sexta-feira, 1 de setembro de 2023

O PROFETA DA GALILÉIA

A VERDADE:

O povo não via em JESUS apenas um profeta; via o elenco de todos os atalaias de Jeová. Confundiam-No com o Batista, por causa do ímpeto da mensagem e das constantes referências ao “Reino de Deus”. Tinham-No como Elias, em virtude dos milagres. Achavam-No parecido com Jeremias, porque como Jeremias desmanchava-Se em lamentos em consequência da pertinácia de Jerusalém. Para os judeus, JESUS poderia ser, também, Samuel, Natã ou mesmo Habacuque. Como o Filho de Deus, porém, era superior a todos eles.


A VERDADE EXPLICADA:

Durante Sua vida, exerceu Cristo plenamente o ministério profético. Ele exortou e consolou como Isaías. Como Zacarias, anteviu a tristeza da Cidade Santa. Realizou sinais e maravilhas como Elizeu. Como Daniel falou sobre a ressureição e discorreu sobre os dias derradeiros. Sofreu as afrontas de Amós e experimentou o amargor de Oséias.

Como duvidar de Sua atuação como profeta? Atestam-no as Escrituras: “...Jesus Nazareno, varão profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo...” (Lc 24.20). Em primeiro lugar, vejamos o Seu público reconhecimento como o mensageiro de Jeová.


O reconhecimento público

Da declaração de Pedro em Cesaréia, concluímos que o Senhor JESUS foi muito popular como profeta em Israel. Repassemos uma vez mais o maravilhoso texto: “...e, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipo, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? E eles disseram: Uns João Batista, outros Elias, e outros Jeremias ou um dos profetas...” (Mc 16.13,14). Concluímos, também, desta passagem que o Senhor JESUS exerceu o mais completo de todos os ministérios proféticos. Se Moisés foi o profeta modelo, Cristo é um modelo de profecia. N’Ele cumprem-se todos os vaticínios e as predições todas tornam-se plenas em Seu sacrifício.

O povo não via em JESUS apenas um profeta; via o elenco de todos os atalaias de Jeová. Confundiam-No com o Batista, por causa do ímpeto da mensagem e das constantes referências ao “Reino de Deus”. Tinham-No como Elias, em virtude dos milagres. Achavam-No parecido com Jeremias, porque como Jeremias desmanchava-Se em lamentos em consequência da pertinácia de Jerusalém. Para os judeus, JESUS poderia ser, também, Samuel, Natã ou mesmo Habacuque. Como o Filho de Deus, porém, era superior a todos eles.

O ministério profético de Cristo jamais foi posto em dúvida. Quando de Sua entrada triunfal em Jerusalém, diziam os hebreus: “...este é Jesus, o profeta de Nazaré da Galiléia...” (Mt 21.11). Pode haver chancelamento mais legítimo do que este? Que profeta teve as credenciais mais prontamente aceitas? Mesmo na crucificação, sabiam os israelitas estarem levando ao madeiro o profeta anunciado no Deuteronômio.

Mais tarde, em Seu discurso no Templo, Pedro identifica o Senhor com o profeta que havia de vir, e não foi contestado por nenhum dos presentes. Disse o apóstolo: “...porque Moisés disse: O Senhor vosso Deus levantará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim: a ele ouvireis em tudo quanto vos disser. E acontecerá que toda a alma que não escutar esse profeta será exterminada dentre o povo. E todos os profetas, desde Samuel, todos quantos depois falaram, também anunciaram estes dias. Vós sois os filhos dos profetas e do concerto que Deus fez com nossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra...” (At 3.22-25). Ao ouvirem estas palavras, compungiram-se os hebreus, porque não havia homem ou mulher em Israel que não considerasse JESUS como o profeta predito no quinto livro do Pentateuco – Deuteronômio. Mesmo assim, a empedernida nação judaica não quis receber o Príncipe da Vida.


