sexta-feira, 26 de agosto de 2022

COMO VOCÊ ENFRENTA SUAS CRISES?

A VERDADE:

Se você descobrir Deus em sua luta, a luta, por mais real que seja, se tornará secundária. Sua vida terá um significado que transcende seu sofrimento e abençoará ricamente aqueles que entrarem em contato com você.


A VERDADE EXPLICADA:

Realmente, enfrentamos nossas crises da mesma maneira que enfrentamos a vida. O que modifica é a intensidade de nossos esforços, quando a situação se torna crítica.

Jó é um exemplo excelente. Era um homem de fé, e gostava das coisas boas da vida que Deus lhe concedera. Então, veio a catástrofe. Perdeu o que tinha; da noite para o dia passou da riqueza à miséria. Não foi tudo. Perdeu até mesmo os sete filhos e as três filhas em uma tempestade. A reação de Jó diante dessas notícias terríveis foi a de rasgar as vestes – sinal reconhecido de luto e desorganização de vida -- e raspar a cabeça para expressar seu profundo sentimento de perda.

Não havia explicação para a tragédia. Como poderia enfrentá-la? Sendo homem de fé, Jó prostrou-se e adorou a Deus, dizendo: “Nú saí do ventre de minha mãe, e nú voltarei; o Senhor o deu, e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor...” (Jó 1.21). Jó reconheceu o direito divino de orientar os acontecimentos de sua vida. Jó reagiu diante de sua crise exatamente como reagira diante da vida – colocando a si e o seu futuro nas mãos de Deus.

Não foi só isso. Satanás desafiou a Deus novamente no que se refere a Jó. “Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida. Estende, porém, a tua mão, toca-lhe nos ossos e na carne, e verás se não blasfema contra ti na tua face...” (Jó 2.4,5). Deus tinha uma confiança maior em Jó e permitiu que satanás o afligisse com tumores desde a cabeça até os pés. Dor e miséria foi o que ele teve de suportar. Até mesmo sua esposa o espicaçou: “Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus, e morre...” (Jó 2.9).

Jó talvez tivesse sentido o desejo de fazer isso mas vivera de acordo com sua confiança no caráter de Deus e, se fosse necessário, morreria por isso. Sua resposta foi clara: “Falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus, e não receberíamos o mal...?” (Jó 2.10). Deus pode usar de modo positivo até mesmo o mal que acontece, exatamente como o ourives refina o ouro por meio de intenso calor. Mas nós devemos permanecer abertos diante de Deus e da vida para receber o bem que surge.

O servo de Deus aceitou a situação difícil como parte do processo da vida. Jó amadureceu suficientemente para aceitar as experiências amargas. Sua fé podia dobrar-se sem quebrar! Jó lutou para descobrir o motivo do seu sofrimento. Mas o absurdo da situação em sua própria mente não podia afastá-lo de Deus. Jó perguntou: “Por quê?” O Senhor não respondeu, mas fez algo muito maior – revelou-Se a Jó. A história está cheia de homens que descobriram Deus no meio de grande sofrimento. Descobrindo Deus, encontraram a paz em si mesmos e na situação que atravessavam e puderam dar ao mundo o fruto do seu sofrimento – dons que não seriam seus para dar se não tivessem lutado intensamente. A declaração afirmativa de Jó ao Senhor foi: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem...” (Jó 42.5).

Ver a Deus – saber que Ele existe e que cuida de você – transcende qualquer pergunta, qualquer dúvida, qualquer luta! Se isto lhe parece inacreditável, é porque o deus que há em seus pensamentos é pequeno demais para ser o Deus do universo. Todos os que perceberam e ao Seu caráter ficaram profundamente comovidos. Lembra-se de quando Moisés pediu para ver a Deus? O Senhor o colocou sobre a penha e lhe permitiu que visse o Seu caráter moral, mas não todo o Seu ser. Nenhum homem pode ver a Deus em toda a Sua plenitude sem ficar totalmente esmagado. No final da experiência, as Escrituras dizem que “...imediatamente, curvando-se Moisés para a terra, o adorou...” (Ex 34.8).

