quarta-feira, 31 de outubro de 2018

O CRITÉRIO DOS BEREANOS

A VERDADE:                                                                                    "Os bereanos eram mais nobres do que os tessalonicenses, porquanto, receberam a mensagem com vívido interesse, e dedicaram-se ao estudo diário das Escrituras, com o propósito de avaliar se tudo correspondia à verdade". (At 17.11- VKJA)


A VERDADE EXPLICADA:
A Bíblia faz um belo elogio aos judeus de Beréia. Diz que eles foram mais nobres que os tessalonicenses. O que ocorreu foi que, quando Paulo e Silas chegaram à cidade pregando o evangelho, os bereanos não os rejeitaram de pronto, como haviam feito alguns judeus, em outros lugares. Entretanto também não os acolheram sem reservas. Eles se dispuseram a ouvir os apóstolos, sim, mas foram examinar as Escrituras para ver se o que eles diziam "batia" com os escritos sagrados.

E estavam corretos em agir dessa maneira. Paulo e Silas haviam aparecido ali com uma novidade. Pregavam que o Messias prometido pelos profetas era JESUS, o Nazareno. Ensinavam que Ele fora crucificado, morrera, mas ressuscitara três dias depois. Afirmavam também que tudo que ocorrera com JESUS era o cumprimento das profecias bíblicas. Com base nesse fato, proclamavam a salvação por meio de Cristo. Então os bereanos foram "conferir", para se certificarem se realmente o que Paulo e Silas diziam era verdade.. E constataram que era. Resultado: muitos deles creram no Senhor JESUS e foram salvos.

Esses bereanos constituem um ótimo exemplo para nós hoje. Nesses últimos anos, a igreja de JESUS tem visto surgir em seu meio inúmeras "novidades". Temos recebido diversos ensinamentos sobre novas ideias e práticas eclesiásticas. E qual tem sido nosso critério para avaliar tudo isso?

Aí é que temos um problema. Analisando-se o que ocorre na igreja, percebemos que os critérios empregados para avaliação de tais novidades, nem sempre são muito confiáveis. Se os submetermos a uma análise séria, veremos que  não "passam no teste". Refiro-me a critérios do mundo que nós, os evangélicos, viemos assimilando no decorrer dos anos e pelos quais temos feito avaliações do que se diz ou se faz na igreja. Eles parecem bíblicos. Possuem uma ligeira semelhança com os princípios de Deus, mas na verdade são falsos. Vejamos alguns desses critérios:

1. AQUILO QUE SOA BONITO 
Existem algumas novidades, algumas ideias que, à primeira vista, apresentam um belo "sonido". São vistosas e parecem corretas, mas na realidade expressam uma inverdade. Se as cotejarmos com a revelação bíblica, veremos que destoam bastante da Palavra de Deus. Certa vez ouvi alguém dizer:
"O importante é ser feliz"! Mas, será que é mesmo?! Na realidade, isso não é um conceito bíblico; é um pensamento do mundo. E no entanto há muitos crentes hoje em dia que o repetem, como se fosse uma verdade cristã. Aliás, o que é pior, estão aplicando-o em sua vida. Alguns até usam esse argumento para justificar atos errados.

Será que é certo um homem abandonar a esposa e os filhos e ir morar com outra mulher, alegando que só esta o faz feliz? É certo uma mulher se separar do marido, homem fiel e temente a Deus, em busca do que chama de "minha felicidade"? É bem possível que essas duas pessoas tenham tomado tais atitudes baseadas na ideia de que "o mais importante é ser feliz". Erraram! Nos dois casos, o certo seria esses crentes se manterem fiéis ao compromisso que assumiram com seus respectivos cônjuges diante de Deus. Quem tem aquele tipo de atitude ou o considera correto, está indo contra a vontade do Senhor.

O que é "importante" em termos bíblicos? É que a vontade de Deus seja feita na Terra. E fazer a vontade de Deus é que nos torna felizes. Essa felicidade carnal que tanto buscamos, talvez até tomando decisões erradas, é pura ilusão.

Outro tipo de frase a que precisamos estar atentos são as afirmações que se fazem com o nome de Deus. Algumas delas não possuem respaldo na Bíblia. Muita gente menciona Deus para dar força a ideias que elas próprias formulam. Um exemplo disso é aquela já bem conhecida: "Ah, Deus é pai! E um pai não manda o filho para o inferno!" Essa afirmação e outras semelhantes, embora pareçam muito "nobres", contradizem a revelação bíblica. São invenções humanas. Todavia, como tem um sonido bonito e agradável, parecem certas. No entanto são totalmente antibíblicas.

