quarta-feira, 29 de maio de 2019

RESSUSCITOU JESUS REALMENTE DA MORTE?


A VERDADE:
E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos. Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens”. (I Co 15.17-19)


A VERDADE EXPLICADA:
JESUS levantou do túmulo ou Seus ossos estão enterrados em alguma sepultura na Palestina? A resposta para esta pergunta é muito importante, pois envolve o principal argumento da fé cristã. Paulo escreveu que se JESUS não ressuscitou da morte, então os apóstolos foram testemunhas falsas a respeito de Deus: “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados”. (E ainda mais: os que dormiram em Cristo, pereceram.) “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens”. (I Co 15.17-19).

Desde o Dia de Pentecostes, quando Pedro proclamou publicamente que “Deus ressuscitou a esse Jesus, do que todos nós somos testemunhas” (At 2.32), esta tem sido a parte central da mensagem cristã.

Repetidas vezes JESUS disse a Seus discípulos que seria morto pelos judeus e então ressuscitaria do túmulo ao terceiro dia (Mt 16.21; 19.9; Lc 9.22-27). Contudo Seus discípulos não entendiam o que Ele queria dizer e Sua morte apanhou-os desprevenidos. Eles passaram aquele doloroso fim de semana temerosos de que seriam também mortos. Por 40 dias JESUS apareceu aos Seus discípulos. Eles viram o túmulo vazio e ficaram convencidos de que JESUS estava vivo.

A Bíblia fala de muitas pessoas que foram ressuscitadas. Elas foram simplesmente restauradas à sua forma anterior, apenas para morrer outra vez. JESUS ressuscitou para nunca mais morrer. Porque JESUS ressuscitou dessa maneira, nós também temos esperança de ressuscitar, não apenas como um espírito sem corpo, mas com um corpo ressurreto (I Co 15).

Mas, levantou realmente JESUS do túmulo ou é imaginação de Seus discípulos? Muitos tem tentado provar que JESUS não ressuscitou. Alguns tem dito que a história da ressurreição foi inventada pela Igreja um ou dois séculos mais tarde. Mas, agora, nós temos um fragmento do Evangelho de João datado não além de 135 A.D. provando que os Evangelhos foram escritos no primeiro século não muito depois dos fatos por eles relatados.

Descobertas durante o século passado tem de tal maneira autenticado a existência de um homem chamado JESUS que foi crucificado sob o poder de Pôncio Pilatos que nenhum historiados poderia dizer que o fato nunca aconteceu.

Mas, estava JESUS realmente morto? Alguns tem tentado argumentar que JESUS estava apenas desmaiado quando os romanos o retiraram da cruz e que restabeleceu-Se no túmulo fresco. Ele levantou-Se do túmulo, apareceu aos discípulos e mais tarde morreu.

Mas JESUS tinha estado sem dormir por 36 horas antes de ser levado a julgamento. Ele havia sido chicoteado de tal maneira que Sua força havia se acabado. Certamente uma pessoa nesta condição, e ainda com uma grande perda de sangue causada por uma lança cravada em Seu lado, não poderia restabelecer na frieza de um túmulo. A frieza apenas apressaria a morte.

E quanto aos guardas e a pedra (Mt 27.62-66)? Não, nós devemos concluir que JESUS estava realmente morto! 

Outros tem tentado provar que as mulheres e os discípulos, sendo estranhos na cidade, se enganaram e foram ao túmulo errado. Se este fosse o caso, certamente os oficiais judeus teriam apresentado o corpo, pois os discípulos estavam excitando toda a cidade com seus brados de que JESUS estava vivo. A única razão lógica para os judeus não terem apresentado o corpo de JESUS é a de que eles não O tinham.

O que aconteceu com o corpo? Alguns argumentaram que os discípulos levaram para longe o corpo de JESUS. Os oficiais judeus espalharam esta história depois do desaparecimento do corpo (Mt 28.13).

