sexta-feira, 29 de abril de 2022

BUSCANDO O MELHOR EXEMPLO

 A VERDADE:

"A humildade é, portanto, além de virtude, uma das características do bom cristão, diferenciando-o do mundo conturbado e iludido de hoje, com tanta exaltação por parte de todos".


A VERDADE EXPLICADA:

"Porque para isto sois chamados, porque também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas..." (I Pe 2.21). Na atual sociedade vivemos sob a influência da lei da oferta e da procura, e nem mesmo a religião está imune a esta situação, pois usam-se os mais rápidos e eficientes meios de comunicação a fim de difundir a religião.

Nós, os cristãos, contamos com o respaldo do próprio Cristo que deu ordem aos Seus discípulos, vazada nestes termos: "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura..." (Mc 16.15). Quando fazemos a evangelização, estamos seguindo o exemplo do Senhor JESUS.

Vale a pena, também, seguir a JESUS numa das mais belas virtudes que devemos imitar do Maravilhoso Mestre. Referimo-nos à humildade do Senhor exemplificada neste texto: "De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz..." (Fp 2.5-8).

Acontece que, sofrendo a pressão pelas ofertas que nos são feitas a todo instante para nossa própria exaltação, desprezamos a humildade e, por isto mesmo, muitos cristãos que frequentam igrejas, são alunos da Escola Dominical, dos cursinhos, fazem parte do diaconato, do presbitério, do corpo de cooperadores leigos, são rudes, orgulhosos, jactanciosos(1), gabando-se de cultura, desordenados e politiqueiros, vivendo ansiosos por cargos de poder de mando.

Falta-lhes a identificação com o Senhor JESUS, que sendo o próprio Deus encarnado, assumiu a forma de homem para ganhar a humanidade; que suportou fome, cansaço, sede, acariciou e abençoou as crianças, consolou viúvas, perdoou meretrizes(2), curou enfermos, comeu com os pobres, hospedou-se em casa de ricos, pregou para camponeses e sábios, foi amigo de pescadores e doutores da lei, como tão bem definiu o apóstolo Paulo: "...mas Cristo é tudo em todos..." (Cl 3.11)

João, considerado o apóstolo do amor, nos ensina o seguinte: "Aquele que diz que está nele (em Cristo)  também deve andar como ele andou..." (I Jo 2.6). Partindo dessa premissa, devemos considerar como JESUS andou, para que possamos imitá-Lo no caráter, na linguagem, nos negócios, no altar, nas orações, a fim de estarmos aptos para o Reino dos céus.

Aliás, a verdadeira humildade nos ensina a suportar as fraquezas uns dos outros e valorizar o próximo, como está escrito: "Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor..." (Ef 4.1,2).

A humildade nos oferece um prêmio que não pode ser avaliado em termos de confiança no aspecto material, porque o seu valor excede o vil metal e está delineado nestas palavras: "O temor do Senhor é a instrução da sabedoria, e diante da honra vai a humildade..." (Pv 15.33)

Deduz-se , portanto, que a honra do nosso semelhante para conosco não se compra. Ela é outorgada(3) através da nossa convivência, adquirida pela confiança que em nós está depositada. A humildade também nos concede uma oportunidade que não é própria dos mortais, mas nos é dada como prêmio das mãos do Criador, conforme se vê nestas palavras: "Ainda que o Senhor é excelso, atenta para o humilde; mas ao soberbo, conhece-o de longe..." (Sl 138.6).

É bom considerar que, se praticarmos a caridade, administrarmos os bens públicos e particulares, se ampararmos os necessitados sem humildade, não teremos a recompensa de estarmos sendo olhados por Deus. A humildade é, portanto, além de virtude, uma das características do bom cristão, diferenciando-o do mundo conturbado e iludido de hoje, com tanta exaltação por parte de todos.

Normalmente, a lei da oferta e da procura nos impressiona e nos incita(4) a querer tomar parte em todo o tipo de exaltação, que é o pedestal almejado pelas pessoas preocupadas com a glória deste mundo, e nesta vida. 

Nós, entretanto, como cristãos que somos, quando pressionados a escolher, busquemos a humildade como supremo apanágio(5) da vida, a qual não se encerra no círculo efêmero(6) da existência terrena, mas transcende(7) até a vida além, que é para ser vivida ao lado de JESUS e de Seus santos anjos!