Se você descobrir Deus em sua luta, a luta, por mais real que seja, se tornará secundária. Sua vida terá um significado que transcende seu sofrimento e abençoará ricamente aqueles que entrarem em contato com você.

Acrescentamos aqui um P.S.: Deus nos permite perguntar “por quê?” Ele não é insensível às nossas lutas e sofrimentos. Ele sabe que lá no fundo vem à tona uma necessidade de perguntar o motivo. Às vezes encontraremos um motivo que satisfaz nossa mente; podemos descobrir que tomamos decisões erradas, ou que outra pessoa as tomou e que estamos sendo afetados por essas decisões.

Haverá ocasiões, entretanto, quando não poderemos perceber a razão de nosso dilema. Nessas ocasiões podemos duvidar da justiça da situação e até mesmo do amor de Deus. Deus não Se perturba quando lhe fazemos perguntas. Ele sabe que o Seu amor por nós é verdadeiro, e experimenta a nossa agonia mais profundamente do que nós. É quando permanecemos abertos e francos diante d’Ele quanto aos nosso sentimentos e necessidades que Ele pode, a Seu próprio modo e tempo, revelar-nos o Seu cuidado por nós.



Por: Creath Davis

(Fonte: MP. 1245/Nov.1990)

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

COMO TER O CÉU EM SEU LAR

A VERDADE:

O conceito de família estava confuso hoje. Há confusão de papéis. O novo código civil parece não reconhecer a diferença de papéis. Reconhece-se a legitimidade de relações que a Bíblia chama de adultério. As relações homossexuais estão se tornando cada vez mais aceitáveis. A infidelidade atinge mais de 50% dos casais. O índice de divórcio aumenta assustadoramente. A cultura pós-moderna está voltando às mesmas práticas reprováveis nos tempos primitivos.


A VERDADE EXPLICADA:

Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso marido, como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo.” (Ef 5.22,23).

O Contexto Histórico • Um dos maiores problemas da civilização antiga era o pequeno valor que era dado às mulheres. Elas eram vistas não como pessoas, mas como propriedade do pai e depois do marido.


Cultura judaica • Os judeus tinham um baixo conceito das mulheres. Os judeus pela manhã agradeciam a Deus por ele não lhes ter feito: “um pagão, um escravo ou uma mulher.” As mulheres não tinham direitos legais. Elas eram propriedade do pai quando solteiras e do marido quando casadas. Na época em que a igreja cristã nasceu, o divórcio era tragicamente fácil. Um homem podia divorciar-se da sua mulher por qualquer motivo, pelo simples fato da mulher ter colocado muito sal em sua comida, ao sair em público sem véu. A mulher não tinha nenhum direito ao divórcio mesmo que seu marido se tornasse um leproso, um apóstata ou se envolvesse em coisas sujas. “O marido podia divorciar-se por qualquer motivo enquanto a mulher não podia divorciar-se por nenhum motivo.” Quando nasceu a igreja cristã, o laço matrimonial estava em perigo dentro do judaísmo.


Cultura grega • A situação era pior dentro do mundo helênico. A prostituição era uma parte essencial da vida grega. Demóstenes disse: “Temos prostitutas para o prazer; concubinas para o sexo diário e esposas com o propósito de ter filhos legítimos.” Xenofonte disse: “A finalidade das mulheres é ver pouco, escutar pouco e perguntar o mínimo possível”. Os homens gregos esperavam que a mulher cuidasse da casa e dos filhos, enquanto eles iam buscar prazer fora do casamento. Na Grécia não havia processo para divórcio. Era matéria simplesmente de capricho. Na Grécia o lar e a vida familiar estavam próximos de extinguir-se, e a fidelidade conjugal era absolutamente inexistente.


Cultura romana • Nos dias de Paulo a situação em Roma era ainda pior. A degeneração de Roma era trágica. A vida familiar estava em ruínas. Sêneca disse que: “As mulheres se casavam para divorciar e se divorciavam para casar.”

