quarta-feira, 5 de junho de 2019

MONOTEÍSMO CRISTÃO - Parte VI

 A VERDADE:
"Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR". (Deuteronômio 6.4)
"...mas Deus é um". (Gálatas 3.20)


A VERDADE EXPLICADA:

O ANJO DO SENHOR
Alguns dos numerosos aparecimentos do "Anjo do SENHOR" parecem ser teofanias. O Anjo do SENHOR apareceu a Hagar, falou como se fosse Deus, e ela o chamou de Deus (Gn 16.7-13). A Bíblia diz que o Anjo do SENHOR apareceu a Moisés na sarça ardente, mas a seguir afirma que Deus falou a Moisés, naquela ocasião (Ex 3; At 7.30-38). Êxodo (13.21) diz que o SENHOR ia adiante de Israel, como uma coluna de nuvem, enquanto em 14.19 diz que o Anjo de Deus era coluna de nuvem. O Anjo do SENHOR apareceu a Israel, em Juízes (2.1-5) e falou como Deus. Em 6.11-24 descreve o aparecimento do Anjo do SENHOR a Gideão, e, a seguir, diz que o SENHOR olhou para Gideão. Em outra ocasião, o Anjo do SENHOR apareceu a Manoá e à sua mulher, e eles acreditaram ter visto a Deus (Jz 13.2-23).

Em outras visitas do Anjo do SENHOR, não encontramos indícios de que fossem manifestações do próprio Deus, mas, frequentemente, as pessoas entendem que sim. Exemplos disso são os aparecimentos a Abraão, no Monte Sinai, e a Balaão (Gn 22.11-18; Nm 22.22-35). Às vezes, o Anjo do SENHOR é, claramente, não uma manifestação de Deus, mas um anjo identificado como um outro ser separado do SENHOR Deus. Exemplos disso são os aparecimentos a Davi e a Zacarias (II Sm 24.16; I Cr 21.15-30; Zc 1.8-19). O Anjo do SENHOR, no Novo Testamento, aparentemente não é senão um anjo e, com certeza, não se trata de JESUS Cristo (Mt 1.20; 2.13; 28.2; At 8.26).

Ao analisar todos estes versículos das Escrituras, alguns afirmam que o Anjo do SENHOR é sempre uma manifestação direta de Deus. No entanto, alguns dos exemplos já mencionados não sustentam esse ponto de vista, e dois deles, na verdade, o contradizem. Outros dizem que o Anjo do SENHOR é uma manifestação de Deus em alguns exemplos, mas não em outros. Esse segundo ponto de vista parece estar mais de acordo com as Escrituras.

Um terceiro ponto de vista, entretanto, afirma que o Anjo do SENHOR nunca é o SENHOR, mas sempre, literalmente, um anjo. Sustentam essa argumentação, dando ênfase ao fato de que anjos são porta-vozes, mensageiros e agentes de Deus. Em outras palavras, esse modo de pensar sustenta ser apropriado dizer "o SENHOR disse" ou "o SENHOR fez", mesmo que Ele tenha dito ou feito pela intervenção de um anjo. De acordo com esse ponto de vista, a descrição de um ato de Deus relatado como um aparecimento angelical é um modo resumido de dizer que Deus agiu através do anjo.

Uma vez que os escritores bíblicos deixaram claro, desde o princípio dos relatos, que um anjo foi o agente direto, não há porque existir ambiguidades ou discrepâncias. Sob este raciocínio, as pessoas que tomaram conhecimento da visita de Deus, ou estavam enganadas em sua crença de que tinham visto o próprio Deus, ou, mais provavelmente, reconheceram que Deus estava usando um anjo para falar com elas e, portanto, se dirigiram a Deus, através do anjo. Não há outra maneira de se reconciliar este terceiro ponto de vista com os versículos das Escrituras que identificam o Anjo do SENHOR com o SENHOR mesmo; quer dizer, o anjo apareceu visivelmente, mas o SENHOR também estava presente de maneira invisível. Asism sendo, as referências ao SENHOR agindo ou falando podem significar, literalmente, o SENHOR e não o anjo.

