A VERDADE:
"A noiva deve preparar-se, purificar-se, ataviar-se, e apresentar-se pronta, sempre apta a iniciar o cortejo nupcial. Quando perguntada se se envolverá com celebrações outras, ainda que bíblica e historicamente importantes, ela declara o seu compromisso em estender a muitos o convite que fazem: Ela, a Consagrada, e o Espírito, chamando a quantos queiram: “Vem!”
A VERDADE EXPLICADA:
Encontrar o seu “bashert” (shert, em ídishe, quer dizer, cortado), ou seja, encontrar alguém que tenha sido cortado sob medida, para então unir-se a ele ou a ela é o desejo da juventude em Israel. “Portanto, deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne...”; palavras registradas em Gênesis, capítulo 2, verso 24, nutrem a esperança de que o compromisso do noivado (irussim) e do casamento (nissu’in) tornem dois em um só, verdadeiramente consagrados (kidushim) diante de Deus. Se possível, casarão em uma terça-feira, evocando o único dia da criação para o qual o Senhor disse “...está bom...” não apenas uma, mas duas vezes. Evitarão as datas religiosas, para que a sua alegria não se confunda com a de outras datas festivas (Talmud, Moêd Catán 8b). Convidarão amigos e conhecidos. O noivo (chatán – lê-se ‘ratan’) incumbirá um amigo especialmente chegado para que providencie os preparativos necessários ao cortejo e à cerimônia. A noiva (calá), provavelmente presenteará seu amado com um talit novo, pois o xale de orações possui 32 franjas, sendo oito em cada ponta, formando o número da palavra ‘lev’ – coração, em hebraico – querendo com isso dizer que entrega a ele todo o seu sentimento, como a suave cobertura das preces que por ele faz ao Eterno. O cerimonial começará na véspera do casamento, com saída do noivo, em direção à casa dos pais da noiva. Ela vem ao seu encontro. Ambos rumam, cada um com seu séquito, à casa dos pais dele, ao lugar do banquete. O dia seguinte será o dia da celebração. Nele as sete (sheva) bênçãos (brachot – lê-se ‘brarrot’) serão pronunciadas pelo celebrante, pelos convidados de honra, ou pela totalidade dos convidados ali presentes.
As bênçãos dizem respeito à gratidão do homem pela concessão da vida e da alegria, do amor, da comunhão, dos filhos, da perpetuidade de Israel. Assim ouvem-se as proclamações: 1. Bendito és Tu, ó Senhor, nosso Deus, Soberano do Universo, que cria o fruto da videira; 2. Bendito és Tu, ó Senhor, nosso Deus, Soberano do Universo, que criou tudo para a Sua glória; 3. Bendito és Tu, ó Senhor nosso Deus, Soberano do Universo, que criou o homem; 4. Bendito és Tu, ó Senhor nosso Deus, Soberano do Universo, que cria o homem à Sua imagem, moldando-o. Bendito és Tu, Senhor, criador do homem; 5. Que a estéril exulte e alegre-se com seus filhos, a ela reunidos. Bendito és Tu, Senhor, que alegra Sião com crianças; 6. Concede perfeita alegria a estes companheiros amorosos, como fizeste com a criação no Jardim do Éden. Bendito és Tu, Senhor, que concede alegria ao noivo e à noiva; 7. Bendito és Tu, ó Senhor nosso Deus, Soberano do Universo, que criou júbilo e alegria, noivo e noiva, música, contentamento, júbilo, amor e harmonia, paz e companheirismo. Logo, Senhor nosso Deus, Poderoso, há sempre de ser ouvido nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém vozes de júbilo e alegria, as vozes do noivo e da noiva, as vozes daqueles unidos em matrimônio sob o pálio nupcial, as vozes dos jovens festejando e cantando. Santíssimo és Tu, Senhor, que faz com que o noivo se alegre com a sua noiva.
Provavelmente, unir-se-ão sob o céu aberto, sob a luz das estrelas, para que possam lembrar a promessa feita a Abraão, de que sua descendência seria numerosa como as estrelas do céu. A recordação dos propósitos do Altíssimo para a família será evocada. Longe da sensualidade, são evocados os princípios do gozo de uma sexualidade sadia. No casamento, o valor da pureza é ressaltado.
A expressão do valor da união entre um homem e uma mulher alcança seu clímax em que o próprio Senhor tenha escolhido tal celebração como metáfora para os acontecimentos futuros, tratando de Seu retorno para o encontro com a comunidade dos fiéis com a imagem de um casamento, as Bodas do Cordeiro. Há quem queira dispersá-la desse objetivo, mas o coração da noiva sabe discernir seu momento profético. A Israel, o Senhor ordenou as celebrações de Páscoa, Pentecoste, Tabernáculos, tendo todas elas uma dimensão memorial e, no que diz respeito à última, uma dimensão futura, quando o Reino Milenial se estabelecer. Também à Igreja cabe um ato memorial, quando celebra a carne e o sangue de Seu Senhor, ao mesmo tempo em que anuncia Seu breve regresso. No que diz respeito às festas judaicas os remidos nutrem por elas o carinho e atenção de todos os que aprendem com as Escrituras sobre a fidelidade de Deus, sobre o fiel cumprimento das profecias, sobre a beleza das verdades bíblicas, extraindo de suas narrativas as lições para sua própria caminhada. A Igreja vê JESUS como Sua Páscoa, o derramar do Espírito como seu Pentecoste e a presença divina em seu meio como o precioso tabernacular d’Aquele que afirma: “...onde estiverem dois ou três em meu nome, aí estarei...”
A noiva, vivendo a dimensão do Eterno, foge aos calendários e celebra sua libertação, seu revestimento e sua comunhão sempre e constantemente. Ela também despreza as celebrações pagãs que não fazem parte de seu chamamento e de sua verdade. A Igreja desloca-se do cristianismo histórico para unir-se indelevelmente à trajetória dos separados para Deus desde o Cenáculo, seu nascedouro.
A noiva deve preparar-se, purificar-se, ataviar-se, e apresentar-se pronta, sempre apta a iniciar o cortejo nupcial. Quando perguntada se se envolverá com celebrações outras, ainda que bíblica e historicamente importantes, ela declara o seu compromisso em estender a muitos o convite que fazem: Ela, a Consagrada, e o Espírito, chamando a quantos queiram: “Vem!”
Por: SARA ALICE CAVALCANTE
(Fonte: MP. nº 1554/Nov.2014)
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