Os romanos ordinariamente não datavam os anos com números, mas com os nomes dos cônsules. Sêneca disse que: “As mulheres datavam seus anos com os nomes de seus maridos.” O poeta romano Marcial nos fala de uma mulher que teve dez maridos. Juvenal fala de uma que teve oito maridos em cinco anos. Jerônimo afirma que em Roma vivia uma mulher casada com seu vigésimo terceiro marido. A fidelidade conjugal em Roma estava quase em total bancarrota. Paulo escreve Efésios (5.22-33) nesse contexto de falência da virtude e desastre da família. Paulo estava apontando para algo totalmente novo e revolucionário naqueles dias.


Cultura Pós-Moderna • O conceito de família estava confuso hoje. Há confusão de papéis. O novo código civil parece não reconhecer a diferença de papéis. Reconhece-se a legitimidade de relações que a Bíblia chama de adultério. As relações homossexuais estão se tornando cada vez mais aceitáveis. A infidelidade atinge mais de 50% dos casais. O índice de divórcio aumenta assustadoramente. A cultura pós-moderna está voltando às mesmas práticas reprováveis nos tempos primitivos.


O PAPEL DA ESPOSA – (versos 22 a 24)

O que não é submissão - Submissão não é inferioridade – Devemos desinfetar a palavra “submissão” de seus sentidos adulterados. A mulher não é inferior ao homem. Ela é tão imagem de Deus quanto o homem. Ela foi tirada da costela do homem e não dos pés. Ela é auxiliadora idônea (aquela que olha nos olhos) e não uma escrava. Aos olhos de Deus ela é co-igual ao homem (Gl 3.28; I Pe 3.7).  Submissão não é obediência incondicional – A submissão da esposa ou de cada crente a JESUS é uma submissão absolutamente exclusiva. Todos nós somos servos de Cristo (doulos). Nunca se afirma, porém, que a esposa deva ser escrava ou serva do marido. Nossa relação com JESUS é uma relação de submissão completa, inteira e absoluta. Não é essa a exortação dirigida às esposas. Se a submissão da esposa ao marido implicar na sua insubmissão a Cristo, ela precisa desobedecer ao marido, para obedecer a Cristo.

O que é submissão? É ser submissa ao marido por causa de Cristo – A submissão da esposa ao marido não é igual a Cristo, mas por causa de Cristo. É uma expressão da submissão da esposa a Cristo. A esposa se submete ao marido por amor e obediência a Cristo. A esposa se submete ao marido para a glória de Deus (I Co 10.31). A esposa se submete ao marido para que a Palavra de Deus não seja blasfemada (Tt 2.3-5). A submissão da esposa ao marido é sua liberdade. A submissão não é escravidão, mas liberdade. A verdade liberta. Exemplo: Eu só sou livre quando obedeço às leis do meu país. Um trem só é livre quando corre em cima dos trilhos. A submissão da esposa ao marido é sua glória – (Ef 5.24) assim como a glória da igreja é ser submissa a Cristo, assim também com a esposa. A igreja só é bela quando se submete a Cristo. A submissão da igreja a Cristo não a desonra nem a desvaloriza. A igreja só é feliz quando se submete a Cristo. Quando a igreja deixa de se submeter a Cristo ela perde a sua identidade, seu nome, sua reputação, seu poder. A submissão não é a um senhor autoritário, autocrático, déspota e insensível, mas a alguém que a ama ao ponto de dar sua vida. A submissão da esposa não é a um tirano, mas a um marido que a ama como Cristo ama a igreja. O cabeça do corpo é o salvador do corpo; a característica da sua condição de cabeça não é tanto a de Senhor quanto a de Salvador.


O PAPEL DO MARIDO – (versos 25 a 33)

Se a palavra que caracteriza o dever da esposa é submissão, a palavra que caracteriza o do marido é amor. O marido nunca deve usar sua liderança para esmagar ou sufocar a esposa ou para frustrá-la de ser ela mesma. A ênfase de Paulo não está na autoridade do marido, mas no amor do marido (v. 25,28,33). O que significa ser submisso? É entregar-se a alguém. O que significa amar? É entregar-se por alguém. Assim submissão e amor são dois aspectos da mesmíssima coisa.

