quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

A SANTIFICAÇÃO

A VERDADE:
"Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Pois assim como apresentastes os vossos membros como servos da impureza e da iniquidade para iniquidade, assim apresentai agora os vossos membros como servos da justiça para santificação". (Romanos 6.19)


A VERDADE EXPLICADA:
Um dos assuntos mais importantes da Bíblia Sagrada é, sem dúvida alguma, a santificação. "Sede santos, porque eu sou santo..." (Lv 11.44), disse o Senhor; ainda está escrito que sem a santificação ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).

O salvos são constantemente chamados "...os santificados pela fé..." (At 26.18), "...os chamados santos..." (Rm 1.7; I Co 1.2), "...os santos e fiéis em Cristo..." (Ef 1.1), "...sacerdócio santo..." (I Pe 2.5), e outras expressões correlatas.

Paulo escreveu aos crentes em Corinto, dizendo-lhes: "O santuário de Deus, que sois vós, é santo". (I Co 3.17).

Os racionalistas e incrédulos argumentam que é impossível obter-se a santificação vivendo-se aqui no mundo sujeito às contingências do tempo e do espaço: também, religiosos há que tentam alcançá-la mediante a prática do ascetismo (=doutrina filosófica que defende a abstenção dos prazeres físicos e psicológicos, acreditando ser o caminho para atingir a perfeição e equilíbrio moral e espiritual), e outras exterioridades, coisas vazias de significação, e, aliás, contrárias à Palavra de Deus.

O "crente", porém que tem experimentado uma transformação radical no caráter e na vida, mediante a manifestação da graça de Deus, sabe que é perfeitamente possível guardar-se imaculado da corrupção que, pela concupiscência, há no mundo. Deus, que é Santo, em Sua essência, exige do Seu povo absoluta santificação; entretanto, Ele não seria justo e equitativo se não Se comprometesse a nos proporcionar os meios para atingirmos a santificação, depois de havermos desprezado este mundo, onde o pecado e a miséria campeiam desabridamente, atraindo sobre as nações, coletivamente, e sobre os indivíduos, em particular os grandes cataclismas sociais e morais, que são um atestado inconcusso da ira de Deus. Sim. Ele não seria justo e equitativo, se não nos proporcionasse os meios para servirmos a Si próprio e para aguardarmos dos céus o Seu Filho JESUS, que nos livra da ira futura (I Ts 1.10).

Graças a Deus que, na Sua grande misericórdia, no Seu acendrado (=livre de impurezas) amor para com as Suas criaturas, proporcionou tudo o que se relaciona com a nossa felicidade e bem-aventurança, desde a morte de Seu Filho para a nossa redenção, até o batismo com o Espírito Santo, que é o penhor da nossa herança (Ef 1.14) e que nos dá uma vida cheia de frutos e santificação, para a glória do Seu grande Nome!

É na Palavra de Deus que podemos encontrar as instruções e as regras indispensáveis à nossa vida, como cidadãos dos céus e herdeiros dum reino que não será abalado.

JESUS disse na Sua oração sacerdotal: "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade" (Jo 17.17. Abramos, pois, a Bíblia Sagrada e inclinemos os nossos ouvidos para os seus ensinos, para os quais os próprios anjos, desejam atentar (I Pe 1.12).

Quando o Altíssimo chamou Moisés para libertar o Seu povo, que gemia sob o despotismo (=forma de governo na qual uma única entidade governa com poder absoluto) férreo dos faraós, disse-lhe: "...tira os teus sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa" (Ex 3.5).

A frase: "...ser-me-eis santos..." é frequentemente repetida na Lei, ao antigo povo de Deus, como o alvo colimado (=do que se tem em vista, em mira) da Sua chamada, dentre as demais nações.

Os sacerdotes do Senhor conduziam, sobre a testa uma lâmina de ouro puro, com a inscrição: "Santidade ao Senhor" (Ex 28.36). E, se Deus exigia santidade absoluta do Seu povo, que vivia debaixo da Lei, sob sombras e tipos, como não exigirá muito mais dos que hoje vivem na dispensação da Graça, no ano aceitável por Ele mesmo instituído? Sim, eis a recomendação apostólica: "E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo..." (I Ts 5.23), pois Deus não nos chamou para a imundície, mas para a santificação (I Ts 4.7).

Davi, rei cantor, orou do íntimo do seu coração, do mais recôndito do seu ser, depois do grande pecado que cometera: "Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve..." (Sl 51.7). Assim, mais tarde ele podia cantar: "Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto..." (Sl 32.1).

Isaías, o profeta das glórias milenárias, sentiu-se imundo e vivendo no meio dum povo imundo de lábios; todavia, um anjo do Senhor tocou nos seus lábios com uma brasa viva, que tirara do altar, e a sua iniquidade foi queimada, o seu pecado purificado; então, ele podia se apresentar apto para o serviço do Senhor e dizer: "Eis-me aqui, envia-me a mim..." (Is 6).

A santificação não consiste na moral de muitas doutrinas, nem tampouco no ascetismo e exterioridade das diversas religiões, mas, sim na operação direta do Espírito Santo e da Palavra de Deus no coração e na alma do crente em JESUS, tudo na base do sacrifício de Cristo, o qual, por Deus nos foi feito, sabedoria, justiça, santificação e redenção (I Co 1.30).

Ao crente cabe separar-se para Deus, em virtude da redenção efetuada pela oblação (= ato de fazer uma oferta a Deus) do corpo de Cristo, feita uma vez para sempre (Hb 10.10); só então, em experiência, será santificado pela obra do Espírito Santo, mediante as Escrituras (Jo 17.17). "Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus...) (II Co 7.1), para que possamos unir as nossas vozes às do coro angelical: "Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória!" (Is 6.3)


(De: Pontos Luminosos/ATG)