Isto proporia três problemas: primeiro, os guardas não teriam permitido que O roubassem, pois teriam que pagar com suas próprias vidas. Segundo, como explicaríamos as aparições depois da ressurreição para mais de 500 pessoas ao mesmo tempo? E, por último, se os discípulos tinham conspirado e planejado esconder o corpo, certamente um deles teria eventualmente contado tudo.

Charles Colson, que foi envolvido no caso Watergate ponderou isto, pelo fato de que ele mesmo esteve envolvido em uma situação semelhante. O círculo dos envolvidos possuía um álibi perfeito, já que todos estavam fechados dentro dele. Mas quando um, do círculo, falou, imediatamente todos procuraram contratar um advogado buscando uma sentença mais leve.

Consideremos o destino dos discípulos. Todos eles, exceto João, morreram por causa de sua fé, contudo nenhum deles recuou, mesmo quando encararam morte certa. Os discípulos nada tinham a ganhar roubando Seu corpo e proclamando que Ele ressuscitou.

Uma outra explicação é que os discípulos, na realidade, não viram JESUS depois que Ele morreu. Eles tiveram alucinações e visões, mas JESUS estava ainda no túmulo. Há dois problemas nisto. Primeiro, tudo que os judeus deveriam fazer era apresentar o corpo de JESUS e o assunto se dissiparia.

Segundo, as aparições de JESUS não se assemelhavam ao modelo normal de alucinações. As pessoas às vezes julgam ver seus entes queridos que já partiram, mas apenas individualmente. Grupos de pessoas não tem alucinações ao mesmo tempo. Nem as alucinações acontecem em locais variados; a tendência é ocorrer sob as mesmas circunstâncias cada vez. Alucinações também não podem parar subitamente, mas vagarosamente vão se tornando menos frequentes. Não, as aparições  após a ressurreição de JESUS não podiam ter sido alucinações.

A que conclusão chegamos? Nós devemos concluir que o túmulo de JESUS está vazio e tem estado assim desde aquela manhã de Páscoa, há mais de 2000 anos. Que diferença faz a ressurreição de JESUS? Por que Ele teve que ressuscitar? Por que, simplesmente, Ele não podia voltar para o céu?

A ressurreição demonstrou duas coisas. Primeiro, provou aos discípulos e a todos os que creram que JESUS era o Messias, o Salvador do mundo. Ela comprovou que o que JESUS havia dito de Si mesmo, do céu e de Deus era verdadeiro. Ele também mostrou que nós servimos a um SENHOR vivo, não a alguém confinado a um túmulo. JESUS está vivo hoje!

Segundo, porque JESUS ressuscitou nós temos a esperança de também ressuscitar e viver eternamente com Ele. Pouco tempo antes de ser crucificado, JESUS disse a Seus discípulos: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora,eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou estejais vós também...” (Jo 14.2,3).

Nossa salvação depende de crer na ressurreição de JESUS. “Se com a tua boca confessares a Jesus  como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo...” (Rm 10.9).


Autor: John M.Elliot
(MP 1199/Mar.1987)







quarta-feira, 22 de maio de 2019

MONOTEÍSMO CRISTÃO - Parte V

A VERDADE:
"Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR." (Deuteronômio 6.4)
"...mas Deus é um". (Gálatas 3.20)


A VERDADE EXPLICADA:

Teofanias
Um meio pelo qual Deus Se revelava aos homens e tratava com eles no Antigo Testamento era através das teofanias. Uma teofania é uma manifestação visível de Deus e, normalmente, de natureza temporária. Ele Se manifestava em uma forma física. Embora não possamos ver o Espírito de Deus, podemos ver uma representação de Deus. Vejamos alguns modos pelos quais Deus escolheu Se manifestar, no antigo Testamento.

