A VERDADE EXPLICADA:
Certas datas históricas destacam-se entre os eventos mundiais no destino da humanidade. Por exemplo, no ano 490 ªC. travou-se a batalha de Maratona. Os gregos, embora dispondo de número de soldados muito inferior, repeliram os persas, evitando assim que seus exércitos penetrassem mais na Europa.
No ano 732, na batalha de Tours, no sul da França, Carlos Martel fez recuar os mouros, seguidores de Maomé. Se ele tivesse fracassado, é bem possível que a religião islâmica viesse a dominar todo o continente europeu. Nos Estados Unidos, o ano de 1.776 marcou o nascimento dessa nação.
Outra data que precisamos lembrar é 713 ªC., que foi um ano de grande triunfo e de grande tragédia, de milagres e de erros. Foi um ano que influenciou decisivamente a história do povo de Deus. Essa data tem uma mensagem simbólica, especialmente para os membros das Assembleias de Deus.
Ezequias tornou-se rei de Judá 14 anos antes dessa data. Ele era um homem de destaque. Segundo o livro de II Reis (18.15), ele era o melhor rei que Judá teve até essa data. Mas ele também falhou. Seu exemplo e queda é o que encontramos na história dos avivamentos. Convém que nós observemos bem a triste história de Ezequias e aprender as lições que nos ensinam, a fim de não repetirmos seus erros. O reinado de Ezequias iniciou-se com avivamento. O templo do rei Salomão havia caído em desuso. O mesmo não era mais o centro do culto a Deus. O lixo cobria as áreas sagradas. Só uma liderança enérgica poderia melhorar as coisas.
No primeiro mês do seu reinado, o rei mandou fazer uma limpeza geral em torno do templo. O lixo foi jogado no rio Jordão e os serviços religiosos foram novamente restabelecidos. Ezequias também fez a nação voltar aos princípios e às doutrinas de sua fé. A grande festa da Páscoa, que celebrava a libertação do Egito, havia sido abandonada. Ezequias restituiu a sua observância. As Escrituras afirmam que foi a maior Páscoa celebrada desde os dias de Salomão, quase 300 anos antes.
O ano 713 ªC., o 14º ano do reinado de Ezequias foi um ano de milagres. Foi nesse ano que Senaqueribe, rei da Assíria, trouxe seu exército para diante da cidade de Jerusalém, ameaçando destruí-la. Em resposta à oração de Ezequias, Deus enviou um anjo que em uma noite matou 185.000 soldados do exército assírio.
Também nesse mesmo ano, Ezequias foi curado. Doente para morrer, o rei pediu a Deus que prolongasse a sua vida e o Senhor lhe deu mais 15 anos de vida (II Re 20.1). Ainda mais dramático do que a cura de Ezequias foi o sinal que Deus lhe deu. O profeta Isaías perguntou ao rei qual o sinal de libertação da doença que desejava: que a sombra do sol se adiantasse 10 graus ou voltasse 10 graus para trás, no relógio de Acaz. Neste relógio de sol havia uma coluna perpendicular no topo de uma série de graus. Normalmente a sombra adiantava-se com o movimento do sol, mas o rei pediu que o sol alterasse o seu curso para o oposto do normal. Levantar-se-ia no oeste e não no leste. Foi este o sinal que Deus deu ao rei Ezequias.
Todo o mundo, então conhecido, tomou conhecimento dos milagres realizados naquele ano. Souberam da derrota de Senaqueribe, se bem que, provavelmente, não ficaram sabendo que um só anjo havia causado a derrota! Souberam também da cura de Ezequias, mas os dirigentes do Império Babilônico teriam se interessado especialmente no milagre do relógio de sol. Os caldeus estudavam muito a astronomia e certamente foram os primeiros a notar o estranho funcionamento solar. Para verificar o fenômeno de perto, alguns embaixadores da Babilônia foram enviados à Jerusalém. Ficaram sabendo, então, que o Deus dos hebreus é que havia operado aquele estupendo milagre.
Que excelente oportunidade teve o rei Ezequias para falar aos embaixadores babilônicos acerca de Jeová, o verdadeiro Deus, que ama a todos os seres humanos! Grandes coisas poderiam ter acontecido. Seu testemunho poderia ter influenciado os líderes babilônicos a aceitarem a Deus e um avivamento poderia ter sido produzido em todo o Império Babilônico. Infelizmente, a Bíblia nada informa acerca de Ezequias ter testemunhado para os embaixadores caldeus sobre o poder de Jeová. O rei falhou tristemente. Ele não soube aproveitar a grande oportunidade que Deus lhe dera e nem correspondeu ao benefício que recebeu porque “...o seu coração se exaltou...” (II Cr 32.25). Em vez de lhes mostrar as coisas de Deus, ele “...lhes mostrou a casa do seu tesouro, a prata e o ouro, e as especiarias, os melhores unguentos, e a sua casa de armas...coisa nenhuma houve que lhes não mostrasse, nem em sua casa nem em todo o seu domínio.” (II Re 20.13)
Ezequias também falhou quanto às coisas do seu futuro. Deus enviou-lhe o profeta Isaías para lhe comunicar o seguinte aviso: “Eis que virão dias em que tudo quanto houver em tua casa, com o que entesouraram teus pais até ao dia de hoje, será levado para Babilônia. E não ficará coisa alguma...e dos teus filhos tomarão para que sejam eunucos no palácio do rei de Babilônia.” (Is 39.6,7). Qual foi a resposta de Ezequias a esta profecia de juízo? Foi a seguinte: “Boa é a palavra do Senhor que me disseste. Disse mais: E não haverá, pois, em meus dias paz e verdade?” Esta resposta revelou a dureza do seu coração, a sua irresponsabilidade e egoísmo. Depois disso, nasceu o seu filho Manasses, o mais ímpio de todos os reis de Judá.
Em menos de 100 anos após a morte de Ezequias, os babilônios haviam dominado Judá. Vinte anos depois, a cidade de Jerusalém era um monte de ruínas e o belo templo de Salomão estava completamente destruído. Milhares de judeus foram levados cativos. Os tesouros do domínio de Judá vieram a adornar os templos dos falsos deuses de Babilônia.
Oremos, pois, ao Senhor para que não venhamos a cometer os mesmos erros que o rei Ezequias praticou e que venhamos a compreender a importância de tributar toda a glória Àquele que criou todas as coisas.
Por: RALPH HARRIS
(Fonte: MP. 1236/Jan.1990)
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