Por: ELISEU FEITOSA DE ALENCAR

(Fonte MP 1198/Fev.1987)



(1) atitude de alguém que se manifesta com arrogância e tem alta opinião de si mesmo; vaidade, orgulho, arrogância.

(2) mulher que pratica o meretrício; prostituta.

(3) dar como favor; dar poderes a; facultar, conceder, conferir.

(4) estimular (alguém) [a]; instigar, encorajar.

(5) vantagem particular; privilégio, regalia.

(6) que é passageiro, temporário, transitório.

(7) elevar-se sobre ou ir além dos limites de; situar-se para lá de





sexta-feira, 22 de abril de 2022

A HETERODOXIA NA LINGUAGEM DA PREGAÇÃO ATUAL

 A VERDADE:

"Uma das recomendações que ouvi na minha juventude, vinda de um homem sério, foi que o pregador não deve fazer rir aqueles que o ouvem. Sua pregação deve ser conclusiva, peremptória, criteriosa, decisiva, conscientizadora". 


A VERDADE EXPLICADA:

Uma pesquisa realmente interessada em constatar o caráter da linguagem bíblica, mostrará a pureza, a limpeza e o sentido religioso que acompanham toda a Escritura, de Gênesis a Apocalipse. Não há, em qualquer livro, em qualquer capítulo, o descaminho para o humor e o gracejo. Até mesmo nos Cantares de Salomão, onde a narrativa parece entremear a poesia com a realidade, as analogias são colocadas em termos respeitosos e no perímetro da seriedade. Em alguns capítulos dos Salmos poderemos encontrar hipérboles(1), mas a linguagem não se desencontra e não se torna jocosa. Nenhum dos escritores se vale dos recursos coloquiais para se afirmar perante os leitores. Aliás, nenhuma escritura mostra interesse de prender o leitor pelo seu discurso. Ela se afirma como verdade e se estabelece como aviso. Nenhum livro, nenhuma epístola se posiciona como entretenimento, como diversão. Não há duplo sentido nem entrelinhas. Nenhuma frase tem a intenção de fazer rir.

Emparelhadas com esta seriedade, com esta pureza, algumas pregações hodiernas(2) tornam-se peças destinadas a prender o auditório pelo lazer e pela curiosidade, quando não pelos “movimentos” do pregador, cujos reflexos nem sempre conduzirão o pecador à conversão.

A pregação não se destina a divertir. A pregação é um aviso e, muitas vezes, senão todas, um aviso urgente (I Co 10.11; Ez 33.8). Um aviso que pode redundar em sérios prejuízos para aquele que desprezar a sua urgência e a sua validade (Jn 1.1; 3.1). Muito mais para aquele que desprezar a sua seriedade, a sua ortodoxia(3). Ela é afeita muito mais a comover e causar lágrimas do que risos. Os ais que JESUS lançou sobre as cidades impenitentes (Mt 11.20-24), não eram tiros de festim, mas verdades destinadas a trazer o povo à realidade da sua situação pecaminosa e isso com a comparação entre suas atitudes e as de cidades grandemente pecadoras da antiguidade. O que JESUS disse a Nicodemos sobre o novo nascimento (Jo 3.3,19,39), produziu a sua real conversão. O encontro de Saulo com JESUS na estrada de Damasco foi uma chamada decisiva que lhe produziu muitas vitórias, mas através de muitos sofrimentos e não de aplausos. A ordem de JESUS (Mc 16.15-17), contém um forte aviso aos descrentes: “...quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado ...” Não há meio-termo, não há subterfúgio(4). Não há frases feitas, não há anáforas(5), repetições tendenciosas (Mt 6.7). E, sobretudo, não há “brincadeiras” que distraiam o pecador do seu verdadeiro estado.

Em contrário, alguns pregadores atuais parecem querer divertir seus ouvintes. Uma das recomendações que ouvi na minha juventude, vinda de um homem sério, o missionário Frantz Manjernes foi que o pregador não deve fazer rir aqueles que o ouvem. Sua pregação deve ser conclusiva, peremptória, criteriosa, decisiva, conscientizadora. O pregador do Evangelho não pode ser divertido, dado a mímicas, a trejeitos e gestos rebuscados. A sua retórica não deve ser vazada em linguagem que desmereçam a reverência da pregação. Ouvi um pregador fazer comparações que levaram seus ouvintes ao riso e ao fim da reunião evidentemente não houve conversões. Há pregadores radiofônicos que usam o tempo que tem para evangelizar divertindo os ouvintes. Seus cânticos não demonstram louvor, mas divertimento. Suas frases de efeito são nítidos passatempos “enquanto os irmãos vão chegando”. E o clima do culto vai nesse tom, sem qualquer forma de convencimento.