Para Abraão, Deus apareceu como uma visão, como um fogareiro fumegante, como uma tocha de fogo, e como homem (Gn 15.1, 17; 18.1-33). Neste último exemplo, Deus e dois anjos apareceram em forma de três homens (Gn 18.2), e comeram a comida providenciada por Abraão. Os dois anjos partiram para Sodoma, e Deus permaneceu para conversar com Abraão (Gn 18.22; 19.1).

Deus apareceu a Jacó como um homem e em sonho (Gn 28.12-16; 32.24-32). Por ocasião do sonho, Jacó lutou com o homem e proclamou, "...vi a Deus face a face..." A Bíblia descreve, também, essa aparição como "o Anjo" (Os 12.4). Deus apareceu a Moisés numa nuvem de glória e como fogo, no Monte Sinai; falou com ele face a face, no Tabernáculo, e revelou-lhe Suas costas (glória parcial), mas não Sua face (toda Sua glória - Ex 24.12-18; 33.9-11; 18-23). Essas referências à face de Deus e à glória de Deus provavelmente são metáforas da presença de Deus e podem se aplicar a muitos diferentes tipos de manifestações.

Deus Se manifestou à nação de Israel, através de trovões, raios, nuvem, voz de trombeta, fumaça, fogo e terremotos (Ex 19.11-19; Dt 5.4,5 22-27). Ele também mostrou Sua glória e enviou fogo de Sua presença diante de todo o Israel (Lv 9.23,24; 10.1,2).

Jó viu a Deus num redemoinho (Jó 38.1; 42.5). Vários profetas viram manifestações de Deus (Is 6; Ez 1.26-28; 8.1-4; Dn 7.2,9; Am 9.1). Para Ezequiel, Ele apareceu na forma de um homem envolto em fogo. Para Daniel, Ele apareceu numa visão noturna, como o Ancião de Dias. Muitos outros versículos das Escrituras nos revelam que Deus apareceu a alguém, mas não nos falam de que modo Ele o fez. Por exemplo, Deus apareceu a Abraão, Isaque, Jacó e Samuel (Gn 12.7; 17.1; 26.2,24; 35.9-15; I Sm 3.21). Do mesmo modo, Deus desceu sobre o Monte Sinai e permaneceu com Moisés; revelou-Se a setenta e quatro líderes de Israel; desceu em coluna de nuvem e permaneceu diante de Moisés, Arão e Miriã; encontrou-Se com Balaão, à noite e em mais duas outras ocasiões (Ex 34.5; 24.9-11; Nm 12.4-9; 23.3-10, 16-24).

Além das aparições acima mencionadas, a Bíblia registra outras manifestações que muitos acreditam ser o próprio Deus. Em Josué (5.13-15), um homem que trazia uma espada na mão, apareceu a Josué e se identificou como "o príncipe do exército do SENHOR". Esse título, e o fato de que Ele não repreendeu Josué por adorá-Lo (diferentemente do que vemos em Apocalipse 19.9,10; 22.8-10), sugerem que esta foi realmente uma manifestação de Deus. Por outro lado, a maneira como se relata essa passagem deixa margem à afirmativa de que Josué mão tenha adorado o príncipe, mas a Deus por causa da aparência do príncipe.


continua...
(David K.Bernard)


quarta-feira, 15 de maio de 2019

UMA ÓRFÃ TORNA-SE RAINHA

A VERDADE:
"Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte". (Rm 8.1, 2)


A VERDADE EXPLICADA:
O livro de Ester relata a tentativa de satanás em destruir a linhagem de JESUS Cristo por meio do aniquilamento de toda a raça judaica. Deus, porém interveio na história pela atuação de uma órfã e de seu pai adotivo, e o plano diabólico foi anulado.

Ester, órfã judia, criada por seu primo Mardoqueu, foi escolhida entre as 127 moças do Império Medo-Persa, para residir no palácio de Susã, casando-se com Assuero. Passados cinco anos, Ester fez uso do seu privilégio real para interceder em favor de seu povo, os judeus, quando estes foram ameaçados de extinção.