Os cinco verbos que definem a ação do marido • Amar – O amor de Cristo pela igreja foi proposital, sacrificial, santificador, altruísta, abnegado e perseverante.  Entregar-se – Um amor não egoísta, mas devotado à pessoa amada. Santificá-la – O amor visa o bem da pessoa amada. Purifica-la – O amor busca a perfeição da pessoa amada.

Apresentá-la – O amor visa a felicidade plena com a pessoa amada. O casamento judaico tinha quatro etapas: noivado + preparação + procissão + núpcias.

O marido deve cuidar da vida espiritual da esposa – (versos 25 a 27). O marido é o responsável pela vida espiritual da esposa e dos filhos. Ele é o sacerdote do lar. O marido precisa buscar a santificação da esposa. Deve ser a pessoa que mais exerça influência espiritual sobre ela. Deve ser uma bênção na vida dela (Pv 31).

O marido deve cuidar da vida emocional da esposa (versos 28 e 29). O marido fere a si mesmo ferindo a esposa. Crisóstomo acentuou: “O olho não trai o pé colocando-o na boca da cobra”. Mas como o marido cuida da esposa? Como o homem deve tratar a sua esposa? 1) Ele não deve abusar dela – Um homem pode abusar do seu corpo, comendo em excesso, bebendo em excesso. Um homem que faz isso é néscio, porque ao maltratar o seu corpo, ele mesmo vai sofrer. O marido que maltrata a esposa é néscio. Ele machuca a si mesmo ao ferir a esposa. Exemplo: Um marido pode abusar da esposa: sendo rude, não dando tempo, atenção, carinho, usando palavras e gestos grosseiros, sendo infiel. 2) Ele não deve descuidar dela – Um homem pode descuidar do seu corpo. E se o faz é néscio e vai sofrer por isso. Exemplo: Se você tiver com a garganta inflamada não pode cantar nem pregar. Todo o seu trabalho é prejudicado. Você tem ideias, mensagem, mas não pode transmiti-la. O marido descuida da esposa com reuniões intérminas, com televisão, com internet, com roda de amigos. Há viúvas de maridos vivos. Maridos que querem viver a vida de solteiros. O lar é apenas um albergue. 3) O marido deve zelar pela esposa – alimenta e dela cuida. Como o homem sustenta o corpo? a) A dieta – Um homem deve pensar em sua dieta, em sua comida. Deve tomar suficientes alimentos e tomá-los regularmente. Assim também o marido deveria estar pensando no que ajudará sua esposa . b) Prazer e deleite – Quando ingerimos nossos alimentos não só pensamos em termos de calorias, ou proteínas. Não somos puramente científicos. Pensamos também naquilo que nos dá prazer. Desta maneira o marido deve tratar a esposa. Ele deve estar pensando no que a agrada. O marido deve ser criativo no sentido de sempre alegrar a agradar a esposa. c) Exercício – A analogia do corpo exige mais este ponto. O exercício é fundamental para o corpo. O exercício é igualmente essencial para o casamento. É o diálogo. É a quebra da rotina desgastante. A comunicação no casamento é vital = saber ouvir + saber falar + transparência + perdão + verbalizar amor. d) Carícias – A palavra cuidar só aparece aqui em I Tessalonicenses (2.7). Significa acariciar. O marido precisa ser sensível às necessidades emocionais e sexuais da esposa. 98% das mulheres reclamam da falta de carinho. O marido precisa a aprender a ser romântico, cavalheiro, gentil, cheio de ternura.

O marido deve cuidar da vida física da esposa – (verso 30). O marido deixa todos os outros relacionamentos para concentrar-se na sua esposa, ou seja, deve amar a esposa com um amor que transcende todas as outras relações humanas – Ele deixa pai e mãe. Sua atenção se volta para a sua mulher. Seu propósito é agradá-la. O marido se une à sua mulher – uma união heterossexual, monogâmica monossomática e indissolúvel. Os dois se tornam uma só carne – O sexo é bom e uma bênção divina na vida do casal. Deve ser desfrutado plenamente em santidade e pureza. I Coríntios (7.3-5) e Provérbios (5.15-19) mostram como deve ser abundante essa relação sexual.


