A VERDADE:
"Alguém disse defensivamente: “Eu não tenho feito nada de errado. Não é isso bastante?” Não! Não é bastante evitar o erro. A questão é: Estamos nós cumprindo os propósitos de Deus? A maior coisa em nossa vida cristã é agradar ao Senhor fazendo a Sua vontade. O apóstolo Paulo escreveu: “...pelo que muito desejamos também ser-lhe agradáveis, quer presentes, quer ausentes...” (II Co 5.9). Nosso Senhor JESUS disse: “...a minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra...” (Jo 4.34). “...eu sempre faço o que lhe agrada...” (Jo 8.29). Se nós não estamos cumprindo a vontade de Deus em nossas vidas, nós estamos errando o alvo. A palavra pecado na Bíblia quer dizer isto mesmo".
A VERDADE EXPLICADA:
Oséias mostra a falha de Israel pela expressão arco traiçoeiro.
Arco traiçoeiro (Os 7.16).
“...eles são como arco traiçoeiro...”. Algumas versões dizem “um arco imperfeito”. Descrevendo a ruína de Israel, o salmista escreve: “...tornaram atrás e portaram-se aleivosamente como seus pais, viraram-se como um arco traiçoeiro...” (Sl 78.57). Um arco é descrito como traiçoeiro, ou arco enganoso, quando ele não acerta o alvo, quando a sua corda não está esticada. O arco defeituoso não acerta o alvo.
Uma das piores coisas que podem acontecer na vida de um crente é a pouca vitalidade espiritual. Esta carência afeta nossa vigilância e eficácia. É a vontade de Deus que nossa vida seja abundante de graça e poder na Sua obra. JESUS disse: “...eu vim para que tenham vida e vida com abundância...” (Jo 10.10). Paulo exortou aos coríntios: “...meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor...” (I Co 15.58).
Vejamos como chegamos a perder a nossa eficácia:
Aspirações erradas (Os. 7.14).
“...eles não clamaram a mim com seu coração, mas davam uivos nas suas camas; para o trigo e para o vinho se ajuntam, mas contra mim se rebelam...” A religião que Israel praticava tinha propósitos materiais e egoístas. Era a religião do trigo e do vinho. Sua oração era sempre uma demanda por bens materiais e não pelo Senhor. Eles cortavam-se a si mesmos e gritavam de dor, mas não voltavam-se para Deus com verdadeiro arrependimento e obediência. Seu principal objetivo era receber bênçãos materiais de Suas mãos. Nós poderemos nos julgar culpados da mesma atitude se a nossa religião não for mais do que “saúde e dinheiro”. O ensino sistemático sobre a prosperidade deixa os crentes espiritualmente fracos e anêmicos. Não fortalece as fibras morais e músculos espirituais daqueles que o seguem. Fraqueza na vida espiritual nos impede de praticar a missão que Deus nos confiou.
Por outro lado, homens como William Border, que disse: “...não te cales, não recues e sobretudo não te lamentes...”, e mulheres como Pandita Ramabai, que disse: “...a vida que é totalmente dedicada a Cristo, nada tem a temer, nada tem a lamentar...”, foram espiritualmente fortes, como o arco que acerta firmemente em pleno alvo.
Atividades erradas (Os 8.4).
Errar o alvo e não se enquadrar nos propósitos divinos é considerado pecado na Palavra de Deus. O povo de Israel não era desprovido de atividades. “...eles fizeram reis, mas não por mim; constituíram príncipes, mas eu não o soube; da sua prata e do seu ouro fizeram ídolos para si; para serem destruídos...”. Eles estavam envolvidos em atividades políticas, religiosas e sociais, mas não cumpriram a vontade de Deus. Nosso Senhor preveniu Seus discípulos sobre o exercício de atividades que não se enquadrassem na vontade de Deus. “...nem todo o que me diz Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? Então eu lhes direi abertamente: nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade...” (Mt 7.21-23). É possível estar empenhado, ativo em muitas coisas e ainda assim estar fora da vontade de Deus. Tais atividades improdutivas desgastam nossas energias, nossa força espiritual e nossa eficácia. Na vida cristã, o que importa não é a quantidade, mas a qualidade do serviço prestado. Nós não somos máquinas em movimento, mas canais através dos quais Ele cumpre os Seus desígnios. Dessa forma, nossas relações com Deus e nossa obediência se tornam importantes. Esse é o segredo da nossa força e produtividade.
Atitudes errôneas (Os 7.13-15).
“...ai deles porque fugiram de mim; destruição contra eles, porque se rebelaram contra mim... disseram mentiras contra mim... rebelaram-se contra mim; pensaram mal de mim...”
A atitude de insinceridade e rebelião também desgastam nossas energias e nos enfraquece. Nesse caso a corda do arco perde a sua força. Quando Davi encobriu o seu pecado e viveu em rebelião e hipocrisia, até que Natã o repreendeu; ele disse: “ ...enquanto eu me calei, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia, porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio...” (Sl 32.3,4). Depois da sua confissão, ele orou: “...eis que amas a verdade no íntimo e no oculto me fazes conhecer a sabedoria...” (Sl 51.6). Agora purificado e novamente íntegro, ele sentiu-se renovado e declarou: “...ensinarei aos transgressores os teus caminhos e os pecadores a ti se converterão...” (Sl 51.13). A pureza em nosso relacionamento com Deus é o segredo da nossa perseverança em servi-Lo.
Nós vemos este princípio revelado também em Salmos, capítulo 78: “...lisonjeavam-no com a boca e com a língua lhe mentiam, porque o seu coração não era reto para com ele, nem foram fiéis ao seu concerto...” (Sl 78.36,37). “...os filhos de Efraim, armados e trazendo arcos, retrocederam no dia da peleja...” (Sl 78.9). Suas forças se esvaíram.
Israel estava como um arco enganoso, sem força e então ele errou o alvo e tornou-se um “vaso sem préstimo”. Mas exteriormente, parecia demonstrar sucesso e prosperidade. Ele disse: “...contudo eu me tenho enriquecido e tenho prosperado por meus próprios esforços...” (Os 12.8).
Prosperidade e sucesso não são sinais de que tudo vai bem. É possível errar o alvo ou propósitos estabelecidos por Deus e ainda assim ser próspero e alcançar sucesso.
Uma das mais trágicas experiências será constatar, no fim da jornada, que erramos o alvo e desperdiçamos nossas vidas. Por outro lado, podemos andar segundo a vontade de Deus em obediência e integridade e receber Sua direção e força e ter a segurança de que nos conduzimos segundo os Seus propósitos para nossas vidas.
Por: Theodore Williams
(Fonte: MP. 1247/Jan.1991)