Nem tudo que parece agradável aos nossos ouvidos, é perfeitamente correto. Existe muita ideia falsa por aí, vestida com uma "aparência" bonita. O crente só deve acolher no coração aquilo que se harmoniza com a Palavra de Deus. Por isso é necessário que tenhamos o cuidado de sempre nos voltarmos para a Bíblia, para conferir com ela tudo que ouvimos.

2. AQUILO QUE TOCA NOSSA EMOÇÃO
Outro critério que sempre empregamos para aceitar uma novidade é o da emoção. Se algo nos toca profundamente, proporcionando-nos sensações agradáveis, logo o consideramos espiritualmente correto. Entretanto o mero fato de algo nos dar uma sensação boa não significa que seja necessariamente certo ou biblicamente válido.

Um bom exemplo disso era a prática dos judeus no tempo de JESUS que diziam aos pais que tudo que pudessem dar aos seus progenitores iriam consagrar a Deus (cf. Mc 7.11-13). Ora, é muito bom consagrar algo a Deus. Dá-nos a sensação de estarmos agindo certo. Contudo, no caso que citamos, essa consagração era contrária aos desígnios do próprio Deus, pois feria um princípio divino: "Honra a teu pai e a tua mãe". JESUS condenou tal prática, e repreendeu aqueles que a adotavam.

3. AQUILO QUE É DIFÍCIL.
Outra ideia errônea muito comum em nosso meio é achar que tudo que é difícil agrada a Deus. Volta e meia, escutamos alguém usar o critério da "dificuldade" para argumentar em favor de alguma ideia. Dizem, por exemplo: "Ah, dar uma esmola é muito fácil. O difícil é a gente ajudar o próximo a conquistar seu lugar ao sol".

A frase em si é correta. Dar esmola é mais fácil que dar uma ajuda trabalhosa. Contudo isso não significa que o "fácil" aí seja errado e somente o "difícil", certo. Não é errado dar esmolas. JESUS mandou que déssemos esmolas. Acima de tudo, porém Ele ordenou que amássemos nosso próximo como a nós mesmos. Então a atitude correta, nessa questão -- e em qualquer outra que se relacione com nosso próximo -- é amar, seja dando uma esmola ou ajudando-o de uma forma mais "difícil".

É verdade que muitas das ordenanças bíblicas são realmente "difíceis" para a nossa carne. Contudo não é por isso que elas são válidas e sim porque vem de Deus.

Vemos então que, ao avaliar algum fato, temos de julgá-lo pelo que ele é, à luz das Escrituras, em vez de aceitá-lo ou rejeitá-lo simplesmente porque se trata de algo difícil ou fácil.

4. O QUE "DÁ CERTO".
Esse critério de avaliação acha-se muito em voga em nossos dias. Se algo dá certo, pensamos, então deve estar correto. Isso é muito perigoso. Existem muitas práticas que podem "dar certo" e não ser biblicamente válidas. Até o diabo pode deixar que algo dê certo para nos levar ao engano.

Essa questão tem muito que ver com métodos. É a ideia de que "os fins justificam os meios". Isso é contrário ao ensino bíblico. Muitos dos métodos empregados no mundo não condizem com a santidade divina. É verdade que eles aparentemente "dão certo". Contudo não servem para o povo de Deus. E se os empregarmos certamente não teremos a bênção do Senhor.

Vejamos um exemplo. Suponhamos que alguém use de mentiras e subterfúgios para levar multidões para os templos. Esse método pode até "dar certo". E é verdade que queremos ver nossas igrejas cheias de ouvintes ansiosos para buscar o Senhor. Contudo o método usado não atende a um critério bíblico. Nesse caso, certamente haverá um desvio de propósitos, e não atingiremos o fim desejado -- a salvação de almas.

Como cristãos, nosso objetivo não pode ser "o sucesso a qualquer preço". Portanto é muito necessário que sejamos extremamente cautelosos com essas questões. É preferível sofrermos perdas aparentes e transitórias a adotarmos práticas que ferem os princípios bíblicos. Também, precisamos ser "bereanos".

5. AQUILO QUE É ENSINADO OU PRATICADO POR ALGUÉM FAMOSO OU BEM-SUCEDIDO NO MUNDO.
Essa é outra enganosa forma de avaliação. Temos a tendência de achar que se uma pessoa famosa ou bem-sucedida na vida disse ou fez algo, aquilo deve ser válido. Basta um exame superficial desse critério para vermos que se trata de um engano. Todo homem é falho. Embora alguém possa ter fama e poder, isso não significa que tudo que ele (ou ela) diz ou faz é correto.

