terça-feira, 22 de janeiro de 2019

LÍNGUAS ESTRANHAS PARA EDIFICAÇÃO

A VERDADE:
"As línguas de Babel não foram para a edificação mas para confusão; a própria palavra "Babel" já significa isso".


A VERDADE EXPLICADA:
A Bíblia menciona algumas ocasiões em que pessoas se manifestaram falando umas línguas desconhecidas. Essas manifestações ocorriam sempre com relação a um propósito de Deus. O primeiro registro sobre línguas desconhecidas está em Gênesis capítulo 11, por ocasião da audaciosa pretensão dos homens de construírem uma torre cujo topo chegasse até o céu; parece que tinham ideia de um céu muito baixo, mas os obstinados ensinam e creem em certas coisas por mais ridículas que sejam. O fato teve lugar na terra de Sinear, lugar da antiga Babilônia. Deus interveio com o propósito de impedir que a torre fosse levantada. O plano deles de alcançarem o céu, todavia, nunca chegaria a ser concretizado.

As línguas de Babel não foram para a edificação mas para confusão; a própria palavra "Babel" já significa isso.

Outro caso de línguas desconhecidas está registrado no capítulo 5, versos 24 a 28 do livro de Daniel, embora as palavras tenham sido em aramaico, língua dos caldeus, e eles não tinham conseguido saber o significado nem dar a interpretação. Foram também palavras em línguas para julgamento e só Daniel foi capaz de saber o significado e dar a interpretação das palavras desconhecidas.

O terceiro e mais importante registro de línguas desconhecidas encontra-se no Livro dos Atos dos Apóstolos, capítulo 2, no Dia de Pentecoste, em Jerusalém, quando os apóstolos e outros discípulos estavam reunidos aguardando a promessa de serem batizados com o Espírito Santo: "E cumprindo-se o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos no mesmo lugar; e de repente veio do céu um som como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados, e foram vistas por eles, línguas repartidas como que de fogo, as quais repousaram sobre cada um deles, todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem". (At 2.1-4)

No dia de Pentecoste foi estabelecida e inaugurada a Igreja de JESUS, conforme Ele prometera aos apóstolos, quando passavam por Cesaréia de Filipe (Mt 16.18). A pedra é Cristo (At 4.11,12; Ef 2.20; Is 28.16; Sl 118.22,23; Mt 21.42). Daí para frente as manifestações em línguas desconhecidas estiveram sempre presentes e continuam até os nossos dias como uma prova da operação do Espírito Santo no meio do povo de Deus e para a edificação da Igreja.

Este importante fenômeno tem dado lugar a um grande número de teorias, e muitas objeções tem sido levantadas, especialmente com relação ao propósito divino das manifestações em línguas desconhecidas e da sua continuidade até os nosso dias. Um exame cuidadoso e despretensioso das muitas passagens que se referem ao assunto, lança por terra todas as teorias e objeções que tem sido levantadas. Não é intenção replicar essas objeções; isso seria assunto para um livro!

É bom que se esclareça o seguinte: no dia de Pentecoste, os apóstolos e os outros discípulos falaram línguas desconhecidas por eles mesmos; entretanto, essas línguas foram entendidas pelos vários grupos de pessoas de outras nações que estavam em Jerusalém, os quais, despertados pelo barulho, correram ao local: "E todos pasmavam e se admiravam dizendo uns aos outros: pois quê? Não são galileus todos esses que estão falando? Como é pois que os ouvimos falar cada um na própria línguas em que nascemos?" (At 2.7,8). Isso não significa, absolutamente, que cada discípulo falava uma língua daqueles grupos, mas que eles assim entendiam. Era um fenômeno milagroso dando lugar a outro igualmente maravilhoso.

Daí surgiu uma antiga teoria, a qual é tão incoerente quanto inconsistente ao mais fraco exame de texto, embora apareça no rodapé de algumas Bíblias comentadas e explicadas. É a teoria que afirma terem sido as línguas estranhas dadas por Deus com o propósito evangelístico. Mas vemos que no Pentecoste os discípulos não estavam pregando a ninguém. Eles estavam orando e falando das grandezas de Deus, e sendo edificados.

Não pensavam em pregações mas esperavam ser revestidos com o poder do Alto para começarem a pregar. Unicamente quem pregou foi Pedro, mas pregou na língua do povo, e o resultado foi a conversão de quase três mil almas.

Nunca se deve pregar em línguas desconhecidas, salvo se houver intérprete. E para isso, quem seria idôneo? O apóstolo Paulo dá um sentido exato do propósito divino com relação às línguas: em I Coríntios (14.2), lemos: "Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus, porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistério..." No verso 4 ele diz: "O que fala em língua estranha edifica-se a si mesmo". No verso 19 ele diz: "Todavia eu antes quero falar na igreja (isto é, aos outros) cinco palavras da minha própria inteligência, para que possa também instruir a outros, do que dez mil palavras em línguas estranhas". Embora ele dê graças a Deus porque fala mais línguas do que todos (verso 18). É evidente que quem fala em línguas não fala aos homens, senão a Deus, e edifica-se a si mesmo. Esse é um dos principais propósitos das línguas espirituais.


Elyseu Queiroz de Souza
(Fonte: MP 1216/Abr.1988)



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