Há um costume quase geral atualmente em alguns pregadores, de tratar o plenário da igreja por 'você'. Esse tipo de intimidade também desautoriza o pregador, além de caracterizar um desrespeito a personalidades que estejam visitando o culto. Não estamos exigindo “sublimidade de palavras”, termos eruditos(6), cujo alcance seja difícil a muitos ouvintes, mas reivindicamos uma linguagem respeitosa e sobretudo reverente. As verdades bíblicas não se distanciam do respeito e da reverência.

A defesa da atualidade, da época e da modernidade não nos facilita entrarmos pelo caminho da distração, em detrimento do nosso dever de trazermos as almas a Cristo. Argumentar que pregadores efusivos, divertidos são do agrado dos jovens pode não ser inteiramente verdade. O que temos reparado é que pregadores ortodoxos, respeitosos e comedidos encontram maior aceitação entre os ouvintes e maior alicerce na Palavra de Deus.


(Por: Miguel Vaz)

(Fonte: MP 1247/Janeiro de 1991)


(1) ênfase expressiva resultante do exagero da significação linguística; auxese, exageração (p.ex.: morrer de medoestourar de rir ).

(2) que existe ou ocorre atualmente; atual, moderno, dos dias de hoje.

(3) interpretação, doutrina ou sistema teológico implantado como único e verdadeiro pela Igreja; dogmatismo religioso.

(4) manobra ou pretexto para evitar dificuldades; pretexto, evasiva.

(5) repetição de uma palavra ou grupo de palavras no início de duas ou mais frases sucessivas, para enfatizar o termo repetido (p.ex.: este amor que tudo nos toma, este amor que tudo nos dá, este amor que Deus nos inspira, e que um dia nos há de salvar).

(6) instrução, conhecimento ou cultura variada, adquiridos esp. por meio da leitura.


sábado, 16 de abril de 2022

A GRAÇA DE DEUS (Tito 2.11-14)

 A VERDADE:

"Ao pecador convém desde já verificar em que medida a sua própria vida tem passado sob a influência da graça de Deus. Tem-se verificado um poder salvador nela?"


A VERDADE EXPLICADA:

A graça de Deus é a Sua disposição favorável aos homens. Importa o Seu propósito em fazer bem, não somente a quem [aparentemente] merece, mas a todo o que queira o bem que Ele oferece. A mensagem: “Que é de toda a importância o ouvinte reconhecer o que a graça de Deus pode significar para si”.


A GRAÇA DE DEUS MANIFESTADA

A graça e a verdade vieram por JESUS Cristo. Durante 4.000 anos o mundo existia sem ser revelada toda a bondade que havia no coração de Deus. A Sua santidade, a Sua justiça, o Seu propósito de galardoar os bons, tudo foi revelado — mas a Sua graça, que oferece perdão ao culpado, não era ainda conhecida plenamente.

Se a graça divina nunca fora revelada, o pecador teria ficado para sempre sem perdão e sem esperança. O mundo nunca teria ouvido um Evangelho, nem teria Deus recebido a adoração dos gratos remidos.

Onde não há pecado não precisa haver graça. Nem há graça para os anjos caídos, mas somente para os homens convictos e arrependidos. A graça de Deus foi manifestada em Cristo. Em toda a Sua vida, tão cheia de obras de misericórdia, revelou-se a graça de Deus. Porém ainda mais se manifestou na Sua morte como Redentor.


A GRAÇA DE DEUS TRAZ SALVAÇÃO

Não a uma nação predileta, mas ao mundo inteiro se oferece a sua bênção. Esta relação do amor e da compaixão de Deus produz seu efeito — salva do pecado a pessoa que a recebe na sua alma. Não pode deixar de ter uma influência na vida individual; na medida que a sua suficiência se torna conhecida.

Um filho mau, quando permite que a bondade de seus pais lhe penetre no coração, não é mais perverso. Um anarquista, quando a benevolência e graça do seu soberano têm poder sobre ele, abandona as suas práticas ilícitas.

Ao pecador convém desde já verificar em que medida a sua própria vida tem passado sob a influência da graça de Deus. Tem-se verificado um poder salvador nela?


