Talentos que podem ser nossos filhos.Nossa família. As oportunidades para testemunhar. Nossas mãos, com que servimos. A voz com que podemos louvar, agradecidamente...
A VERDADE EXPLICADA:
Minh'alma, não te esqueças de agradecer ao teu Deus maravilhoso, os talentos que recebeste de Suas dadivosas mãos. Talentos. Muitos? Poucos? Difíceis? Fáceis? Talentos que são oportunidades. Talentos que são meios pelos quais Deus quer abençoar a vida de tanta gente. Talentos que são meios de Deus manifestar o Seu poder e a Sua graça em nossa vida, tantas vezes frágil, carente, breve, sem méritos. Minha'alma, não te esqueças de agradecer a Deus os talentos que recebeste. Não te esqueças!
Sentes frustrações? Lamentas tuas grandes limitações? Sentes quase insuportáveis as responsabilidades que pesam sobre ti? Considera tudo isso, medita em todas essas coisas, e agradece.
Na vida tens tido muitos privilégios. Já avaliastes cada um deles? E não existe privilégio sem deveres, sem responsabilidades. Sentes sacrificial, doloroso, o cumprimento desses encargos, na mordomia dos talentos que Deus te confiou? Não te maldigas. Canta louvores. Demonstra e proclama tua imensa gratidão! Em todos esses momentos, encontrarás caminhos de paz interior.
Dos talentos que recebeste, minh'alma, um dia se pedirão contas. Foram-nos confiados, para exercício responsável. E o que diremos, no grande dia?
Talentos. Talentos que podem ser nossos filhos. Nossa família. As oportunidades para testemunhar. Nossas mãos, com que servimos. A voz com que podemos louvar, agradecidamente. Talentos que podem ser nossos pés, formosos sobre os montes, anunciando a paz. Talentos que são aquelas horas que podemos passar junto ao Trono da Graça divina, intercedendo pelos que sofrem, chorando com os que choram, repartindo o nosso pão com os necessitados, sem fazer disso publicidade que tantos procuram, nestes nossos tempos de religiosidade demagógica, caricata.
Mas tens preferido caminhos de lamúrias, de lamentações. E foste chamada, minh'alma, para as alegrias plenas de uma experiência profunda com Deus, saciando-te nas fontes inesgotáveis da misericórdia do Senhor. E perambulas nos labirintos dos teus queixumes repetidos, das tuas murmurações, dos teus ais e gemidos, quando nasceste de novo, para as coisas de cima, para que andasses buscando as coisas inefáveis do Deus que te resgatou.
Talentos que são bênçãos porque devemos dar graças, mesmo nesta hora de interrogações que estejamos atravessando. Feliz é aquele que pode agradecer, sinceramente, mesmo que seja apesar de.
Paulo, o apóstolo valoroso, testemunhava: "Fazei tudo sem murmurações, para que vos torneis irrepreensíveis no meio de uma geração pervertida, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo..."
No mundo violentado pelas trevas caliginosas do egoísmo. Trevas que estão custando a passar. Demoram-se. Agridem o bem.
E os tempos reclamam a dedicação dos que foram aquinhoados com talentos, confiados por Deus. Talentos que encerram privilégios e responsabilidades. E dos quais, quer queiramos ou não, um dia prestaremos contas. E que o façamos, em amor, com sinceridade, agradecidamente...
Ivan Espíndola de Ávila
Jornal de Oração/Jun.1987