CONCLUSÃO

Numa época como a nossa de falência da virtude, enfraquecimento da família e explosão de divórcio, esta ideia cristã do casamento deve ser com mais frequência difundida entre o povo. O dever da esposa é respeitar e o dever do marido é merecer o respeito – (verso 33).



(Por: Hernandes Dias Lopes)

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

COMO PODEMOS CONHECER A DEUS?

A VERDADE:

Deus revelou-Se ao homem primeiramente no “espelho” do Universo, e no tribunal de sua consciência, depois através da Palavra, inspirada aos patriarcas e profetas, e finalmente no Seu Filho JESUS Cristo: “Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo...” (Hb 1.1,2).


A VERDADE EXPLICADA:

Buscando a face do Invisível

Como é possível, nós, seres humanos, limitados pela matéria, conhecermos a Deus, que é ilimitado e Espírito puro? Poderemos sondá-Lo, chegar ao mais profundo de Sua Onipotência? Ele é mais alto que os céus, e mais profundo que o maior de todos os abismos. Sua grandeza é humanamente insondável. Deus é superior ao mar e à Terra. “Porventura desvendarás os arcanos de Deus ou penetrarás até à perfeição do Todo-Poderoso?” perguntou o patriarca Jó. “Como as alturas dos céus é a sua sabedoria; que poderás fazer? Mais profunda é ela do que o abismo; que poderás saber? A sua medida é mais longa do que a terra, e mais larga do que o mar...” (Jó 11.7-9).

Nossa capacidade de conhecer as coisas reside nos órgãos sensoriais do nosso corpo. Os cinco sentidos – olfato, paladar, tato, visão e audição – que nos foram dados por Deus, nos permitem entrar em contato com a natureza; porém, eles foram ajustados para nos fornecer informações sobre o mundo visível, palpável – o mundo material -- ,mas são incapazes de nos colocar em contato direto com o invisível, o impalpável – o mundo espiritual.

Todavia, apesar de não nos ser possível ter uma visão imediata e direta de Deus, podemos chegar, através desses mesmos sentidos, ao reconhecimento de Sua existência através do Seu reflexo no espelho da Natureza – as obras de Suas mãos. Só desta forma nos é possível, humanamente falando, obtermos o conhecimento de Deus. Isto, de acordo com os nossos próprios esforços e capacidade natural. Não estamos levando em conta aqui o conhecimento e experiências que podemos obter no aspecto espiritual.


Conhecimento natural e conhecimento revelado

Porém, devemos distinguir aqui os dois tipos de conhecimento que podemos obter de Deus: o natural e o revelado. O conhecimento natural de Deus é aquele que obtemos através daquilo que nos diferencia dos animais irracionais: nossa capacidade de pensar, ou seja – nossa razão. Portanto, todo homem tem à sua disposição as provas da existência de Deus, refletidas no espelho de tudo o que Deus criou no Universo. É por isso que o ateu será indesculpável diante desses testemunhos, é o que diz Paulo na carta aos Romanos (1.20).

Todavia, sabendo Deus que os poderes da razão humana só eram capazes de fornecer ao homem um conhecimento natural acerca de Sua existência, e que esse conhecimento era insuficiente para desvendar à humanidade a necessidade de que todos se arrependessem e fossem salvos dos seus pecados, Deus Se revelou a nós através de Sua Palavra e do Filho, JESUS Cristo. Este é o conhecimento revelado. Como não nos era possível obter um conhecimento sobrenatural de Deus do mesmo modo como podemos obter o conhecimento natural, alguém teve que nos ajudar a chegar a esse conhecimento. Esse alguém é JESUS. Só aqueles que foram alcançados pela graça através da fé em JESUS Cristo é que poderão obter esse conhecimento sobrenatural (ou revelado) de Deus. Esta verdade constitui-se em um dos pilares do Evangelho de João: “Ninguém jamais viu a Deus: o Filho unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou...” (Jo 1.18).


