sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

O QUE PAULO PRECISAVA SABER



A VERDADE:

"Paulo... “era de puro sangue judaico, da tribo de Benjamim (Rm 11.1; Fp 3.5); e nasceu em Tarso, na Cilícia (At 9.11; 21.39; 22.3), pelo ano II antes de Cristo, quando estava no seu auge o poder do imperador romano César Augusto. A sua educação foi caracteristicamente judaica. Quando rapaz, foi mandado para Jerusalém a fim de ser instruído por Gamaliel "segundo a exatidão da lei de nossos antepassados‟, dizia ele (At 22.3)” (Buckland). Fica claro pelo exposto que, diferentemente de tantos jovens em seus dias como nos atuais, Paulo, que ainda era Saulo, anelava por “coisas do alto”, por conhecer melhor a Deus.



A VERDADE EXPLICADA:

Olhando para a Bíblia, na trajetória do apóstolo dos gentios, descobrimos que entre ele e nós muitas poucas diferenças se evidenciam, e a que mais se destaca talvez seja a época. Paulo nos tempos bíblicos e nós... bem, nós desembarcamos nos dias atuais. Porém, o que fica evidenciado é que tanto Paulo quanto nós, ou muitos de nós, carregamos em nossa alma o desejo pelo sobrenatural, pelo infinito, pelo divino. Ansiamos conhecer mais a respeito do Criador, afinal Este colocou o mundo em nosso coração, e isso produz um mundo de curiosidade quando o assunto é a busca pelo divino.

Paulo... “era de puro sangue judaico, da tribo de Benjamim (Rm 11.1; Fp 3.5); e nasceu em Tarso, na Cilícia (At 9.11; 21.39; 22.3), pelo ano II antes de Cristo, quando estava no seu auge o poder do imperador romano César Augusto. A sua educação foi caracteristicamente judaica. Quando rapaz, foi mandado para Jerusalém a fim de ser instruído por Gamaliel „segundo a exatidão da lei de nossos antepassados‟, dizia ele (At 22.3)” (Buckland). Fica claro pelo exposto que, diferentemente de tantos jovens em seus dias como nos atuais, Paulo, que ainda era Saulo, anelava por “coisas do alto”, por conhecer melhor a Deus.

“Tanto Gamaliel, como a própria família de Paulo, pertenciam à seita dos fariseus. Do seu mestre, pois, era natural que Paulo obtivesse um firme conhecimento da doutrina da ressurreição (At 23.6; 26.5; Fp 3.5). Com Gamaliel aprendeu ele, também, aquelas estreitas doutrinas do farisaismo, "sendo extremamente zeloso da tradições de meus pais‟ (Gl 1.14). A erudição de Paulo era notável. Pela sua cultura estava ele em contato com o mundo grego; pelos seus privilégios de cidadão estava ele em contato com o mundo romano... Paulo é mencionado pela primeira vez nos Atos dos Apóstolos, na descrição que ali se faz do apedrejamento de Estevão. Embora ele não apedrejasse, é certo que esteve guardando as vestes dos que estavam praticando o ato (At 7.58-60; 8.1). Foi um incidente que manifestamente deixou profunda impressão no seu espírito (At 22.20). Paulo entrou abertamente na obra de perseguição, e neste seu procedimento julgava ele que estava trabalhando para Deus... A morte de Estevão trouxe em conseqüência a conversão de Paulo. Naquela sua missão de servir a Deus, como ele supunha, tomou o caminho de Damasco.” (Buckland)

E foi ai, a caminho de Damasco, que a vida e a visão de Paulo começaram a mudar. Muitos de nós somos como o apóstolo, isto é, necessitamos de uma “aparição” sobrenatural para que possamos compreender melhor e com mais profundidade as coisas de Deus. Na realidade temos o hábito de nos contentarmos com a opinião comum, ou seja, deixamos de conhecer melhor a Deus por não adotarmos o costume de examinarmos melhor, tanto as Escrituras
(Jo 5.39), quanto por não buscarmos no próprio Deus as respostas concernentes e Ele. No versículo acima citado, o Senhor JESUS exorta-nos a examinarmos de forma mais concisa e aprofundada Sua Palavra, pois é ela, a Sua Palavra, que d'Ele testifica.

Na certeza de estar fazendo, prestando um serviço a Jeová, o Senhor do Velho Testamento a quem Paulo reverenciava e servia, o apóstolo perseguia a igreja do Senhor, prendendo e torturando todos aqueles que invocavam e cultuavam ao Senhor JESUS (At 8.3). Ora, Paulo fora discípulo de Gamaliel...”um distinto doutor da lei judaica, fariseu, e seu mestre..." (At 22.3) - (Buckland). E quem eram os fariseus, grupo este a que fazia parte tanto Gamaliel quanto Paulo? Vejamos: “O termo significa SEPARADO. Formavam estes a mais importante das escolas judaicas, de caráter religioso, que funcionaram, depois que, 150 anos antes do nascimento de Cristo, mais ou menos, o espírito de profecia já tinha deixado de existir. Receberam aquele nome porque eles, na sua vida, separavam-se de todos os outros judeus, aspirando a mais do que uma simples santidade e exato cumprimento de deveres religiosos...” (Buckland).