CONSPIRAÇÃO DE HAMÃ
O primeiro ministro Hamã, sendo um homem extremamente vaidoso, exigiu que todos no palácio se curvassem diante dele, como se fosse um deus humano. Mardoqueu, judeu devoto e justo, recusou praticar tal ato, e Hamã ficou tão furioso que planejou matar não somente Mardoqueu, mas também todo o povo judeu.

O malvado Hamã persuadiu o rei Assuero a decretar a total destruição do povo judeu por todo o Império Medo-Persa; escolheu-se uma data futura, distante onze meses. Mas Deus não foi apanhado de surpresa por esta aparente tragédia. O SENHOR já tinha preparado uma solução para esta crise antes do problema tomar corpo.

A DECISÃO DE ESTER
O plano de Deus contava com a cooperação da rainha Ester. Mardoqueu pediu que ela se apresentasse diante do rei para rogar em favor da vida do seu povo. Tal ato seria considerado presunçoso e podia custar a vida à rainha. Fazia trinta dias que Ester não era chamada à presença do rei, e Hamã era o amigo mais íntimo deste. 

Ester quis recusar, mas o primo advertiu-a: "Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento doutra parte virá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino?" (Et 4.14). Quando ela se atreveu a apresentar-se diante do rei sem ser chamada, este lhe estendeu o cetro de honra e recebeu-a com muito prazer. Mandou-lhe que pedisse qualquer favor dele, e Ester pediu somente que o rei e Hamã assistissem a um banquete com que ela iria brindá-los naquela noite. Nesse faustoso banquete, Ester não quis revelar a natureza do seu verdadeiro pedido, mas convidou o rei e o primeiro ministro a mais um banquete no dia seguinte.

O rei no palácio, padecia insônia. Para aliviar as horas da noite passada em claro, ele divertia-se lendo as crônicas do seu reinado. Até a madrugada, deparou com o relato do ato de Mardoqueu ao descobrir uma conspiração contra a vida do rei. Dando-se conta de que o gesto generoso de Mardoqueu nunca fora galardoado o rei pediu que algum conselheiro lhe aconselhasse a esse respeito. Neste exato momento, Hamã entrou no palácio (para outros fins!) e foi chamado à presença do rei.

Assuero perguntou o que se deveria fazer para honrar uma certa pessoa, e Hamã naturalmente supôs que essa pessoa fosse ele mesmo. Por isso, recomendou que a tal pessoa fosse levada a passear à cavalo pela cidadela de Susã, conduzido por algum oficial da Corte, que apregoasse os seus feitos para todo o público ouvir. Ignorava ele que acabara de recomendar a elevação do seu grande inimigo Mardoqueu! E Hamã foi indicado para essa tarefa, imagine a que humilhação passou.

À noite, durante o segundo banquete, o rei não pode mais refrear a sua curiosidade, e rogou a Ester que lhe revelasse o conteúdo do seu pedido. Ester sentiu que era chegada a hora escolhida por Deus para falar abertamente e pediu encarecidamente que fosse salva a sua vida e a de seu povo dos malévolos planos elaborados por Hamã.

Ouvindo esta acusação e denúncia, o rei ficou furioso e saiu ao jardim para pensar alguns minutos, talvez no valor da sua rainha e do seu primeiro ministro. Ao entrar de novo na sala de banquetes viu que Hamã estava caído sobre o sofá da rainha.  Tal cena incriminante fez com que Assuero mandasse matar o seu primeiro ministro. Um dos servos lembrou-lhe a existência da nova forca, e, ali, o próprio Hamã foi enforcado no dia seguinte.

A lei Medo-Persa não permitia a anulação de decretos reais já baixados. Por isso o ataque teria que se realizar. Mas o rei bem podia emitir um segundo decreto cuja finalidade fosse diminuir os efeitos do primeiro. Complementado, Assuero decretou que os judeus podiam reunir-se e portar armas em defesa própria. No dia do ataque tão temido, Deus trouxe uma grande vitória para os judeus.

