quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

MONOTEÍSMO CRISTÃO - Parte I

A VERDADE:
"Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR." (Deuteronômio 6.4)
"... mas Deus é um." (Gálatas 3.20) 
 

A VERDADE EXPLICADA:
Há um Deus. Há apenas um Deus. Esta doutrina é o centro da mensagem bíblica, e tanto o Antigo quanto o Novo Testamento a ensinam de modo claro e enfático. Apesar da simplicidade da mensagem e da clareza com que a Bíblia a apresenta, muitos que creem na existência de Deus ainda não a compreenderam. Mesmo dentro do cristianismo, muitas pessoas, inclusive teólogos, não tem entendido essa mensagem bela e essencial. Nosso propósito é, apresentando a questão, afirmar e explicar a doutrina bíblica da UNICIDADE DE DEUS.

MONOTEÍSMO DEFINIDO
A crença em um único Deus é chamada de monoteísmo, palavra que deriva de duas palavras gregas: monos, significando só, singular, um; e theos, significando Deus. Aqueles que não aceitam o monoteísmo podem ser classificados em uma das seguintes categorias: ateísta - que nega a existência de Deus; agnóstico - que afirma ser a existência de Deus desconhecida e provavelmente incognoscível; panteísta - que representa, como equivalentes, Deus e a natureza ou as forças do universo; ou politeísta - que acredita em mais de um Deus. Diteísmo - a crença em dois deuses, é uma forma de politeísmo, assim como o triteísmo, a crença em três deuses. Três, entre as maiores religiões do mundo, são monoteístas: o judaísmo, o islamismo e o cristianismo.

Há, entretanto, dentro das fileiras dos que se denominam cristãos, pontos de vista divergentes em relação à natureza da divindade. Uma dessas correntes, chamada trinitariana, afirma que há três pessoas distintas na divindade - Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo - mas ainda um só Deus.

No trinitarianismo, podemos distinguir duas tendências extremas. De um lado, alguns trinitarianos dão ênfase à unidade de Deus, sem ter desenvolvido uma compreensão cuidadosa do significado das três pessoas distintas da divindade. Por outro lado, outros trinitarianos dão ênfase à triplicidade da trindade, a ponto de acreditarem em três deuses auto-conscientes, e seu ponto de vista é essencialmente triteístico.

Além do trinitarianismo, há a doutrina do binitarianismo, que não classifica o Espírito Santo como pessoa separada, mas afirma crer na existência de duas pessoas na divindade.

Muitos monoteístas tem destacado que tanto o trinitarianismo quanto o binitarianismo enfraquecem o monoteismo estrito, ensinado na Bíblia. Eles insistem que a divindade não pode ser dividido em pessoas e que Deus é absolutamente UNO.

Os que acreditam no monoteísmo estrito se dividem em duas classes. Uma, que afirma que há um só Deus e, assim fazendo, nega, de um modo ou de outro, a perfeita divindade de JESUS Cristo. Esse ponto de vista foi defendido, na história da Igreja primitiva, pelos dinâmicos monarquistas, como Paulo de Samosata, e pelos arianistas, liderados por Ário. Esses grupos relegavam JESUS à posição de um deus criado, subordinado, um deus filho ou semideus.

A segundo visão dos verdadeiros monoteístas acredita em um Deus, mas, além disso, acredita que a plenitude de Deus se manifesta em JESUS Cristo. Acredita que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são manifestações, modos, funções e relacionamentos que o Deus Único tem exibido ao homem. Os historiadores da Igreja tem usado os termos modalismo e monarquianismo modalístico para descrever esse ponto de vista, sustentado na Igreja primitiva por líderes como Noetus, Práxeas e Sabelius. No século XX , aqueles que acreditam, tanto na indivisível unicidade de Deus quanto na perfeita divindade de JESUS Cristo, frequentemente usam o termo UNICIDADE para descrever aquilo em que crêem. 

Usam, também, os termos "UM DEUS" e "NOME DE JESUS" como adjetivos para se auto-denominarem, enquanto aqueles que se opõem  usam, às vezes, expressões errôneas e desacreditadas, como "SÓ JESUS", e "NOVA ORDEM". (A denominação "SÓ JESUS" é errônea, porque, aos trinitarianos, ela traz a implicação da negação do Pai e do Espírito Santo. Entretanto, os que acreditam na unicidade não negam o Pai e o Espírito Santo, mas, antes, veem o Pai e o Espírito Santo como diferentes papéis do Deus Único que é o Espírito de JESUS).

