senhor mas até de considerar a mensagem a ela enviada, para ver se era ou não coerente e digna de ser ouvida.

"Quantas vezes quis ajuntar os teus filhos..."
Embora em espírito o Senhor tenha estado à frente dos cuidados da cidade nos tempos do Velho Testamento, o Senhor JESUS nunca este ausente da história humana. Sempre Se fez presente e, todas as vezes que as Escrituras falam de "o anjo do Senhor" é d'Ele que está falando, em aparições em forma angelical. Note-se, por exemplo, que Moisés, quando se virou para a sarça para ver o que era aquilo que estava acontecendo, começou por falar com o anjo do Senhor. Na continuação da conversação com o mesmo anjo este é chamado de Deus.

Esse "anjo" sempre aceitou a adoração do homem e o ser chamado de Senhor, o que não aceitava nenhum outro anjo. Na encarnação do Verbo, JESUS Se fez presente entre os homens para ser presente com a criatura por Ele criada, e sempre esteve no mundo Se esforçando para levar o Seu povo a crer na revelação. Pena que foi e continua a ser rejeitado por esse povo até os dias atuais!


(Jornal de Oração/Jul.1984)

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

DE MÃOS VAZIAS NA ETERNIDADE!

A VERDADE:
"Melhor é uma mão cheia com descanso do que ambas as mãos cheias com trabalho e aflição de espírito". (Ec 4.6)





















A VERDADE EXPLICADA:
Pilatos. Seu nome justifica sua cruel pessoa. Pilatos vem do latim e significa "armado com um dardo". Pôncio Pilatos era o quinto procurador romano da Judéia no governo do segundo Imperador romano, Tibério César. Ganhava favores de sua majestade por meio de bajulações.

Certo dia, foi duramente criticado e reprovado pelos judeus porque trouxe de Cesaréia soldados que entraram em Jerusalém carregando o busto de Tibério no cimo dos estandartes. A Lei proibia reprodução de imagens.

Na construção civil, Pilatos valeu-se do dinheiro sagrado (corbã - Mc 7.11) arrecadado no Templo, para financiar o projeto e a construção de um aqueduto de quarenta quilômetros, aproximadamente. Este canal conduziria água do poço de Salomão, como eram chamados os reservatórios ao sul de Belém, à Jerusalém.

"Melhor um punhado de descanso do que ambas as mãos cheias de trabalho e correr atrás do vento..." (Ec 4.6). O Evangelho segundo Lucas (13.1), narra a respeito de galileus, cujo sangue Pilatos, após tê-los matado, misturara com os sacrifícios que os mesmos realizavam.

O pusilânime caudilho era irredutivelmente sanguinário. Tinha os pés velozes para derramar sangue inocente. Por duas vezes esteve JESUS perante Pilatos. Por três vezes esteve Pilatos com as mãos no prato que saciaria sua fome. Ele esteve com JESUS nas mãos. Podia tê-las enchido.

- "És tu o Rei dos judeus...?" (Mt 27.11; Jo 18.33)
- "Vem de ti mesmo esta pergunta, ou disseram-to outros de mim...?" (Jo 14.34)
- "Logo, tu és Rei...?" (Jo 18.37)
- "Tu dizes que sou rei: Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz..." (Jo 18.37)

Por três vezes consecutivas esteve Pilatos "com as mãos no prato". Salomão, em seus provérbios, comentava: "O preguiçoso mete a mão no prato, e não quer ter o trabalho de levar à boca..." (Pv 19.24). Disse JESUS: "Eu sou o pão da vida; o que vem a mim, jamais terá fome; e o que crê em mim, jamais terá sede..." (Jo 6.35). "Eu sou o pão que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente..." (Jo 6.51). "...tomai, comei; isto é o meu corpo..." (Mt 26.26). "...bebei deles todos; porque isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados..." (Mt 26.27,28). "O Filho não veio para ser servido, mas para servir..." (Mt 20.28). "Pois qual é o maior: quem está à mesa, ou quem serve? Porventura não é quem está à mesa?" (Lc 22.27). Pilatos esteve à mesa! Foi-lhe oferecido pão vivo e o cálice transbordante.

Suas mãos teriam, primeiramente, de ser limpas. Não numa bacia com água. "Ainda que me lave com água de neve e purifique as mãos com sabão, mesmo assim me submergirás no fosso, e os meus próprios vestidos me abominarão..." (Jó 9.30,31).

As mãos de Pilatos teriam de ser limpas com o sangue do Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo 1.21). "Vinde pois e arrazoemos, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados são como o escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que são vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã..." (Is 1.8).

Pilatos! Você esteve com Cristo nas mãos. Poderia tê-las enchido; mas você não suportou a pressão dos guias religiosos e a ameaça de denúncia junto ao Imperador. Suas mãos agora estão vazias na eternidade. Pilatos!

- "Eu não acho nele crime algum..." (Jo 18.38)
- "Não te envolvas com este justo, porque hoje em sonho, muito sofri por seu respeito, disse-lhe sua mulher..." (Mt 27.19).


NOEDI MONTEIRO
(MP 1226/Abr.1988)