A VERDADE:
Se você descobrir Deus em sua luta, a luta, por mais real que seja, se tornará secundária. Sua vida terá um significado que transcende seu sofrimento e abençoará ricamente aqueles que entrarem em contato com você.
A VERDADE EXPLICADA:
Realmente, enfrentamos nossas crises da mesma maneira que enfrentamos a vida. O que modifica é a intensidade de nossos esforços, quando a situação se torna crítica.
Jó é um exemplo excelente. Era um homem de fé, e gostava das coisas boas da vida que Deus lhe concedera. Então, veio a catástrofe. Perdeu o que tinha; da noite para o dia passou da riqueza à miséria. Não foi tudo. Perdeu até mesmo os sete filhos e as três filhas em uma tempestade. A reação de Jó diante dessas notícias terríveis foi a de rasgar as vestes – sinal reconhecido de luto e desorganização de vida -- e raspar a cabeça para expressar seu profundo sentimento de perda.
Não havia explicação para a tragédia. Como poderia enfrentá-la? Sendo homem de fé, Jó prostrou-se e adorou a Deus, dizendo: “Nú saí do ventre de minha mãe, e nú voltarei; o Senhor o deu, e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor...” (Jó 1.21). Jó reconheceu o direito divino de orientar os acontecimentos de sua vida. Jó reagiu diante de sua crise exatamente como reagira diante da vida – colocando a si e o seu futuro nas mãos de Deus.
Não foi só isso. Satanás desafiou a Deus novamente no que se refere a Jó. “Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida. Estende, porém, a tua mão, toca-lhe nos ossos e na carne, e verás se não blasfema contra ti na tua face...” (Jó 2.4,5). Deus tinha uma confiança maior em Jó e permitiu que satanás o afligisse com tumores desde a cabeça até os pés. Dor e miséria foi o que ele teve de suportar. Até mesmo sua esposa o espicaçou: “Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus, e morre...” (Jó 2.9).
Jó talvez tivesse sentido o desejo de fazer isso mas vivera de acordo com sua confiança no caráter de Deus e, se fosse necessário, morreria por isso. Sua resposta foi clara: “Falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus, e não receberíamos o mal...?” (Jó 2.10). Deus pode usar de modo positivo até mesmo o mal que acontece, exatamente como o ourives refina o ouro por meio de intenso calor. Mas nós devemos permanecer abertos diante de Deus e da vida para receber o bem que surge.
O servo de Deus aceitou a situação difícil como parte do processo da vida. Jó amadureceu suficientemente para aceitar as experiências amargas. Sua fé podia dobrar-se sem quebrar! Jó lutou para descobrir o motivo do seu sofrimento. Mas o absurdo da situação em sua própria mente não podia afastá-lo de Deus. Jó perguntou: “Por quê?” O Senhor não respondeu, mas fez algo muito maior – revelou-Se a Jó. A história está cheia de homens que descobriram Deus no meio de grande sofrimento. Descobrindo Deus, encontraram a paz em si mesmos e na situação que atravessavam e puderam dar ao mundo o fruto do seu sofrimento – dons que não seriam seus para dar se não tivessem lutado intensamente. A declaração afirmativa de Jó ao Senhor foi: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem...” (Jó 42.5).
Ver a Deus – saber que Ele existe e que cuida de você – transcende qualquer pergunta, qualquer dúvida, qualquer luta! Se isto lhe parece inacreditável, é porque o deus que há em seus pensamentos é pequeno demais para ser o Deus do universo. Todos os que perceberam e ao Seu caráter ficaram profundamente comovidos. Lembra-se de quando Moisés pediu para ver a Deus? O Senhor o colocou sobre a penha e lhe permitiu que visse o Seu caráter moral, mas não todo o Seu ser. Nenhum homem pode ver a Deus em toda a Sua plenitude sem ficar totalmente esmagado. No final da experiência, as Escrituras dizem que “...imediatamente, curvando-se Moisés para a terra, o adorou...” (Ex 34.8).
Se você descobrir Deus em sua luta, a luta, por mais real que seja, se tornará secundária. Sua vida terá um significado que transcende seu sofrimento e abençoará ricamente aqueles que entrarem em contato com você.
Acrescentamos aqui um P.S.: Deus nos permite perguntar “por quê?” Ele não é insensível às nossas lutas e sofrimentos. Ele sabe que lá no fundo vem à tona uma necessidade de perguntar o motivo. Às vezes encontraremos um motivo que satisfaz nossa mente; podemos descobrir que tomamos decisões erradas, ou que outra pessoa as tomou e que estamos sendo afetados por essas decisões.
Haverá ocasiões, entretanto, quando não poderemos perceber a razão de nosso dilema. Nessas ocasiões podemos duvidar da justiça da situação e até mesmo do amor de Deus. Deus não Se perturba quando lhe fazemos perguntas. Ele sabe que o Seu amor por nós é verdadeiro, e experimenta a nossa agonia mais profundamente do que nós. É quando permanecemos abertos e francos diante d’Ele quanto aos nosso sentimentos e necessidades que Ele pode, a Seu próprio modo e tempo, revelar-nos o Seu cuidado por nós.
Por: Creath Davis
(Fonte: MP. 1245/Nov.1990)
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