O decreto imutável que sentenciava a raça judaica à morte, nos lembra outra lei imutável -- a do pecado e da morte. Deus decretou que todo pecado seja castigado com a morte. Tal lei não podia ser anulada, nem modificada. Porém emitiu-se um segundo decreto -- a lei do espírito de vida, que possibilitava a isenção da maldição da primeira lei. Esta segunda lei outorgava a vida eterna.

"Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte". (Rm 8.1, 2)



Wanda Watzeck Neves
(Informativo União/Jul.1990)

quarta-feira, 8 de maio de 2019

MONOTEÍSMO CRISTÃO - Parte IV

A VERDADE:
"Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR". (Deuteronômio 6.4)
"...mas Deus é um". (Gálatas 3.20)


A VERDADE EXPLICADA:
DEUS É ONISCIENTE
Salmos 139.1-6 nos ensina que Deus sabe todas as coisas, inclusive nossos movimentos, pensamentos, procedimentos, caminhos e palavras. Jó confessou: "Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado..." (Jó 42.2). Deus tem o conhecimento completo de todas as coisas, inclusive o conhecimento antecipado do futuro (At 2.23). Como a onipresença, a onisciência é um atributo que pertence apenas a Deus. Ele é o "Deus único" (I Tm 1.17). A Bíblia não identifica nenhum outro ser (incluindo satanás) que possa ler os pensamentos do homem, prever o futuro com exatidão, ou saber tudo o que há para ser conhecido

DEUS É ONIPOTENTE (=Todo-Poderoso)
Muitas vezes, através da Bíblia, Deus chama a Si mesmo de Todo-Poderoso (Gn 17.1; 35.11; etc). Ele detém todo o poder que existe e nenhum ser pode exercer qualquer poder que não lhe tenha sido outorgado por Deus (Rm 13.1). Apenas Deus é onipotente, pois apenas um ser pode deter todo o poder. I Timóteo (6.15) descreve Deus como "...bendito e único soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores". Os santos de Deus, nos céus, proclamarão "Aleluia; pois reina o Senhor nosso Deus, o Todo-Poderoso" (Ap 19.6). Deus descreve maravilhosamente Sua grande onipotência em Jó, capítulos 38 a 41.

As únicas limitações de Deus são aquelas que Ele voluntariamente colocou sobre Si mesmo, ou aquelas resultantes de Sua natureza moral. Sendo santo e sem pecado, Ele permanece dentro de Suas próprias limitações morais. É impossível, portanto, para Deus mentir ou contradizer Sua própria Palavra (Tt 1.1; Hb 6.18).

DEUS É ETERNO
Deus é eterno, imortal e viverá para sempre (Dt 33.27; Is 9.6; I Tm 1.17). Ele é o primeiro e o último (Is 44.6). Ele não tem começo, nem terá fim; outros seres dotados de espírito, inclusive o homem, são imortais no que se refere ao futuro, mas apenas Deus é eterno no passado e no futuro.

DEUS É IMUTÁVEL (=Não muda)
O caráter e os atributos de Deus nunca mudam: "Porque eu, o SENHOR, não mudo..." (Ml 3.4). É verdade que Deus, às vezes, se arrepende (muda Seu curso de ação em relação ao homem), mas isso acontece apenas porque o homem muda suas ações. A natureza de Deus permanece a mesma; apenas Seu futuro curso de ação se modifica, para corresponder às mudanças do homem. Por exemplo, o arrependimento de Nínive fez Deus mudar Seus planos de destruir aquela cidade (Jn 3.10). A Bíblia também relata, às vezes, o arrependimento de Deus no sentido de comover-Se e entristecer-Se, mais do que no sentido de mudança de Seu pensamento (Gn 6.6).

