quarta-feira, 18 de abril de 2018

O RESGATE DAS EMOÇÕES.

A VERDADE:
"Estamos próximos de nossa família, como de nenhum outro grupo. Ninguém me conhece tão bem como, em primeiro lugar, minha esposa e depois, meus filhos!"























A VERDADE EXPLICADA:
Está na hora do povo de Deus resgatar algumas coisas que foram criadas especialmente para ele, mas que com o passar do tempo acabaram nas mãos do inimigo que é ladrão e veio para roubar (Jo 10.10). Roubou-nos o Éden, tirou a esperança de muitos corações, usurpou de muita gente o direito a um lugar de honra, surrupiou a paz e tirou a alegria verdadeira das pessoas de todos os lugares.

Essa é uma das razões pelas quais há muita gente por aí acreditando só no lado ruim da vida. São os famosos "me engana, me machuca, me bate que eu gosto..." Entendem que, por terem nascido pecadores, devem pagar por seus pecados e que esse tipo de sofrimento é purificador.

Ensina-se muito, em muitos lugares que, como cristãos, devemos conservar uma aparência sombria, ar pesado, roupa cinzenta ou escura, quase como se estivéssemos de luto. No ambiente da igreja, dar risadas, nem pensar. Somos, segundo se diz, diferentes e precisamos colocar essa diferença em evidência a qualquer custo.

Mesmo não sendo extremistas temos formado em nossa mente uma imagem distorcida de uma pessoa espiritual. A primeira coisa que se vê é esse terno escuro e gravata preta. O timbre de voz suave -- nem grave, bem agudo; gestos cautelosos, sorriso discreto. Bíblia debaixo do braço e lábios que só proferem aqueles famosos "chavões evangélicos". Diante de uma pessoa assim o comentário mais comum é: "Que sujeito consagrado! É um verdadeiro homem de Deus..." É ou não é?

Será que toda essa seriedade é realmente sinônimo de espiritualidade? Não é muito difícil encarnar essa figura, principalmente se você tiver o tipo e personalidade que se encaixe nesse padrão. Diga-se de passagem, que qualquer escola de arte dramática que se preze pode ensinar esse tipo de comportamento.

A diferença radical, tão falada em nosso meio, vai bem além de todo esse exterior. Com o "pelos frutos os conhecereis", JESUS Se referia a diferenças bem mais radicais e internas. Paulo, o apóstolo dos gentios esclarece que essas diferenças são compostas de elementos como amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, etc... (Gl 5.22,23).

Não há nada de errado em ser alegre, desfrutar de emoções legítimas e intensas que nos dão ainda neste mundo um grande prazer de viver. O entusiasmo, no entanto, pode ser tirado de nós pelo pecado. Davi queria de volta a alegria perdida por causa de seu adultério (Sl 51.12). Esse mesmo rei exteriorizou uma alegria incontrolável, ao pular, dançar e cantar na presença do Senhor e de todo o Seu povo.

Quando convivemos em grupo não conseguimos enganar a todos o tempo todo. Mais cedo ou mais tarde, através de um gesto ou de uma palavra, ou até mesmo de uma olhadela não ensaiada, acabam por deletar a verdade a nosso respeito. Mas quem entra na água tem que se molhar. A vida em comunidade é exatamente para isso. Para nos expormos e sermos devidamente consertados. É assim que separamos, em nosso íntimo, o joio do trigo.

Estamos próximos da nossa família, como de nenhum outro grupo. Ninguém me conhece tão bem como, em primeiro lugar, minha esposa e depois meus filhos. Eles já me viram sem perfume, barbado, irritado, desanimado, triste, zangado e de muitas outras formas negativas, daquelas que não gostamos que os outros nos vejam. Em nossas casas não há como esconder o camelo por trás dos mosquitos de nossas incoerências.

Não tenha medo de admitir suas faltas diante de seus amados, pois essa atitude produz arrependimento e alegria intensa. "Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos..." (Sl 32.2). A alegria deve fazer parte do ambiente familiar. Devemos criar um ambiente de forma a criarmos oportunidades de desfrutarmos dessa alegria de viver.

Você e sua família são felizes? O que está segurando sua felicidade? Ressentimentos não tratados, amargura intensa motivada por alguma ofensa gratuita, palavras de depreciação ditas em momentos de irritação e de tentativas de revide, traição ou falta de perdão? Vamos despojar estes ladrões da felicidade em nossos lares.

Somente quando a família tem coragem para admitir a presença desses intrusos e tratá-los como devem ser tratados, chamando o pecado de pecado, é que a porta se abre novamente para a alegria. Não adianta tentar varrer para baixo do tapete ou esconder por trás dos móveis os sentimentos atormentadores. Se realmente desejamos vencê-los é preciso encará-los de frente e não simplesmente fugir deles.

Quando as vias de comunicação do casal estão abertas o ambiente se desanuvia e a luz penetra. É assim que o Espírito de Deus encontra no lar uma atmosfera livre de potestades malignas. Essas coisas acontecem quando nos encaramos com corações abertos e também com disposição para pedir perdão e perdoar.

A espiritualidade vem como resultado de uma atuação íntima e constante do Espírito Santo. Isso faz emergir de nosso interior sentimentos e comportamentos dignos de nossa vocação cristã. O cristão pode ser imitado mas nunca igualado. Não é com nosso próprio poder, habilidades teatrais ou nossa criatividade que conseguiremos viver como Cristo quer. Esta vida só pode ser vivida por JESUS e somente na medida em que permitirmos que Ele viva através de nós, isto se torna possível. "Logo, não não sou eu quem vive, mas Cristo vivem em mim..." (Gl 2.20).

A espiritualidade não tem que ser experimentada em meio a um ambiente sóbrio, grave, isto é uma mera questão de gosto e gosto não se discute. Se você se sente bem em meio à sobriedade de um ambiente rígido, vá em frente, não violente seu estilo, mas, por outro lado, não critique aqueles que não são como você.

Podemos continuar levando nossa relação com Deus a sério, mas com entusiasmo, descontração e alegria no Espírito Santo.

A alegria e o júbilo deveriam ser inerentes ao cristão. Os urubus que circundam e dão suas rasantes sobre nossos tetos não conseguirão tirar de nós esse fruto do Espírito. "Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Em todas estas coisas, porém somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou..." (Rm 8.35-37).

Estamos cobertos com o sangue de JESUS, assim como as famílias israelitas, ainda no Egito, estavam protegidas do anjo da morte (Ex 12). Para tanto, tinham apenas que pintar suas portas com sangue de cordeiro. Este sangue é a nossa marca, a nossa vitória e nos purifica de todo o pecado (I Jo 1.7).

Não fazemos apologia do tipo de triunfalismo que nos leva a acreditar que somos totalmente imunes aos problemas, mas acreditamos que temos um grande Deus conosco, disposto a colocar em nossas mãos recursos sobrenaturais. Ele nos dá armas poderosíssimas e nos adestra para a batalha.

Toda a sua casa pode ser santificada. O marido, mesmo quando ainda incrédulo é santificado no convívio da esposa e vice-versa (I Co 7.14). Leve sua família para dentro da arca de Deus, assim como fez Noé. A arca que o Senhor tem colocado diante de nós hoje é JESUS, dessa forma o dilúvio não nos destruirá.


UBIRAJARA CRESPO
(Lar Cristão 27/Jul.1994)







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