A GRAÇA DE DEUS NOS ENSINA

Somos impressionados pelo estudo do livro da graça divina. Vemos como Deus tem procedido para conosco, apesar de toda a nossa culpa, e sentimo-nos comovidos, e desejosos de renunciar todos os costumes mundanos, vivendo neste presente século sóbria, justa e piamente.


A GRAÇA DE DEUS NOS TRAZ ESPERANÇA

Ela não somente nos salva e nos ensina, mas nos dá uma esperança gloriosa da vinda do Salvador. Nós não merecemos tal salvação, ou ensino, ou esperança; mas reconhecemos que tudo vem de Deus e com a Sua bênção.


(Por S. E. Mcnair)

sexta-feira, 8 de abril de 2022

O FILHO PRÓDIGO QUE FICOU EM CASA

 A VERDADE:

"O filho pródigo que ficou em casa é o tipo desses que vivem dentro da igreja confiando em seus próprios méritos, e sempre estão a dizer: 'Sirvo aqui durante tantos anos... e nunca me deram um ‘cabrito’ (um cargo, uma posição)."


A VERDADE EXPLICADA:

O filho pródigo da parábola narrada por JESUS em Lucas (15.25-30), refere-se ao filho mais moço (15.12), e não ao filho mais velho que ficou em casa. Não obstante, falaremos a respeito deste último.

Pródigo, literalmente, significa “dissipador, esbanjador, desperdiçador", etc...” O filho pródigo da parábola foi acusado de dissipar sua fazenda, gastar sua herança, abandonar a casa do pai e viver dissolutamente. Seu irmão mais velho, que ficou em casa, não esbanjou seus bens nem abandonou o lar paterno. Porém, tempos depois, sua atitude grosseira tanto para com seu pai como para com o irmão, que voltava arrependido, renunciando até o direito de filho (15.21), demonstra que ele era mais pródigo do que o que deixara o lar.


Os Dois Filhos Pródigos

O irmão mais novo era pródigo por dissipar sua fazenda, sua herança; o mais velho era pródigo por dissipar a oportunidade de demonstrar o seu amor, a misericórdia e o perdão. A sua falta de amor para com o irmão e a desobediência para com o seu pai são provas de sua prodigalidade. O irmão mais moço, pródigo, fora de casa (no mundo); o irmão mais velho, pródigo, dentro de casa (na igreja). O mais novo, voltando arrependido, pedindo perdão renunciando os seus direitos para ficar em casa como servo jornaleiro.

O mais velho, apesar de estar em casa com seu pai (15.13), assumiu uma posição inflexível e impiedosa diante do irmão que voltara arrependido. “O seu coração não sabia apreciar a graça que espera, anela, recebe a abençoa.” Nem com “bezerros cevados e música divina” ele mudou de atitude diante da volta do irmão. Antes, queria gozar com seus amigos, em detrimento do perdão daquele que estivera ausente.

O filho pródigo que ficou em casa, ao ouvir a música e ver a comida que seu pai havia preparado para comemorar a volta do filho, perguntou aos servos: “Que barulho é este?” Os servos responderam: “Veio teu irmão, e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo...” (verso 27). “Meu irmão?! Não!” Foi falar com seu pai, e durante a conversa usou o termo “...este teu filho...” (verso 30). Considerou a música e o banquete desnecessários, extravagantes. Ora, o momento era de alegria, de perdão, de regozijo. Já pensou que tipo de música bonita não seria aquela que o pai mandara tocar para seu filho que voltava? Porém, o filho mais velho não queria ouvir. Para esse tipo de “filhos pródigos”, a música sacra, “paternal” não tem valor. Hoje, eles estão querendo ouvir a música profana, diante da qual nossas igrejas estão sendo ameaçadas, por tentarem agradar os “filhos pródigos modernos” que vivem dentro delas.


Dois Modelos de Crentes

Esses dois tipos de “filhos pródigos” são uma figura dos crentes (irmãos) que temos em nossas igrejas. Uns procurando acertar, reconhecendo seus erros e confessando seus pecados. Outros, justificando-se, cobrando os “serviços prestados” à igreja: “Tenho servido há tantos anos... nunca me deram um cabrito para comer com meus amigos...” (verso 29). Queixam-se de seus pastores, da igreja onde congregam, vivem sempre a se queixar.