Cristo, a plenitude da revelação de Deus

Deus revelou-Se ao homem primeiramente no “espelho” do Universo, e no tribunal de sua consciência, depois através da Palavra, inspirada aos patriarcas e profetas, e finalmente no Seu Filho JESUS Cristo: “Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo...” (Hb 1.1,2).

Assim, pois, à medida que passamos a tomar parte do infinito conhecimento que Cristo tem de Deus, já não contemplamos a Deus com os olhos puramente humanos, mas com os olhos humano-divinos de Cristo, e deste modo poderemos compreender em profundidade e glória aquilo que nos seria impossível conhecer através dos limitados poderes da nossa razão.

A fé torna possível à nossa mente a obtenção de um conhecimento sobrenatural (que está acima do natural) dos imensos mistérios de Deus. “O conceito cristão de revelação é este: a verdade que os homens não podem enxergar por si, sem o auxílio divino é apresentada em Cristo através da operação da graça divina...”, escreve Allan Richardson. Pela fé em JESUS Cristo é que descobrimos a face de Deus.

O fato de Deus nos ter falado em linguagem de homens através do Verbo mudou completamente as perspectivas de toda a busca da divindade. Hoje, os que aceitamos JESUS Cristo como Senhor e Salvador, caminhamos em direção a Deus guiados pelo Filho, que é a imagem do Pai e Sua doutrina, Sua vida e Seu Espírito, que é Santo.


Existe harmonia entre a razão e a fé?

Porém, devemos atentar para o fato de haver pessoas que afirmam ser impossível obter-se sequer uma prova da existência de Deus através da razão. Crê-se na existência de Deus, na Bíblia como Sua Palavra e em JESUS Cristo como o Salvador da humanidade, tão somente fazendo-se uso da fé, e pronto. Não devemos procurar saber se há razões para essa fé: elas não existem, afirmam. Tais pessoas são conhecidas como fideístas. A sua fé é cega. Acreditam que, quando se trata de fé, a razão (ou seja, a capacidade da mente humana raciocinar) não deve tomar parte. Por isso eles fecham os olhos e esforçam-se para continuar crendo, apesar de imaginarem que qualquer avaliação dos porquês de sua crença abalaria os fundamentos de sua fé.

Tais pessoas estão perigosamente enganadas. “Eu creio, mas desejo compreender...” dizia o teólogo Anselmo. E este deve ser o lema de todo crente que deseja estar em condições de cumprir o que nos aconselhou Pedro: “...antes, santificai a Cristo como Senhor, em vossos corações, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós” (I Pe 3.15). Em nossa trajetória em busca do conhecimento dos mistérios de Deus, não existe conflito entre a fé e a razão. Há crentes que desconhecem o quanto o uso da razão é importante em nossos esforços para penetrarmos os mistérios relacionados com a nossa salvação. É certo que é Deus Quem revela esses mistérios. Porém, Ele nos fala tanto ao nosso coração como à nossa mente, para nos levar à certeza de que nossa fé está fundamentada em bases seguras. Ela não é cega, nem irracional.

Diante disto, afirmamos convictamente que a Bíblia sairá triunfante como um livro verdadeiro, como Palavra da Verdade, em qualquer análise a que for submetida. Nossa fé na Bíblia é uma fé possível de ser provada. Assim, como existem provas racionais da existência de Deus, existem também inúmeras provas de que a Bíblia é realmente a Palavra da Verdade, e está acima de todos os livros existentes no mundo. Porém, os crentes que desconhecem esse fato preferem fechar os olhos e crer. Eles temem que, se os abrirem, ou seja, se sua fé for submetida ao teste da razão, eles se tornarão incrédulos. O teólogo inglês Richard Hooker fez o seguinte comentário sobre esses crentes: “Há um bom número de gente que pensa não poder admirar, como é preciso, o poder e a autoridade da Palavra de Deus, caso nas coisas divinas se possa atribuir qualquer força à razão humana. Por esse motivo nunca usam de boa vontade a razão, temendo levar a Bíblia a descrédito”. Avisamos aqui a essas pessoas que elas podem ficar tranquilas: a Bíblia não corre esse perigo.