Um exemplo interessante é o texto no evangelho de João (7.45-49). Os principais sacerdotes enviaram alguns guardas para prenderem a JESUS. Contudo estes não conseguiram pôr as mãos n'Ele. Quando voltaram aos sacerdotes, explicaram que nunca tinham ouvido ninguém falar como Ele. E então os fariseus, querendo difamar JESUS, indagaram: "Creu nele alguém dentre as autoridades?" A resposta obviamente é "NÃO"! O argumento deles ai é que JESUS não poderia ser o Cristo pois as autoridades não creram n'Ele.

A verdade é que nem tudo que os ricos, famosos e poderosos deste mundo fazem pode servir de exemplo para nós. Podemos imitá-los somente naquilo em que eles estiverem agindo de acordo com a Palavra de Deus, não pelo que eles são, mas sua fidelidade a ela.

6. AQUILO QUE TEM SUCESSO.
Muitas vezes avaliamos certos líderes pelo sucesso que obtêm, isto é, pelo número de seguidores que tem ou de livros que vendem. Entretanto nem sempre o fato de alguém contar com um grande número de adeptos significa que o que ele faz é certo. Estamos vendo, por exemplo, certos indivíduos de sucesso no mundo que levam uma vida caracterizada por muitos erros e pecados. Então o sucesso, por si só, não é um "selo" de validade. 

O mundo valoriza a "quantidade", mas Deus vê o "coração", isto é, a qualidade. Não quero dizer com isso que não exista valor na quantidade. Claro que há. O que estamos procurando mostrar é que o "número", por si só, não é indício de que algo esteja correto e deva ter nossa aprovação. O que temos de fazer é, à luz do ensino da Bíblia, verificar o valor intrínseco de cada situação, o que há por dentro dela, no seu âmago. Só depois de fazer essa análise teremos condições de aceitá-las, se "passar no teste". Caso contrário, precisaremos rejeitá-la.

7. O QUE É CONSERVADOR.
Em nosso meio, há pessoas que creem que o crente tem de ser sempre conservador. Contudo esse critério também pode ser enganoso. É possível um indivíduo ter ideias e atitudes conservadoras e mesmo assim não amar a Deus. Não confundamos o conceito "conservador" com "bíblico". Os dois termos não são sinônimos perfeitos. É fato que muitos dos princípios divinos possuem características conservadoras. Contudo a recíproca não é verdadeira.

Existem alguns irmãos nossos, muito amados por sinal, que só querem louvar a Deus com os cânticos dos hinários denominacionais. Não vemos na Bíblia nenhum ensinamento que defenda essa exclusividade. É certo que os hinos do passado são válidos como forma de adoração a Deus. Contudo existem também muitos cânticos modernos que ressaltam a graça divina, o poder do Senhor JESUS, as maravilhas da vida consagrada a Deus. Tais hinos, acredito, constituem um perfeito instrumento de louvor, pois glorificam ao Senhor.

É preciso que se reconheça, porém que existem alguns desses corinhos que não parecem ter nada que ver com o evangelho de JESUS. A letra não exalta o Senhor, não focaliza uma verdade bíblica, não edifica em nada. Tais hinos podem agradar à carne, mas não merecem ser utilizados no louvor do Deus eterno. Entretanto, usando um critério bíblico de avaliação, veremos que muitos dos cânticos compostos em anos mais recentes possuem um conteúdo bíblico. Podemos perfeitamente usá-los na adoração a Deus.

Parece estar claro, então, que a igreja hoje tem muitos motivos para imitar os bereanos. Essa pratica seria bastante saudável para nós, pois nos ajudaria a evitar alguns tropeços. Não há dúvida de que precisamos ficar "de olho" na Bíblia, para conferirmos nela as "novidades" que nos aparecem.

Aliás, com relação a isso, o apóstolo Paulo nos faz uma advertência muito séria. Ele disse que, nos últimos dias, algumas pessoas seriam enganadas por darem ouvidos a "ensinos de demônios" (I Tm 4.1). E afirmou ainda que tais cristãos iriam se desviar da fé. Portanto é da maior importância que nos apeguemos com firmeza à Palavra de Deus, pois "bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova..." (Rm 14.22).

Então, sejamos os novos bereanos do século XXI. Isso pode acabar sendo para nós uma forma de segurança espiritual. Pode nos livrar de cometermos erros graves. Assim seremos como aqueles bereanos, não correndo o risco de rejeitar nosso Salvador!


