A VERDADE:
"A Igreja Primitiva, entretanto, realmente iguala o Messias ao servo sofredor de Isaias, interpretando o real sentido do texto. Os judeus esperavam um guerreiro todo-poderoso como Davi que os levaria para uma batalha contra o poder que dominava sua nação e que iria inseri-los numa posição de poderio mundial. Todavia, JESUS veio como servo".
A VERDADE EXPLICADA:
Antes da queda de Jerusalém em 586 a.C., os profetas de Israel já haviam denunciado os pecados e a complacência moral do povo e diziam que um período de julgamento, o dia de Jeová, vislumbrava no horizonte político. Esse período de julgamento iniciaria através de algum poder estrangeiro. Subsequente à opressão, através desse força alheia, o povo deveria gozar de uma época de felicidade, prosperidade e paz que reproduzisse um elevado grau as glória do passado.
O futuro era frequentemente retratado como uma teocracia – um governo dirigido por Deus – sem a menção de qualquer instrumento humano. Houve vezes em que os profetas esperavam que esse período dourado se realizasse sob o governo de um rei justo e benigno, da dinastia de Davi, no cumprimento da profecia de Natã, que previu que o reino de Davi seria permanente (II Sm 7.11,16; Sl 89.27).
O termo “Messias” equivale ao termo hebraico Mashiah (aramaico, Meshiha) e significa “ungido”. A palavra é empregada no Antigo Testamento com relação aos sacerdotes (Lv 4.5; 6.22; Dn 9.26 RA); aos reis (I Sm 12.3), aos profetas (I Rs 19.16), aos patriarcas (Sl 105.15; I Cr 16.22), e a Ciro, rei da Pérsia (Is 45.1). Ser um Messias (aquele que é ungido) significa ser chamado, consagrado e dotado com poderes para completar uma missão especial para Deus. Os reis eram apontados por Deus para serem líderes em nome do povo e para confirmar as promessas de Deus para a nação. Os profetas eram chamados e consagrados para Deus para proclamarem Sua vontade ao povo. Os sacerdotes eram ungidos para ministrar os rituais concernentes à adoração. Os patriarcas recebiam um chamado divino para revelar Deus às nações. Ciro, um rei pagão, foi apontado por Deus como Seu instrumento para estabelecer uma situação política que seria favorável para a proclamação de Jeová como o Deus do Universo.
As profecias do Antigo Testamento sobre o Messias estão subordinados às seguintes categorias: (1) passagens interpretadas por intérpretes cristãos como material embrionário para o ensino messiânico. (2) passagens que se referem aos descendentes ungidos de Davi que anunciaram um período de paz e prosperidade para Israel. (3) referências bíblicas que descrevem um futuro glorioso sem nenhuma insinuação de algum líder, senão Deus, que cumprirá a tarefa. (4) passagens do livro de Isaías com respeito aos servos.
Passagens interpretadas como material embrionário para o ensino messiânico:
Gênesis 3.15 – Promessa da vitória final do homem
Gênesis 9.26, 27 – Aceitação de Jafé nas tendas de Sem
Gênesis 12.2,3 – A promessa feita a Abraão
Gênesis 26.4 – Uma renovação para Isaque da promessa de Deus a Abraão
Gênesis 28.14 – Renovação para Jacó da promessa a Abraão
Gênesis 49.10 – Uma declaração obscura “...até que venha a ele a quem o cetro pertence...” ou “...até que venha Siló...”
Deuteronômio 18.15,18 – Um profeta se levantará como Moisés
Jó 19.25 – O redentor de Jó
Passagens que se referem ao descendente ungido de Davi que anunciará uma época de paz e prosperidade para Israel:
Amós 9.11-15 – Restauração da monarquia de Davi
Miquéias 4.1-5 – Um glorioso futuro e a restauração do reinado de Davi
Miquéias 5.2-5a – Um rei prometido que governará Israel; Ele não virá de Jerusalém, mas de Belém.
Isaias 4.2-6 – Uma descrição do Renovo como um remanescente justo, mas em 11.1 o Renovo vem da realeza de Davi.
Isaias 9.2-7 – Uma descrição do rei ideal.
Isaias 11.1-9 – Uma descrição do rei da raiz de Davi, que terá as características dos grandes homens de Israel.
Oséias 3.5 – A restauração de Israel através de um descendente de Davi.
Jeremias 23.5-8 – A promessa de Deus de estabelecer um Renovo justo dos descendentes de Davi como rei sobre um Israel restaurado.
Jeremias 22.4 – A preservação da dinastia de Davi (também em Jr 17.25).
Jeremias 30.9 – Um rei da raiz de Davi reinará novamente.
Jeremias 33.19,22 – Sucessão dos governantes da raiz e Davi (ver II Sm 7.16).
Ezequiel 21.17 – Este versículo sugere Gênesis 49.10.
Ezequiel 34.23 – Davi identificado como servo de Deus (ver Ez 37.24).
Zacarias 9.9 – Um monarca humilde e pacífico.
Zacarias 12.7-14 – Um rei ideal da raiz de Davi.
Salmos 2.2-9 – O novo rei entronizado da raiz de Davi cita a promessa de Deus do governo universal.
Salmos 89.4,20,35 – A garantia de que o trono de Davi será estabelecido para sempre.
Salmos 132.11,12 – Outra garantia da promessa de Deus para Davi e seus descendentes.
Referências bíblicas que retratam um futuro glorioso sem menção de algum líder, senão Deus, que cumprirá a tarefa.
Oséias 2.20 – Uma época em que Israel ficará noiva de Deus em termos de fidelidade.
Isaias 28.14-18 – A restauração de Jerusalém.
Isaias 33.14-24 – Um reino de paz.
Isaias 35.1-10 – Uma esperança que brilha para uma nova época.
Isaias 49.22,23 – A restauração de Judá e um futuro próspero.
Isaias 55.1-5 – Uma referência à permanência das alianças de Deus com Davi.
Miquéias 4.4 – Um período de paz e contentamento.
Jeremias 31.23-34 – A restauração de Judá e um novo concerto.
Zacarias 3.10 – Um período de paz.
Zacarias 14.1-21 – A vitória final que trará paz a Jerusalém.
Passagens do livro do profeta Isaias com respeito aos servos:
42.1-4 – O primeiro cântico do servo.
49.1-6 – O segundo cântico do servo.
50.4-11 – O terceiro cântico do servo.
52.13 a 53.12 – O quarto cântico do servo, cuja letra retrata o servo como sofredor. O servo em Isaias é tanto aquele que é fiel em Israel, como o próprio profeta. Os judeus em nenhuma época consideraram a descrição de servo em Isaias como equivalente a um messias. Na mente deles a imagem de um messias sofredor era totalmente estranha. Daí porque rejeitaram a Cristo. A Igreja Primitiva, entretanto, realmente iguala o Messias ao servo sofredor de Isaias, interpretando o real sentido do texto. Os judeus esperavam um guerreiro todo-poderoso como Davi que os levaria para uma batalha contra o poder que dominava sua nação e que iria inseri-los numa posição de poderio mundial. Todavia, JESUS veio como servo.
Por: T.C. SMITH
(MP. 1196 – Dez.1986)
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