quarta-feira, 27 de março de 2019

MONOTEÍSMO CRISTÃO - Parte II

A VERDADE:
"Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR." (Deuteronômio 6.4)
"...mas Deus é um." (Gálatas 3.20)


A VERDADE EXPLICADA:
Durante uma viagem à Jerusalém, onde colhemos as informações citadas no bloco anterior (parte I), tentamos comprar o Tefillin. O mercador, judeu ortodoxo, afirmou não vender Tefillin aos cristãos, porque eles não acreditam nele nem tem a devida reverência a esses versículos das Escrituras. Quando citamos Deuteronômio (6.4) e explicamos nossa total concordância com o mesmo, seus olhos se iluminaram, e prometeu vendê-lo a nós sob a condição de que tratássemos o Tefillin com cuidado e respeito. Sua preocupação mostra a extrema reverência e a fé profunda que os judeus tem pelo conceito de um único Deus. Revela, também, que uma das maiores razões porque os judeus tem rejeitado o cristianismo, através da história, é a percepção distorcida da mensagem monoteísta.

Muitos outros versículos das Escrituras afirmam enfaticamente o monoteísmo estrito. Os Dez Mandamentos começam com: "Não terás outros deuses diante de mim..." (Ex 20.3; Dt 5.7). Deus deu ênfase a este comando, afirmando que Ele é um Deus zeloso (Ex 20.5). Em Deuteronômio (32.39), Deus disse que não há outro Deus além d'Ele. Não há nenhum deus semelhante ao SENHOR e nenhum deus além d'Ele (II Sm 7.22; I Cr 17.20). Só Ele é Deus (Sl 86.10). Há enfáticas declarações de Deus em Isaías:
"Antes de mim deus nenhum se formou e depois de mim nenhum haverá. Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há salvador". (Is 43.10,11)
"Eu sou o primeiro, e eu sou o último, além de mim não há Deus". (Is 44.6).
"Há outro Deus além de mim? Não, não há outra Rocha que eu conheça". (Is 44.8)
"Eu sou o SENHOR que faço todas as cousas, que sozinho estendi os céus, e sozinho espraiei a terra". (Is 44.24)
"Além de mim não há outro; eu sou o SENHOR e não há outro". (Is 45.6)
"Não há outro Deus senão eu, Deus justo e salvador não há além de mim. Olhai para mim, e sede salvos, vós todos os termos da terra, porque eu sou Deus, e não há outro". (Is 45.21,22)
"Lembrai-vos das cousas passadas da antiguidade; que eu sou Deus e não há outro, eu sou Deus e não há outro semelhante a mim". (Is 46.9)
"A minha glória não dou a outrem". (Is 48.11; ler também Is 42.8)
"Ó SENHOR dos exércitos, Deus de Israel, que estás entronizado acima dos querubins, tu somente és o Deus de todos os reinos da terra; tu fizeste os céus e a terra". (Is 37.16)

Há somente um Deus que é o Criador e o Pai da humanidade (Ml 2.10). Durante o reino do Milênio, haverá um só SENHOR, com um só nome (Zc 14.9). Resumindo, o Antigo Testamento fala de Deus como sendo único. Muitas vezes a Bíblia chama Deus de o Santo de Israel (Sl 71.22. 78.41; Is 1.4; 5.19; 5.24), mas nunca de "santo dois", santo três", ou "muitos santos".

Uma observação comum feita por alguns trinitarianos, a respeito da doutrina da unicidade de Deus no Antigo Testamento, é que Deus teria apenas pretendido dar ênfase à Sua unicidade, em oposição aos deuses pagãos, embora Ele ainda existisse como pluralidade. Entretanto, se isso fosse verdade, por que Deus não a deixou bem clara? Por que os judeus não entenderam uma teologia de "pessoas", mas, antes, tem insistido no monoteísmo absoluto? Vejamos do ponto de vista de Deus. Suponha que Ele realmente quisesse excluir qualquer crença na pluralidade da divindade. Como poderia fazê-lo, usando a terminologia então existente? Que palavras poderia usar, fortes bastante, para conseguir difundir Sua mensagem a Seu povo? Pensando sobre isso, concluímos que Ele usou a linguagem mais forte possível, capaz de descrever a absoluta unicidade. Nos versículos antes citados, de Isaías, observamos o uso de palavras e frases como "nenhum", "não há outro", "nenhum semelhante", "nenhum além de mim", "sozinho" e "um só". Deus, com certeza, não poderia tornar mais claro que não existe qualquer tipo de pluralidade na divindade.

Em resumo, o Antigo Testamento afirma que Deus é absolutamente um, em número.

O NOVO TESTAMENTO ENSINA QUE NÃO HÁ SENÃO UM DEUS
JESUS ensinou, enfaticamente, Deuteronômio 6.4, chamando-o de primeiro de todos os mandamentos (Mc 12.29,30). O Novo Testamento pressupõe o ensino do Antigo Testamento de que há um só Deus, e repete muitas vezes, e com muita clareza, essa mensagem:
"Visto que Deus é um só, o qual justificará..." (I Co 8.4)
"Para nós há um só Deus, o Pai..." (I Co 8.6)
"Mas Deus é um..." (Gl 3.20)
"Um só Deus e Pai de todos..." (Ef 4.6)
"Porquanto há um só Deus..." (I Tm 2.5)
"Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios creem e tremem..." (Tg 2.19)

Ainda em I João (2.20), a Bíblia chama Deus de o Santo. Há um trono no céu e apenas uma pessoa sentada nele (Ap 4.2). 
Nos capítulos a seguir, vamos estudar com mais profundidade o monoteísmo do Novo Testamento, mas os versículos das Escrituras citados acima já são suficientes para estabelecer que o Novo Testamento ensina que Deus é UM!

CONCLUSÃO
Como vimos, a Bíblia ensina um monoteísmo estrito. O povo de Deus tem-se identificado sempre com a mensagem de um Único Deus. Deus escolheu Abraão por sua disposição de abandonar os deuses de sua nação e de seu pai adorar o único Deus verdadeiro (Gn 12.1-8). Deus castigou Israel  todas as  vezes em que o povo começou a adorar outros deuses, e o culto politeísta foi uma das principais razões para que Deus, finalmente, os enviasse para o cativeiro (At 7.43). O Salvador veio ao mundo através de uma nação (Israel) e através de uma religião (judaísmo), cujo povo tinha, finalmente, se libertado do politeísmo. Eram totalmente monoteístas.

Hoje, Deus exige para Si um culto monoteísta. Na igreja, somos herdeiros de Abraão pela fé, e essa posição de honra exige que tenhamos a mesma fé monoteísta no Deus de Abraão (Rm 4.13-17). Como cristãos no mundo, jamais poderemos deixar de exaltar e proclamar a mensagem de que há apenas um Único e Verdadeiro Deus vivo.


(David K.Bernard)
>continua