A importância da fé e da razão para o conhecimento de Deus

Biblicamente, a fé “...é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem...” (Hb 11.1). Teologicamente, ela significa a aceitação de algo como verdade, que tem por fundamento o testemunho de Deus manifestado em um fato histórico. A fé gera a confiança. Ela não é produto de um sentimento cego. Não é algo que nada tenha a ver com provas, ou que a estas se oponha. A fé e a razão são os dois trilhos que nos conduzem à Verdade, a Deus, que é JESUS. Ele deixou bem claro que a nossa fé não pode ser cega: “...e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (Jo 8.32). Portanto, nós alcançamos o conhecimento de Deus pelo caminho da fé e pelo caminho da razão ao mesmo tempo. Paulo fala em apresentarmos o nosso culto “racional” a Deus (Rm 12.1). É o que devemos fazer.

Anselmo costumava dizer que o modo correto de agirmos no que tange ao relacionamento da nossa inteligência com a fé “é crermos nas coisas profundas da religião cristã antes de nos pormos a discutir com a nossa razão”. O crente deve conscientizar-se de que a fé não se opõe à razão. Crer é o primeiro passo que se deve dar no caminho em busca do entendimento. Nós cremos para poder compreender. “A fé é o degrau da compreensão, e a compreensão é o premio da fé...”, disse um grande teólogo. “Se não crerdes, não entendereis...”, é o que está escrito em Isaías (7.9), na tradução Septuaginta da Bíblia (do hebraico para o grego). Portanto, a fé é o caminho para o entendimento, é a condição indispensável para penetrarmos na revelação de Deus. A ausência de fé torna impossível tanto agradarmos a Deus (Hb 11.6) como entendermos os mistérios de Deus.

Além do mais, a Palavra de Deus não pode penetrar em uma criatura irracional. Para que alguém creia, é necessário que seja capaz de pensar. “Pereça a ideia de que devemos acreditar não termos necessidade de buscar uma razão para aquilo que cremos, porque, de fato, já não poderíamos crer se não tivéssemos almas racionais...”, observou um grande estudioso das Escrituras.

Quanto à fé, ela não é fruto da simplicidade supersticiosa; não é também uma simples impressão do sentimento religioso. Ela é o ato mais elevado da razão que, reconhecendo a sua natureza finita e limitada no caminho da verdade, aceita aquilo que se encontra no terreno da revelação de Deus ao homem. A fé em JESUS Cristo é, portanto, o ponto mais alto a que pode chegar a razão humana. Só nela o imenso desejo de conhecimento que há dentro do ser humano encontra a suprema elevação e a plenitude de sua busca, o espírito humano o almejado, o coração a paz.

Em uma de suas cartas, um cristão da Igreja Primitiva declarou que os filósofos platônicos tinham pressentido a invisibilidade, imutabilidade e incorporabilidade de Deus, mas haviam desprezado o Caminho que conduz a Ele, porque lhes pareceu uma loucura a Cristo crucificado; por isso não puderam chegar a Deus, que é “...o santuário íntimo de repouso, tendo, porém, descoberto de longe a imensa claridade que Ele derrama”.


O homem deve unir-se a Deus

Portanto, a grande finalidade da vida humana é buscar a Deus, é temer o Seu nome e guardar os Seus mandamentos (Ec 12.13). Essa busca deve conduzir o homem para além do conhecimento puramente humano, e mergulhá-lo na contemplação do Altíssimo através da fé. O crente deve “buscar a face de Deus”, instruindo-se a respeito do Senhor e de Suas perfeições (Sl 105.4), sabendo, porém, que nenhum mortal terá de Deus um conhecimento direto, imediato pessoal. Só a alma glorificada nos altos céus O verá face a face. Unamos a nossa voz à de um antigo cristão, e façamos nossa esta sua belíssima súplica:

