A VERDADE:
“E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição...” (II Pe 2.1)
A VERDADE EXPLICADA:
No autêntico exercício dos dons espirituais o Espírito Santo é soberano. O fato registrado em Atos (19.11,12), não significa doutrina sobre o assunto, nem modelo para ser copiado. Por outro lado, o costume hoje em dia praticado por certos elementos, de reunir endemoninhados, praticar expulsão de demônios à moda de exorcismo, à prestação, manipulando as pessoas como se os demônios estivessem saindo da vítima aos poucos, é prática reprovável e antibíblica.
Os demônios são expulsos, sim, em Nome de JESUS, por direção e poder do Espírito Santo, mas de maneira bíblica, original, sem deixar dúvida, confusão, nem escândalo.
JESUS nos mandou chamar pecadores e expulsar demônios, mas em muitos lugares estão hoje fazendo o inverso: chamando demônios e expulsando pecadores. Sim, porque estes saem confusos, desiludidos, escandalizados. Saem pior do que chegaram. É isso operação de dons espirituais? Nunca! Poder manifesto de Deus não produz escândalo, grosseirismo, e puro emocionalismo aliado à ignorância e à credulidade, que uma vez passados, só resta frustração, engano, medo e revolta.
Isto é mais operação diabólica, para confundir os neófitos e perturbar a boa marcha do trabalho do Senhor. O diabo não pode impedir a obra de Deus mas pode atrapalhar, usando os instrumentos de que dispõe.
Tenhamos cuidado! Está dito na Palavra de Deus, que houve, no passado, entre os fiéis, falsos profetas, e que os mesmos continuarão existindo. Deus não é de confusão. A ausência de continuado e metódico ensino bíblico sobre o Espírito Santo e Suas genuínas operações contribui para isso. O inimigo sabe muito bem tirar proveito da ignorância. Ele não somente fomenta a mentira, mas também faz crer nela, o que pode ser ainda pior. Há demônios cuja missão principal é enganar. (I Tm. 4.1).
O inimigo aproveita enquanto os trabalhadores dormem, para semear a má semente, especialmente aqueles que dormem de noite e descansam de dia. Não se confunda gritos, trejeitos, gestos desconexos, pulos, linguagem impressionante, barulho emotivo e algaraviada pública, com o real poder do Espírito Santo.
Profunda espiritualidade e poder de Deus não implicam desordem e escândalo para gregos, judeus e a Igreja de Deus.
Há, no momento, sendo acolhidos por certos grupos, alguns pretensos obreiros, desautorizados, promovendo por si próprios, movimentos ditos carismáticos, mas sem a devida base bíblica, sem conhecimento da doutrina específica, sem experiência cristã e ministerial, sem cultura bíblica e secular, sem ordem de ministério irregular, irreverentes, gananciosos, explorando o povo e as igrejas, iludindo a boa-fé dos incautos e aproveitando-se da credulidade das massas, prosseguindo, assim, até que os escândalos provoquem uma reação negativa geral e acabe tudo em decepção, sem que ninguém os detenha.
Os tais, ostentando a coleção inteira de sinais de um falso profeta, em lugar de procurarem expulsar demônios e praticar curandeirismo, eles é que deviam ser expulsos! Dizendo-se autorizados por Deus, arrogam-se autoritários, não aceitando qualquer conselho bíblico, chegando a ponto de quererem provar seus erros pela Palavra de Deus!
Poder, sinais e maravilhas devem caracterizar um genuíno avivamento, pleno de renovação espiritual, mas livre de escândalo, engano, mistificação. Dentro da decência e ordem que a Palavra preceitua.
O certo é que tais pseudo-obreiros estão causando sérios estragos dentro e fora da Igreja, pretextando expulsão de demônios, curas, revelações, visões, arrebatamentos, profecia e línguas estranhas.
Não duvidamos que muitas dessas pessoas tenham a princípio recebido de Deus um ministério de poder, mas estragaram-no, porque começaram a laborar fora do plano divino como revelado nas Escrituras e continuaram assim pensando que Deus estava aprovando seus erros. Como em II Reis (6.5), perderam o ferro do machado. Só tem agora o cabo. Se deram fruto a princípio, não permaneceram assim, por persistirem no erro. Os frutos produzidos não permaneceram, como JESUS falou. (Jo 15.16).
Caro amigo, se você reconhece que tem recebido um ministério de pregação acompanhado de sinais e maravilhas, exerça-o, mas segundo a doutrina bíblica, apegado sempre à Palavra. Deus concede poder, mas não é responsável pelo uso desse poder. Não é possível um tal ministério frutificar mais e mais e permanecer sempre assim, se o instrumento humano não se conservar na pureza doutrinária da Palavra de Deus.
Um obreiro pode receber de Deus o mais rico ministério de libertação e conservar-se profundamente bíblico e dentro dos ditames da ética ministerial. Se alguém reconhece que tem recebido dons espirituais para um ministério de poder, o primeiro passo não é sair fazendo demonstrações pueris, escandalosas e antibíblicas. Não! O primeiro passo é conhecer o que a Bíblia ensina sobre tal ministério.
Autor: Antonio Gilberto
(Fonte: Mensageiro da Paz 1196/Dez.1986)