sexta-feira, 8 de abril de 2022

O FILHO PRÓDIGO QUE FICOU EM CASA

 A VERDADE:

"O filho pródigo que ficou em casa é o tipo desses que vivem dentro da igreja confiando em seus próprios méritos, e sempre estão a dizer: 'Sirvo aqui durante tantos anos... e nunca me deram um ‘cabrito’ (um cargo, uma posição)."


A VERDADE EXPLICADA:

O filho pródigo da parábola narrada por JESUS em Lucas (15.25-30), refere-se ao filho mais moço (15.12), e não ao filho mais velho que ficou em casa. Não obstante, falaremos a respeito deste último.

Pródigo, literalmente, significa “dissipador, esbanjador, desperdiçador", etc...” O filho pródigo da parábola foi acusado de dissipar sua fazenda, gastar sua herança, abandonar a casa do pai e viver dissolutamente. Seu irmão mais velho, que ficou em casa, não esbanjou seus bens nem abandonou o lar paterno. Porém, tempos depois, sua atitude grosseira tanto para com seu pai como para com o irmão, que voltava arrependido, renunciando até o direito de filho (15.21), demonstra que ele era mais pródigo do que o que deixara o lar.


Os Dois Filhos Pródigos

O irmão mais novo era pródigo por dissipar sua fazenda, sua herança; o mais velho era pródigo por dissipar a oportunidade de demonstrar o seu amor, a misericórdia e o perdão. A sua falta de amor para com o irmão e a desobediência para com o seu pai são provas de sua prodigalidade. O irmão mais moço, pródigo, fora de casa (no mundo); o irmão mais velho, pródigo, dentro de casa (na igreja). O mais novo, voltando arrependido, pedindo perdão renunciando os seus direitos para ficar em casa como servo jornaleiro.

O mais velho, apesar de estar em casa com seu pai (15.13), assumiu uma posição inflexível e impiedosa diante do irmão que voltara arrependido. “O seu coração não sabia apreciar a graça que espera, anela, recebe a abençoa.” Nem com “bezerros cevados e música divina” ele mudou de atitude diante da volta do irmão. Antes, queria gozar com seus amigos, em detrimento do perdão daquele que estivera ausente.

O filho pródigo que ficou em casa, ao ouvir a música e ver a comida que seu pai havia preparado para comemorar a volta do filho, perguntou aos servos: “Que barulho é este?” Os servos responderam: “Veio teu irmão, e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo...” (verso 27). “Meu irmão?! Não!” Foi falar com seu pai, e durante a conversa usou o termo “...este teu filho...” (verso 30). Considerou a música e o banquete desnecessários, extravagantes. Ora, o momento era de alegria, de perdão, de regozijo. Já pensou que tipo de música bonita não seria aquela que o pai mandara tocar para seu filho que voltava? Porém, o filho mais velho não queria ouvir. Para esse tipo de “filhos pródigos”, a música sacra, “paternal” não tem valor. Hoje, eles estão querendo ouvir a música profana, diante da qual nossas igrejas estão sendo ameaçadas, por tentarem agradar os “filhos pródigos modernos” que vivem dentro delas.


Dois Modelos de Crentes

Esses dois tipos de “filhos pródigos” são uma figura dos crentes (irmãos) que temos em nossas igrejas. Uns procurando acertar, reconhecendo seus erros e confessando seus pecados. Outros, justificando-se, cobrando os “serviços prestados” à igreja: “Tenho servido há tantos anos... nunca me deram um cabrito para comer com meus amigos...” (verso 29). Queixam-se de seus pastores, da igreja onde congregam, vivem sempre a se queixar.

O filho pródigo que ficou em casa é o tipo desses que vivem dentro da igreja confiando em seus próprios méritos, e sempre estão a dizer: “Sirvo aqui durante tantos anos... e nunca me deram um ‘cabrito’ (um cargo, uma posição).” Quase sempre protestam quando a igreja recebe um filho pródigo. O quadro é triste, mas verdadeiro. “Alguns homens não alimentam sentimentos nobres para com seus semelhantes e, por conseguinte, não podem manifestar gozo pela salvação deles...”, escreveu certo comentarista da Bíblia. O filho pródigo que saiu de casa viveu no mundo durante muitos anos e esbanjou os seus bens morais e espirituais. Mas o importante é que ele voltou à casa paterna, e dele disse o seu pai: “Este meu filho estava morto e reviveu; estava perdido e foi achado” (15.32).

Vejamos agora os motivos que o filho pródigo que ficou em casa apresentou para não receber o seu irmão que havia voltado arrependido: 1) “Nunca me deste um ‘cabrito’ para alegrar-me com os meus amigos...”; 2) “Mataste o bezerro cevado e tocaste música para ele, e para mim nem um ‘cabrito’”. Sua filosofia: Não perdoar, não recebê-lo, não fazer festa nem ouvir música. Sua doutrina: O que é meu é meu, e não o compartilho com ninguém.

A doutrina do pai era receber o filho perdido e integrá-lo à família (igreja), com todos os direitos de filho, e dizer-lhe: “Filho, o que é meu é teu, e todas as minhas coisas são tuas...” (verso 31).

Vejamos a diferença entre os dois filhos pródigos: O primeiro levantou-se e foi ter com o seu pai, confessando os seus pecados, sem exigir nada, tão-somente a sua admissão como servo (15.19). O segundo indignou-se e não quis entrar para abraçar o irmão, apresentando suas razões egoístas. O pródigo ajunta tudo, leva tudo (15.13,14), mas ao voltar nem os amigos o acompanham. Somente o pai levanta-se e corre para abraçá-lo (15.20).

Se você é um “irmão mais velho”, e “um que ficou em casa”, não despreze seu irmão quando ele voltar arrependido, confessando seus pecados. Caso contrário, você será mais um pródigo dentro de casa (igreja), impedindo as bênçãos de Deus sobre sua vida e o direito de seu irmão voltar a ter paz com Cristo e com a igreja (sua casa).



(Por: JOSÉ APOLONIO/Fonte: MP. Jul.1987)











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