Resumindo, é evidente que o Anjo do SENHOR, no Antigo Testamento, não era sempre Deus mesmo. Uma pessoa pode argumentar plausivelmente, que o anjo do SENHOR não era nunca uma real teofania, mas não pode seriamente sustentar que o Anjo do SENHOR era sempre uma teofania. A explicação mais simples é que a expressão "Anjo do SENHOR", às vezes se refere a uma teofania de Deus, mas, outras vezes, indica nada mais que um simples anjo.

Um estudioso trinitariano resume assim o ponto de vista predominante:

"No Antigo Testamento, o Anjo do SENHOR podia ser apenas um mensageiro de Deus (a própria palavra em hebraico significa mensageiro), distinto do próprio Deus (II Sm 24,16), ou podia ser identificado com o próprio SENHOR falando na primeira pessoa. É característico das teofanias do Antigo Testamento o fato de Deus não poder ter Sua forma delineada... Deus é livre para tornar Sua presença conhecida, mesmo quando os seres humanos precisam ser protegidos de Sua presença imediata".

MELQUISEDEQUE
Muitos entendem Melquisedeque como uma teofania (Gn 14.18). Hebreus (7.3) diz que ele era sem pai, sem mãe e sem genealogia. Isso pode significar que ele era Deus em forma humana, ou pode simplesmente significar que sua origem genealógica não tinha registro. Hebreus (7.4) o chama de homem. Independentemente do fato de ser considerado homem comum ou uma teofania de Deus em forma de homem, ele foi um tipo ou símbolo de JESUS Cristo (Hb 7.1-17).

O QUARTO HOMEM NO FOGO
Uma suposta teofania é o quarto homem que apareceu no fogo, quando Sadraque, Mesaque e Abede-Nego foram lançados na fornalha (Dn 3.24,25). O rei pagão, Nabucodonosor, disse: "Eu, porém vejo quatro homens soltos... e o aspecto do quarto é semelhante a um filho dos deuses..." (Dn 3.25). Algumas versões dizem "ao Filho de Deus". No entanto, na linguagem original (aramaico) não existe o artigo definido antes da palavra Filho; isto é, não há o artigo "o" antes de Filho nessa passagem. O rei estava usando terminologia pagã e não tinha conhecimento da futura vinda do Filho unigênito de Deus. Muito provavelmente o rei viu um anjo, porque ele descreveu a aparição como um anjo (Dn 3.28). Parece que a expressão "um filho dos deuses" pode se referir a seres angelicais (Jó 38.7). Quando muito, o que Nabucodonosor viu pode ter sido apenas uma temporária teofania de Deus. Essa não era, com certeza, uma visão do Filho de Deus descrito no Novo Testamento, porque o Filho ainda não tinha nascido e a filiação ainda não tinha começado.

HÁ TEOFANIAS NO NOVO TESTAMENTO?
O Novo Testamento não registra nenhuma teofania de Deus em forma humana a não ser JESUS Cristo. JESUS, naturalmente, era mais que uma teofania; Ele era não apenas Deus aparecendo na forma de um homem, mas Ele era Deus vestido com verdadeiro corpo humano. O Anjo do Senhor em Mateus (1.20; 2.13; 28.2) e Atos (8.26) parece ser apenas um anjo, nada mais; não há evidência em contrário. Está claro nessas passagens, que o anjo não é JESUS Cristo.

Isso está de acordo com a conclusão de que o Anjo do SENHOR no Antigo Testamento não era sempre o próprio SENHOR. A única possível teofania do Novo Testamento é a pomba, no batismo de JESUS. Por que essa falta de teofanias no Novo Testamento? A razão é que não há necessidade delas. Deus Se revela completamente em JESUS Cristo. JESUS descreve e revela completamente o Pai (Jo 1.18). JESUS é a imagem expressa do Deus invisível, o brilho de Sua glória, e a imagem expressa de Sua pessoa (Cl 1.15; Hb 1.3).

CONCLUSÃO
No Antigo Testamento, Deus resolveu revelar aspectos de Sua natureza ao homem, através de várias teofanias. Essa revelação progressiva de Deus, através das teofanias, culminou e encontrou cumprimento perfeito em JESUS Cristo, na era do Novo Testamento. Isso nos leva à grande verdade de que JESUS é o único Deus do Antigo Testamento. 


continua...
(David K.Bernard)


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