Autor: Myriam Talitha Lins
Fonte: MDC 124/Jan.2004










terça-feira, 2 de outubro de 2018

HONRA TEU PAI E TUA MÃE

A VERDADE:
"... para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR teu Deus te dá". (Ex 20.12)


A VERDADE EXPLICADA:
O mandamento acima descrito é direcionado aos filhos. Ele começa com as seguintes palavras: "Honra teu pai e teu mãe". Deus foi muito sábio ao empregar o verbo honrar. As crianças precisam honrar alguém; precisam ter pessoas para admirar e imitar. A questão é: que tipo de modelo nossos filhos terão? Se os pais de uma criança não forem tementes a Deus, e ela não os honrar, então, muito provavelmente, as próprias circunstâncias da vida a levarão a honrar alguém que não merece.  O fato é que os filhos honram aqueles em quem encontram duas características: aceitação e autoridade. Toda criança tem necessidade de conviver com essas qualidades. Primeiro ela deseja ser aceita e amada. Segundo, essa autoridade ajuda a canalizar a energia dela na direção certa. E aqui não estamos simplesmente emitindo um ponto de vista pessoal. A Bíblia diz, na Carta aos Colossenses (3.20): "Filhos, em tudo obedecei a vossos pais; pois fazê-lo é grato diante do Senhor". Esse versículo fala da autoridade dos pais.

Em seguida, o verso 21 diz: "Pais, não irriteis os vossos filhos, para que não fiquem desanimados". Aqui vemos a questão da aceitação.

O quinto mandamento deixa claro que os pais devem ser pessoas dignas de honra. Lutero disse certa vez: "Devemos temer e amar a Deus para que não desprezemos os nossos pais ou superiores, nem os provoquemos à ira, mas os honremos e lhes obedeçamos, servindo-lhes em amor e estima". 

AS CRIANÇAS SÃO COMO OVELHAS: PRECISAM DE DIREÇÃO!
A Bíblia nos compara a ovelhas. Vemos esse paralelo em Isaías (53.6), que diz que "...todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho,mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos". Por que será que a Bíblia usa essa metáfora? A razão está no fato de as ovelhas serem desprovidas de senso de direção. A maioria dos animais é dotada de instintos fantásticos, que lhes foram dados por Deus. Se um filhote de crocodilo, que acabou de nascer, por exemplo, estiver entre uma mata fechada e um rio, ele instintivamente irá em direção ao rio. Certa vez uma ave, previamente identificada, foi levada a uma distância de aproximadamente 5.000 km do seu habitat. Quando a soltaram, ela retornou para o local exato em que se encontrava antes.

As ovelhas, porém não são capazes de se orientar sozinhas. E nós, do ponto de vista moral e espiritual, somos tão "ignorantes" quanto elas. Não conseguimos encontrar o caminho correto sem que Deus nos ajude e, portanto, dependemos d'Ele. Ora, se até mesmo os adultos precisam de direção, porque são como ovelhas, então imagine os filhos! Eles precisam de muito mais! O fato é que, se os pais não ensinarem os filhos a amar e servir a Deus, estarão pecando contra o Senhor.

"Agora, pois, filhos, ouvi-me, porque felizes serão os que guardarem os meus caminhos. Ouvi o ensino, sede sábios e não o rejeiteis". (Pv 8.32, 33) "Ensina a criança no caminho em que deve andar e, ainda quando for velho, não se desviará dele". (Pv 22.6)

OS PAIS PRECISAM DESENVOLVER O CARÁTER DOS FILHOS
Charles Lamb disse o seguinte a respeito do poeta inglês Coleridge: "Ele era um arcanjo que sofreu danos". Apesar de suas falhas, Coleridge acertou em cheio quando falou sobre a criação de filhos. Certa vez um hóspede o confrontou, argumentando ser completamente contrário a que se ensinasse religião para crianças, fosse ela qual fosse. Disse também estar determinado a não predispor seus filhos em relação a nenhuma religião, nem a favor, nem contra. Quando crescessem, poderiam decidir que religião seguir. Coleridge foi sábio ao retrucá-lo. Comparando a criança a um jardim, disse de modo irônico: "Você tem razão. Para que impor ao meu jardim apenas flores e frutas? Muito melhor deixar que a própria terra escolha se irá preferir espinheiros ou morangueiros, não é mesmo?"

A ideia que ele quis passar é a de que os pais são responsáveis por levar a criança a conhecer e a amar a Deus.