DEUS TEM INDIVIDUALIDADE, PERSONALIDADE E RACIONALIDADE.
Deus é um ser inteligente, com vontade (Rm 9.19) e capacidade de raciocinar (Is 1.18). Ele tem uma mente inteligente (Rm 11.33, 34). O fato de o homem ser capaz de ter emoções indica que Deus tem emoções, pois o homem foi criado por Deus à Sua própria imagem (Gn 1.27). A natureza emocional essencial de Deus é o amor, mas Ele tem muitas emoções, tais como prazer, piedade ou compaixão, ódio ao pecado e zelo pela justiça (Sl 18.19; 103.13; Pv 6.16; Ex 20.5). Ele demora a Se zangar, mas pode ter Sua ira provocada (Sl 103.8); Dt 4.15). Podemos entristecer a Deus (Gn 6.6), e podemos bendizê-Lo (Sl 103.1). Suas emoções, naturalmente, transcendem nossas emoções, mas somente podemos descrevê-Lo usando os termos que descrevem as emoções humanas.

OS ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS
"Deus é amor" (I Jo 4.6, 16). O amor é a essência de Deus; Ele é Sua verdadeira natureza. Deus tem muitos outros atributos e qualidades, muitos dos quais prolongamentos de Seu amor.

A NATUREZA MORAL DE DEUS
  1. Amor (I Jo 4.8)
  2. Luz (I Jo 1.5)
  3. Santidade (I Pe 1.16)
  4. Misericórdia (Sl 103.8)
  5. Clemência (Sl 18.35)
  6. Justiça (Sl 129.4)
  7. Bondade (Rm 2.4)
  8. Perfeição (Mt 5.48)
  9. Retidão (Is 45.21)
10. Fidelidade (I Co 10.13)
11. Verdade (Jo 17.17)
12. Benignidade (Sl 103.8)

Estes atributos morais de Deus não são contraditórios; antes operam em harmonia. Por exemplo, a santidade de Deus exigiu uma separação imediata entre Deus e o homem, quando o homem pecou. A justiça e a retidão de Deus exigiam a morte como penalidade do pecado, mas o amor e a misericórdia de Deus procuraram o perdão. Deus satisfez tanto a justiça quanto a misericórdia, através da morte de JESUS no Calvário e do plano de salvação que daí resultou.

Gozamos os benefícios da misericórdia de Deus, quando aceitamos a obra expiatória de JESUS e a aplicamos à nossa vida, pela fé. Quando aceitamos, pela fé, o plano de salvação de Deus, e o obedecemos, Deus nos atribui a justiça de Cristo (Rm 3.21 a 5.21). Assim, Deus pode com justiça, nos perdoar do pecado (I Jo 1.9) e restaurar nossa comunhão com Ele, sem violar Sua santidade.

A morte de JESUS, inocente e sem pecado, e atribuição da justiça de Cristo em nós satisfizeram a justiça e a santidade de Deus. Se, entretanto, rejeitarmos a expiação de Cristo, seremos deixados sós, face a face com o juízo de Deus. Nesse caso, Sua santidade exige separação do homem pecador e Sua justiça exige a morte para aquele que pecou. Desse modo, a justiça e a misericórdia são aspectos complementares, não contraditórios da natureza de Deus, assim como o são a santidade e o amor. Se aceitamos o amor e a misericórdia de Deus, Ele nos ajuda a satisfazer Sua justiça e santidade. Se rejeitarmos o amor e a misericórdia de Deus, temos que enfrentar, sozinhos, Sua justiça e santidade (Rm 11.22).

A lista anterior não contém, naturalmente, de modo exaustivo, as qualidades de Deus. Deus é transcendental e nenhum ser humano pode compreendê-Lo completamente, "...porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos". (Is 55.8, 9). "Oh, profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como do conhecimento Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos! Quem pois, conheceu a mente do Senhor? ou quem foi o seu conselheiro?" (Rm 11.33, 34).


continua...
(David K.Bernard)