Em resumo, o cristianismo apresenta quatro pontos de vista básicos a respeito da divindade: 1) trinitarianismo; 2) binitarianismo; 3) monoteísmo estrito, com negação da perfeita divindade de JESUS Cristo, e 4) monoteísmo estrito, com a afirmação da completa divindade de JESUS Cristo, ou Unicidade.

Tendo examinado, de modo geral, o conjunto das crenças humanas a respeito da divindade, vamos olhar o que a Palavra de Deus - a Bíblia - tem a dizer sobre o assunto.

O ANTIGO TESTAMENTO ENSINA QUE NÃO HÁ SENÃO UM DEUS.
A expressão clássica da doutrina de um só Deus se encontra em Deuteronômio 6.4: "Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR." Este versículo das Escrituras se tornou a mais característica e importante afirmação de fé dos judeus. Eles a chamam de "Shemá", de acordo com a primeira palavra da frase em hebraico, e, muitas vezes, a citam, da seguinte maneira: "Ouve, Israel, o SENHOR é nosso Deus, o SENHOR é único." Por tradição, um judeu piedoso sempre tenta repetir essa confissão de fé antes de morrer.

Em Deuteronômio (6.5), Deus continuou o anúncio do versículo precedente com uma ordem que exige crença total e amor por Ele, como um só e Único Deus. "Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de toda a tua força." Devemos notar a importância que Deus atribui a Deuteronômio 6.4,5. Ele ordena que estes versos sejam colocados no coração (v. 6); ensinado às crianças durante todo o dia (v. 7); atados à mão e à testa (v. 8), e escritos nos umbrais e nas portas das casas (v. 9).

Os judeus ortodoxos obedecem literalmente essa ordem, ainda hoje, amarrando o "Tefillin" (phylacteries) em seu braço esquerdo e na testa, quando oram, e colocando o mezuzzah em suas portas e portões. (Tefillin são pequenas caixas atadas ao corpo com tiras de couro e mezuzzah são pequenos recipientes contendo pequenos rolos das Escrituras escritos à mão, com tinta preta, por um homem piedoso que observou certos rituais de purificação. Os versos geralmente são Deuteronômio 6.4-9; 11.18-21; Êxodo 13.8-10, e 13.14-16.


(David K.Bernard)
(continua)

   


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

CRISTÃOS SÃO HOMOFÓBICOS?

A VERDADE:
"Se a homofobia é basicamente ser agente de algum ato violento, opressor e discriminatório contra pessoas homossexuais, obviamente os cristãos não devem ser considerados homofóbicos em nenhum aspecto. Isso porque tais atitudes contrariam a ética cristã. Os cristãos são chamados a serem imitadores de Cristo".


A VERDADE EXPLICADA:
Definitivamente os verdadeiros cristãos não são homofóbicos. Mas constantemente os cristãos, especialmente os evangélicos, são acusados de homofobia ao supostamente instigarem o ódio contra os homossexuais.

Se alguns poucos cristãos se comportam de forma homofóbica, eles não podem ser considerados como representantes absolutos do pensamento da ética cristã sobre o assunto. Mas devido às distorções que envolvem essa questão, é preciso que se façam algumas considerações.

O QUE É HOMOFOBIA?
Antes de dizer se os cristãos são homofóbicos, primeiro é preciso definir o que é homofobia. Em seu sentido literal, a palavra homofobia remete à ideia de "medo de homossexuais".

Mas é conhecido que não é exatamente sob esse conceito que essa palavra é aplicada. Popularmente a palavra homofobia passou a designar qualquer atitude que caracterize alguma rejeição, aversão, opressão e violência aos homossexuais. Então ações de violência, demonstrações de ódio e atos discriminatórios são sempre classificados como homofobia e seus agentes identificados como homofóbicos.

OS CRISTÃOS E A HOMOFOBIA
Se a homofobia é basicamente ser agente de algum ato violento, opressor e discriminatório contra pessoas homossexuais, obviamente os cristãos não devem ser considerados homofóbicos em nenhum aspecto. Isso porque tais atitudes contrariam a ética cristã. Os cristãos são chamados a serem imitadores de Cristo.