Assim, além de extremamente radical no tocante à observância de ritos religiosos, Paulo, como Gamaliel, igualmente era profundo conhecedor e observador das ordenanças no que dizia respeito ao culto ao Deus de seus pais (At 22.3). Porém, na sua ida a Damasco, iria ter efeito a maior transformação a que um ser humano pode almejar: cairiam por terra todas as suas inquietações e questionamentos com respeito à Divindade: “Saulo, porém, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote, e pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, caso encontrasse alguns do Caminho, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém..." (At 9.1,2). Paulo não era nem um pouco diferente daqueles que hoje perseguem aqueles que pregam a JESUS Cristo, o Senhor. Sem uma examinação mais séria com relação à verdade bíblica, simplesmente impõem severa perseguição e discriminação, taxando os servos do Senhor com palavras e termos depreciativos, da mesma forma que os discípulos da época de Paulo eram tratados como os “...do Caminho”.

Paulo o fazia por zelo doutrinário, como alguém que ainda não havia tido a oportunidade de ter com o próprio Deus uma revelação maior acêrca d'Ele. Mas, como está escrito no livro de Eclesiastes... “Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu..." (Ec 3.1). Parece que a palavra que o Senhor JESUS dissera a Ananias mais adiante (At 9.15), tinha perfeita harmonia com o cenário que ora estava se desenhando. Quanto mais nos colocamos contra os desígnios da Divindade, mais ajuntamos brasas de fogo sobre a nossa cabeça.

Existem fatos que se revelam apenas através do próprio Deus, e esta era uma ocasião onde o futuro apóstolo iria provar dessa verdade. Diz a Palavra: “Mas, seguindo ele viagem e aproximando-se de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu; e caindo por terra, ouvir uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? Respondeu o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues...” (At 9.3-5). Uau! Que bomba explodiu sobre a cabeça de Paulo! Neste momento todos os seus conceitos sobre a Divindade caíram por terra. Foi o mesmo que descobrir que, durante tantos anos de casamento, de repente são abertos os olhos e percebe-se que estava fazendo parte de uma situação de traição. Isso mesmo! Ora, poderia dizer o apóstolo, eu sempre imaginei que o Senhor a quem eu sempre dediquei amor e zelo profundos jamais me surpreenderia com uma advertência desse tipo!

Paulo viu cair por terra seu preconceito quando ouviu aquela voz possante, firme, forte, impositiva, majestosa e divina dizer “EU SOU JESUS”! O pior disso tudo foi ter que aceitar o fato de que esse JESUS era a resposta para a sua indagação: “QUEM ÉS TU, SENHOR?” Este Senhor que agora o cegava e o jogava por terra, juntamente com todos os seus preconceitos e vaidades, era o mesmo que ele havia aprendido a cultuar durante todos os seus anos de farisaísmo; era o mesmo Senhor que falara com Moisés no episódio da sarça; era o mesmo Senhor que falara com Abraão quando o tirou para fora da tenda e o levou para lhe mostrar que sua descendência seria como as estrelas do mar e a areia da praia; era o mesmo Senhor a quem Josué se referira dizendo “Eu e minha casa serviremos ao Senhor”; era o mesmo Senhor a quem ele mesmo havia se referido muitas vezes como o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Paulo não conhecia outro Senhor, mesmo porque diante de tanta glória e exaltada revelação, o mesmo Paulo veio a escrever mais adiante: “...um só Senhor...” (Ef 4.5). Realmente, bastou para que Paulo entendesse que o “EU SOU” que ele conhecia através dos escritos de Moisés e dos profetas, estava agora Se revelando diante dos seus olhos numa glória indizível, impossível de ser descrita. O “EU SOU O QUE SOU” (Ex 3.14) estava ali agora, jogando-o ao chão e dizendo “EU SOU JESUS”.

Esta revelação mudou, tanto a vida, quanto o próprio ministério do apóstolo aos gentios.

Independentemente daquilo o que seus antigos companheiros de farisaísmo pudessem dizer, agora Paulo estava convicto de que a Divindade havia Se revelado a ele “...pois eu lhe mostrarei quanto lhe cumpre padecer pelo meu nome”. (At 9.16). Agora, mais que todas as coisas havia um Nome a defender, um Evangelho a pregar e uma Verdade a ser defendida, afinal “... nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade...” (Cl 2.9). JESUS Cristo, o Único Deus Verdadeiro!




(Eli G.Maria)