-Entra, Senhor, em nossos corações, e com o resplendor do Teu santo fogo ilumina qualquer escuridão que haja em nós. Como excelente guia que És, mostra-nos o Teu caminho neste escuro labirinto; corrige as imperfeições dos nossos sentidos... Mergulha-nos naquela fonte perenal de contentamento que sempre deleita e nunca farta, e a quem bebe de Suas vivas e frescas águas proporciona o sabor da verdadeira bem-aventurança. Tira de nossos olhos, com os raios de Tua luz, a névoa da nossa ignorância, a fim de que saibamos que as coisas que pensamos ser não são, e aquelas que não vemos, verdadeiramente são. Recolhe e recebe nossas almas, que a Ti se oferecem; abrasa-as naquela viva chama que consome toda material baixeza, de maneira que, em tudo separados do corpo, com um perpétuo e doce enlace juntem-se e se atem com a formosura divina; e nós, de nós mesmos separados, no Amado possamos nos transformar, e sendo levantados dessa baixa Terra, possamos ser admitidos no convívio dos anjos...


Autor: JEFFERSON MAGNO COSTA


(Fonte: MP. 1203/Jul.1987)

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

COMO ENTENDER A PROFECIA SOBRE DAMASCO?

A VERDADE:

Em três anos, os conflitos na Síria já mataram mais de 190 mil pessoas e milhões tiveram de abandonar suas casas e buscarem abrigo em centros de refugiados. Além deste drama humanitário, combatentes extremistas espalham o terror por toda a região. Mas, como isso tem interface com a profecia bíblica?


A VERDADE EXPLICADA:

Damasco, uma capital com histórias, dramas e profecias que atravessam os séculos, é também uma das cidades mais antigas a serem habitadas continuamente. Ela já passou por várias destruições e atualmente enfrenta mais uma grande crise bélica que vem deixando marcas indeléveis em sua geografia e seu povo muito sofrido. Este grande centro de importância cultural e social nunca deixou de ser uma cidade permanentemente habitada, como também nunca deixou de conviver com os montões da destruição como nos mostra Isaías.

Ao falarmos de Damasco ou qualquer outra parte do Oriente Médio, precisamos analisar o cenário sob a perspectiva bíblica e histórica, pois o contexto econômico, político, religioso e social hodiernos tem origens no passado tanto próximo como distante. Sem esse conhecimento, torna-se difícil compreender a complexidade da dinâmica profética dessa região.

Analisando os últimos acontecimentos na Síria, onde o presidente Bashar al-Assad é um ditador que está no poder desde o ano 2000, sucedendo seu pai, vemos um regime absolutista enfrentando uma guerra contra insurgentes extremistas que lutam para depô-lo e destruírem até mesmo o cristianismo, que conta com certa liberdade no regime de Assad, bem como outras minorias étnicas e religiosas. O apoio das potências ocidentais para resolver esse conflito é necessário, porém pode se tornar outro grande problema no futuro com o armamento, treinamento e recursos financeiros enviados. Ninguém pode prever o que acontecerá após findar este momento conturbado e sangrento, pois este aporte bélico pode se tornar em outra ameaça pelos que hoje são aliados, fato que já aconteceu no passado.

Em três anos, os conflitos na Síria já mataram mais de 190 mil pessoas e milhões tiveram de abandonar suas casas e buscarem abrigo em centros de refugiados. Além deste drama humanitário, combatentes extremistas espalham o terror por toda a região. Mas, como isso tem interface com a profecia bíblica?

Neste breve relato político, bélico e social, vemos como o assunto Damasco, Síria e Oriente Médio é histórico e complexo. Logo, a passagem em apreço de Isaías (17.1) “...peso de Damasco. Eis que Damasco será tirada e já não será cidade, mas um montão de ruínas...”, deve ser entendida como uma profecia em movimento, pois Damasco já se tornou literalmente um montão de ruínas algumas vezes, como também tem sido um inimigo constante de Israel, ameaçando sua soberania. Enquanto escrevo esse texto, um caça sírio foi abatido por Israel por violar seu espaço aéreo.

Em conformidade com o exposto, vemos que essa profecia foi parcialmente cumprida e breve será concluída em sua totalidade e Damasco não mais existirá.


Por: GILBERTO C. DE ANDRADE


(Fonte: MP nº 1554/Nov.2014)