Inclusive, em seu ministério terreno, JESUS foi censurado por ter mantido contato com certas classes de pessoas que eram repudiadas pelos líderes religiosos da época. Ele não desprezava essas pessoas. Ao contrário! Ele constantemente ia de encontro a elas e andava cercado por publicanos, meretrizes e pecadores.

Além disso, a Bíblia é muito clara ao afirmar que todos são pecadores (Rm 3.23). E sob esse aspecto, qualquer tipo de pecado, independentemente de seu tipo, gravidade e consequência, é suficiente para separar o homem de Deus.  

DEFENDER OS PRINCÍPIOS BÍBLICOS NÃO É HOMOFOBIA
Mas infelizmente o que tem acontecido é que o termo homofobia constantemente tem sido aplicado contra um cristão que simplesmente expõe o que as Escrituras dizem sobre a prática homossexual. Aqui é preciso entender que para os cristãos verdadeiros, a Bíblia é a Palavra de Deus. Ela é absoluta, legitima, inerrante e autoritativa.

A Bíblia jamais deve ser colocada sob a ótica relativista, ou sob a validação de determinadas culturas, grupos e costumes de certas épocas. Quando interpretada adequadamente, não restam dúvidas de que o que era pecado há dois mil anos, continua, ainda hoje, sendo pecado segundo a Bíblia.

Na verdade, de forma muito clara, a Bíblia identifica a prática homossexual como sendo um pecado. O Apóstolo Paulo, por exemplo, inclui o relacionamento homoafetivo ao lado de outras práticas pecaminosas que são condenadas pela Palavra de Deus. Isso não há como ser mudado! As pessoas gostem ou não, todo aquele que crê na inspiração divina da Bíblia jamais defenderá que a homossexualidade é algo normal e aceitável perante Deus.

Mas o que acontece é que grupos do ativismo homossexual querem tentar impor a qualquer custo uma agenda que obriga os cristãos a se calarem acerca do que a Bíblia diz. Essas pessoas não apenas reivindicam o respeito aos homossexuais; na verdade elas tentam impor à sociedade suas ideologias de qualquer jeito, e procuram exterminar a opinião contrária. Um cristão, ou qualquer outro indivíduo, não pode ser classificado como homofóbico por discordar das práticas e das ideias homossexuais.

Os ativistas que defendem a agenda homossexual não podem, em hipótese alguma, acusar de disseminação de ódio e enxergar como criminoso um cristão que não aceita a homossexualidade como algo natural. O que esses movimentos estão tentando fazer é a criminalização da opinião.

Então dizer que o relacionamento homossexual é pecado, não é intolerância ou homofobia, é apenas defender os princípios bíblicos; da mesma forma como também o é dizer que adultério é pecado, por exemplo. Isso significa que um cristão que é acusado de ser homofóbico porque defende sua fé, acaba sendo vítima de intolerância religiosa.

O VERDADEIRO CRISTÃO NÃO PERSEGUE HOMOSSEXUAIS
Como foi dito, a Bíblia realmente afirma que a prática homossexual é pecado. Mas não há uma única passagem bíblica que incentiva a perseguição, a discriminação e a incitação ao ódio contra homossexuais. Se alguém agride um homossexual em nome da Bíblia, essa pessoa desconhece completamente o que está escrito nela.

Aqui vale repetir mais uma vez que a Bíblia diz que todos são pecadores e foram destituídos da glória de Deus. Isso significa que todos carecem da graça divina. Além disso, JESUS resume toda a Lei de Deus em dois mandamentos: 1) amar a Deus sobre todas as coisas; e 2) amar o próximo como ti mesmo (Mt 22.37,38).

Não há qualquer exceção acerca do amor que deve ser dispensado ao próximo. Então ao mesmo tempo em que o cristão não deve concordar com as práticas homossexuais, ele também deve amar, acolher e tratar com respeito e dignidade as pessoas que vivem nesse pecado.

Além disso, dizer que Deus julgará os que vivem na prática homossexual não é uma declaração homofóbica; antes, é uma advertência amorosa e urgente acerca da necessidade de arrependimento e salvação que todas as pessoas precisam.

Mas o problema dos ativistas da agenda homossexual não está relacionado especificamente aos cristãos, está relacionado à Bíblia. Essas pessoas enxergam a Bíblia simplesmente como um livro ultrapassado, antiquado, desatualizado e intolerante. Então para esses grupos os cristãos são homofóbicos simplesmente porque eles seguem a Palavra de Deus.


Autor: Daniel Conegero
(Fonte: estiloadoração.com)