O filho pródigo que ficou em casa é o tipo desses que vivem dentro da igreja confiando em seus próprios méritos, e sempre estão a dizer: “Sirvo aqui durante tantos anos... e nunca me deram um ‘cabrito’ (um cargo, uma posição).” Quase sempre protestam quando a igreja recebe um filho pródigo. O quadro é triste, mas verdadeiro. “Alguns homens não alimentam sentimentos nobres para com seus semelhantes e, por conseguinte, não podem manifestar gozo pela salvação deles...”, escreveu certo comentarista da Bíblia. O filho pródigo que saiu de casa viveu no mundo durante muitos anos e esbanjou os seus bens morais e espirituais. Mas o importante é que ele voltou à casa paterna, e dele disse o seu pai: “Este meu filho estava morto e reviveu; estava perdido e foi achado” (15.32).

Vejamos agora os motivos que o filho pródigo que ficou em casa apresentou para não receber o seu irmão que havia voltado arrependido: 1) “Nunca me deste um ‘cabrito’ para alegrar-me com os meus amigos...”; 2) “Mataste o bezerro cevado e tocaste música para ele, e para mim nem um ‘cabrito’”. Sua filosofia: Não perdoar, não recebê-lo, não fazer festa nem ouvir música. Sua doutrina: O que é meu é meu, e não o compartilho com ninguém.

A doutrina do pai era receber o filho perdido e integrá-lo à família (igreja), com todos os direitos de filho, e dizer-lhe: “Filho, o que é meu é teu, e todas as minhas coisas são tuas...” (verso 31).

Vejamos a diferença entre os dois filhos pródigos: O primeiro levantou-se e foi ter com o seu pai, confessando os seus pecados, sem exigir nada, tão-somente a sua admissão como servo (15.19). O segundo indignou-se e não quis entrar para abraçar o irmão, apresentando suas razões egoístas. O pródigo ajunta tudo, leva tudo (15.13,14), mas ao voltar nem os amigos o acompanham. Somente o pai levanta-se e corre para abraçá-lo (15.20).

Se você é um “irmão mais velho”, e “um que ficou em casa”, não despreze seu irmão quando ele voltar arrependido, confessando seus pecados. Caso contrário, você será mais um pródigo dentro de casa (igreja), impedindo as bênçãos de Deus sobre sua vida e o direito de seu irmão voltar a ter paz com Cristo e com a igreja (sua casa).



(Por: JOSÉ APOLONIO/Fonte: MP. Jul.1987)











sexta-feira, 1 de abril de 2022

UM RECADO AOS JOVENS

 A VERDADE:

"O Espírito Santo deseja que eu e você façamos as coisas do jeito do Senhor. O meu jeito e o seu jeito precisam ser crucificados".


A VERDADE EXPLICADA:

Há sempre duas maneiras de fazer as coisas: "Do meu jeito" ou "de acordo com a vontade do Senhor", isto é, "do jeito de Deus". Sempre que eu faço as coisas do meu jeito, eu me saio mal. Sempre que eu busco conhecer a vontade de Deus antes de tomar uma decisão, as coisas dão certo. E assim foi com todos os servos de Deus no passado. Vejamos alguns exemplos:

I - Adão e Eva fazendo as coisas do jeito da 'serpente' passaram a fazer muitas coisas do seu jeito, levaram a raça humana ao afastamento de Deus. Noé e sua obediência incondicional ao jeito de Deus salvou a humanidade para que ela chegasse à cruz e Cristo a salvasse do inferno.

II - Quando Caim irou-se e resolveu fazer as coisas do seu jeito acabou cometendo um homicídio, matando seu irmão Abel (Gn 4.8-16). Seu parente Enoque foi diferente, fez a vontade do Senhor por 300 anos! (Gn 5.22-24). Fez as coisas do jeito de Deus.

III - Quando Abraão resolveu mentir dizendo que Sara era sua irmã, e não sua esposa, verificou logo que do seu jeito as coisas não davam certo e quase perdeu Sara. (Gn 12.10-20). Abraão acertou quando fez a vontade do Senhor em relação a Ló (Gn 13.8).

IV - Quando Sara resolveu oferecer a escrava Agar ao esposo, para que Abraão tivesse um filho, sofreu muito e aprendeu que do seu jeito as coisas sairiam mal e muito mal (Gn 12). Abraão fez bem e foi louvado por Deus quando confiou e quase imolou o seu filho (Gn 22). Esse filho, Isaque, fazia as coisas do jeito de Deus, orava todas as tardes pedindo orientação para seus problemas, incluindo o seu casamento (Gn 24.63).