PAIS NOTÁVEIS
Vejamos o que John Mott disse a respeito da família de Andrew Murray: "Onze de seus filhos chegaram à idade adulta. Dos rapazes, cinco se tornaram pastores e, das moças, quatro se casaram com ministros da Palavra de Deus. A geração posterior alcançou números ainda mais surpreendentes: foram dez pastores e treze missionários dentre os netos. O segredo de uma contribuição tão extraordinária para a Igreja de Deus é que a família de Andrew Murray seguiu a Cristo".

OS FILHOS DEVEM OBEDECER AOS PAIS IMEDIATAMENTE!
Vários anos atrás, li para meu filho uma história, intitulada "Willy, espere um pouco!" Era sobre um garoto que estava brincando no quintal de sua casa. Num determinado momento, a mãe o chamou, mas ele não atendeu. Chamou-o novamente, mas Willy preferiu ficar calado e brincar um pouco mais. Finalmente, quando apareceu à porta da cozinha, perguntou à mãe o que ela queria. Então ela lhe disse: "Queria que você buscasse um pouco mais de lenha para o fogão. Como não pude ir ao depósito pegá-la, e o forno não aqueceu o suficiente, o meu bolo que estava assando não ficou muito bom. Que pena que você não veio quando lhe chamei".

Pode ser que o fato não tivesse nenhuma importância para o garoto, mas tinha para a mãe. A desobediência causa problemas para os nossos pais e superiores.

A DESOBEDIÊNCIA PODE IMPLICAR A PERDA DE PRIVILÉGIOS
Vejamos agora um exemplo diferente. Suponhamos que um executivo esteja de passagem por certa cidade e resolva visitar uma irmã que mora ali. Vai até a casa dela, bate à porta e diz que está de folga à tarde e que irá levar os três sobrinhos para assistir a um jogo de futebol e fazer um lanche depois. A mãe fica superfeliz e chama os filhos. A Jane e o Paulo aparecem, mas o Andy, não. Ninguém sabe onde ele está. A mãe o chama inúmeras vezes, e nada. Na verdade, o garoto escuta a mãe chamando-o, mas está entretido com outras coisas, e prefere não responder. O tio não quer esperar mais, pois está quase na hora de o jogo começar. Depois que eles saem, Andy aparece e toma conhecimento do acontecido. Então fica emburrado e triste, arrependido por não haver atendido quando a mãe o chamara.  Assim, a desobediência pode implicar a perda de privilégios e regalias.

A DESOBEDIÊNCIA PODE RESULTAR EM ACIDENTES E TRAGÉDIAS
Duas famílias resolveram passar o dia à beira de uma lagoa. As crianças maiores foram nadar, enquanto os mais novinhos brincavam na areia. Um dos casais tinha um filho de cinco anos, chamado Willy. O garoto era daquele tipo de criança que ignora tudo o que os pais dizem e só lhes obedece à força. Pensava: "Ah, só vou fazer isso se me obrigarem"! 

Em dado momento, os pais de Willy observam que o filho saíra andando pela areia, distanciando-se cada vez mais deles. A poucos passos de onde o garoto se encontra, o pai vê uma placa alertando para a existência de um perigoso barranco logo à frente. Começam a chamá-lo insistentemente, mandando que pare e olhe. Willy, porém ignora os gritos dos pais e continua andando. Minutos depois vem a tragédia. A principal lição que extraímos dessa história é que a desobediência pode resultar em fatalidade e grande tristeza.

JESUS ADVERTIU-NOS DE QUE NÃO LEVÁSSEMOS AS CRIANÇAS A PECAR.
Alguns anos atrás, pude perceber o perigo de encaminharmos as crianças para o pecado e de darmos a elas um exemplo negativo. Certa ocasião, eu e um amigo fomos até um bar a fim de distribuir alguns folhetos evangelísticos e falar de Cristo às pessoas que ali se encontravam. Logo que entramos, vimos um garotinho aproximar-se de um homem que estava assentado a uma mesa. Este então colocou o menino no colo. Em seguida pegou a garrafa de cerveja e fez com que o pequeno bebesse. Depois, tirou o cigarro da boca e passou-o ao garotinho para que este pudesse fumar também.

Se até então eu nunca entendera direito o significado das palavras de JESUS, posso dizer que naquele momento compreendi o que Ele quis dizer quando afirmou: "Qualquer, porém que fizer tropeçar a um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar". (Mt 18.6)


Autor: Harold Brokke
(MDC 123/Dez.2003)