Cristo, o espírito da profecia

Como o Verbo, que se fez carne, o Senhor JESUS é a ação executiva da criação. Por Seu intermédio, todas as coisas foram feitas; sem Ele nada existiria. Ele insuflou vida à natureza. Deu verdor à flora e movimento à fauna. Ordenou o Universo e distribuiu sentido à cada instância da existência. As Sagradas Escrituras, como Palavra de Deus, é a mais perfeita e distinta manifestação do Verbo.

E, o que é a Palavra de Deus senão a profecia das profecias? Até mesmo nesta quadra das coisas celestes, a figura de JESUS é mais do que ímpar. No Apocalipse, Seu ministério é assim designado: “...o testemunho de Jesus é o espírito da profecia...” (Ap. 19.10). Diante desta declaração, só podemos exclamar: Quanta autoridade confiou-Lhe o Pai!


Mas, em que sentido o testemunho de Cristo é o espírito da profecia?

Em primeiro lugar, porque todas as profecias, direta ou indiretamente, referem-se a Ele. Ainda que pareçam arredadas de temática messiânica, tiveram-No como essência. Embora se mostrem tão distantes do Nazareno, a sua essência continua a ser o Cordeiro de Deus. Apesar de exibirem outras cores, o carmesim do sacrifício de JESUS, qual fita de Raabe, pode ser visto encimando o colosso profético. Ora, se o objetivo da Escritura foi preparar o caminho do Filho de Deus, poderiam as profecias abandoná-Lo como o seu principal assunto?

Todas as mensagens proféticas foram enunciadas visando o ministério do Senhor JESUS. Quando os profetas, por exemplo, antecipavam a queda de reinos e a desdita de nações, estavam versando sobre Cristo. Se Jeová não tivesse abatido a soberba da Assíria e o orgulho de Babilônia, os povos gentílicos teriam destruído Israel e, com Israel, a ascendência humana do Senhor. Para dar mais um exemplo, falemos do ardoroso Elias. Quando o profeta do fogo censurou Acabe por ter-se apossado da vinha de Nabote, nada mais estava fazendo do que manter a pureza dos pactos que testemunhavam do Filho do Homem.

O testemunho de Cristo é o espírito de profecia, porque todo enunciado profético é palavra e, da boca do próprio Deus, suscitada. E, quem é JESUS senão a própria Palavra? Até mesmo nas mudas mensagens de Ezequiel divisamos o Senhor JESUS. Ousasse o profeta encerrar-se no mais silencioso dos ministérios e não poderíamos deixar de ouvir o Verbo. Quando os mensageiros do Altíssimo vaticinavam, o Verbo fazia-Se dinâmica presença em seus lábios. Afirmou o apóstolo Pedro: “...da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada, indagando que tempo ou que ocasião de tempo o espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir. Aos quais foi revelado que, não para si mesmos, mas para nós, eles ministravam estas coisas que agora vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho; para as quais coisas os anjos desejam bem atentar...” (I Pe 1.10-12).


Não há como dissociar o Senhor JESUS da profecia!

A Sua vinda foi precedida de profecias. O Seu nascimento foi a coroação do movimento profético. Quanto ao Seu ministério, foi todo profético e exercício profético. Na Sua morte, houve presença profética. Ele ressuscitou e as profecias tornaram-se mais eloquentes. O seu retorno está sendo precedido por formidáveis cumprimentos proféticos. Enfim, sem Cristo, o profetismo inexistiria! Todas as Suas palavras eram legítimas e provadas profecias. Ele é o profeta dos profetas. Sem o Seu ofício, a redenção anunciada pelos mensageiros do Pacto Antigo tornar-se-ia vã. Aliás, nem os próprios mensageiros alcançariam a redenção sem o Seu ministério vicário. Seu sacrifício é a mais bela das mensagens proféticas.

Assim, ouvirás tú as palavras do profeta da Galiléia? É tempo de ouvir o Seu clamor!



Por: Claudionor Correa de Andrade

(Fonte: MP.1247/Jan.1991)

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