V - Esaú e Jacó resolveram o problema da primogenitura ao jeito deles. Eram gêmeos, mas um tinha que ser o herdeiro principal do nome e dos bens de Isaque. O jeito dos dois, aliado ao jeito de Rebeca, cheio de simulações e mentira causou muitas dificuldades à família. Tiveram problemas até se reconciliarem (Gn 32 e 33). 

VI - Os irmão de José saíram-se muito mal quando resolveram as coisas do seu jeito vendendo-o a uma caravana que ia para o Egito. José saiu-se muito bem fazendo a vontade de Deus (Gn 37.28 e seguintes).

VII - Moisés teve que fugir com medo do Faraó, quando resolveu fazer as coisas do seu jeito matando um egípcio (Ex 2.11-15). Foram necessários 40 anos de preparo até que recebeu 'a vara do Senhor' que se tornou em 'cetro' de poderes excepcionais (Ex 4.1-5, 14.16,27; 17.5).

VIII - Quando o povo de Israel, impaciente com a demora de Moisés que estava no monte, recebendo de Deus as duas 'tábuas do testemunho', resolveu fazer as coisas do seu jeito, com a liderança vacilante de Arão, fazendo e adorando um bezerro de ouro, cometeu grave erro, fez com que Deus Se 'irasse', e Moisés quebrasse as 'Tábuas da Lei'.

IX - Moisés fez muitas vezes a vontade de Deus e foi sempre chamado 'O SERVO DO SENHOR', todavia algumas vezes fez as coisas do seu jeito, entre elas aquela quando em vez de falar à rocha, conforme a ordem de Deus, para dela sair água, feriu-a duas vezes com a sua vara. A água jorrou, mas ele como castigo não entrou na Terra Prometida (Nm 20.7,8,11; Dt 32.49-52). Há certas coisas que nos parecem pequenas ou sem importância, as quais Deus considera muito importante (Js 2.1).

X - Raabe sempre fez as coisas do seu jeito, mas um dia fez uma coisa do jeito de Deus, considerada importante por Deus, e ganhou pela fé, numa noite todas as noites perdidas de sua vida no pecado (Js 2.8-21). Salvou sua família (Js 6.21-26), foi justificada (Hb 11.31; Tg 2.25) e pela fé, quem sabe, aguarda como eu o dia da ressurreição.

Vamos deixar o Antigo Testamento e ver alguns exemplos do Novo Testamento

I - Herodes fazendo as coisas do seu jeito, matou milhares de meninos contemporâneos de JESUS. Os magos fazendo as coisas do jeito de Deus, voltaram em paz para sua terra.

II - Os discípulos de JESUS, resolveram as coisas do seu jeito e mandaram as multidões comprar o que comer, não fosse o jeito de JESUS dizendo: "...dai-lhes vós de comer..." (Mt 14.15,16).

III - Ao jeito dos discípulos a mulher cananéia continuaria com a sua filha endemoninhada, ela porém com o jeito de mãe cheia de fé e amor, conseguiu a grande bênção desejada (Mt 15.21-28).

IV - Os discípulos repreenderam os que trouxeram as crianças a JESUS (Mt 19.13); esse jeito errado foi corrigido com a palavra de JESUS: "Deixai vir a mim as crianças..."

V - O jeito egoísta da mulher de Zebedeu, foi pedir que seus filhos, Tiago e João, se assentassem, um à direita e o outro à esquerda de JESUS (Mt 20.21). O jeito de JESUS está registrado em Marcos (10.32-45): "Entre vós não será assim..."

VI - O jeito de Judas foi tirar vantagem de tudo entregando o seu Mestre com um beijo e recebendo 30 moedas de prata (Mt 26.14-16).

VII - O jeito de Pedro foi cortar a orelha de Malco. O jeito de JESUS foi reimplantar a orelha decepada e passar um 'carão' no discípulo afoito. Mais tarde o 'corajoso' nega o Mestre, do seu jeito e o jeito de JESUS foi olhar para Pedro cheio de compaixão. O olhar de JESUS tirou o discípulo vacilante da roda dos escarnecedores e o levou às lágrimas do arrependimento (Lc 22.61,62).

VIII - O jeito da multidão foi gritar 'crucifica-o, crucifica-o'! O jeito de JESUS foi: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem..."


Em suma: do meu jeito não dá certo. O meu jeito me rouba a paz e a comunhão com Deus. O Espírito Santo deseja que eu e você façamos as coisas do jeito do Senhor JESUS. O meu jeito e o seu jeito precisam ser crucificados.


(Fonte: JORNAL DE ORAÇÃO/Mar.1987)