sexta-feira, 29 de julho de 2022

CHEIOS DO ESPÍRITO

A VERDADE:

Ser cheio do Espírito Santo não obriga o crente a dar demonstrações exteriores desse poder, mas “...é dado a cada um para o que for útil...”, isto é, no momento aprazado, na ocasião propícia. Esse poder não nos autoriza a entrar pelos hospitais e manicômios, com desrespeito às leis naturais da terapêutica (Mt 9.12), mas prova a autoridade de Deus em nós quando se faz necessária a demonstração de poder sobrenatural.


A VERDADE EXPLICADA:

Era desejo do apóstolo Paulo que as igrejas de Deus de sua época e aquelas que adviriam de sua pregação e da pregação dos irmãos que recebiam o seu ensino fossem cheias do Espírito Santo, segundo o que escreveu na carta aos Efésios (5.18). Suas cartas, embora destinadas a igrejas específicas, não eram exclusivas, mas ele mesmo recomendava aos irmãos que lessem as que lhes eram enviadas e as permutassem com as de outras (Cl 4.16; I Ts 5.27; II Pe 3.15,16). Dessa forma, o corpo de doutrina ia passando de igreja em igreja, formando a linha dogmática que regeria as atividades do povo de Deus para o bom testemunho não somente em palavras, mas também em demonstração de poder.

Ser cheio do Espírito Santo não implicava em sair pelas ruas e entrar pelas casas, curando e libertando a esmo sem o concurso da Palavra e do ensino. Muitas das vezes o doente devia fazer a sua confissão de fé, antes de receber o benefício da cura (Jo 5.6-8).

O próprio derramamento do Espírito Santo não ocorreu antes que por dez dias os irmãos acreditassem que ele viria. E depois que ele foi derramado, os discípulos precisaram crer que aquele acontecimento era o prometido por Deus e que através dele poderiam operar milagres e prodígios.

Ser cheio do Espírito Santo não obriga o crente a dar demonstrações exteriores desse poder, mas “...é dado a cada um para o que for útil...”, isto é, no momento aprazado, na ocasião propícia. Esse poder não nos autoriza a entrar pelos hospitais e manicômios, com desrespeito às leis naturais da terapêutica (Mt 9.12), mas prova a autoridade de Deus em nós quando se faz necessária a demonstração de poder sobrenatural.

Ser cheio do Espírito Santo é confiar em que Deus honrará a Sua Palavra e nos concederá a virtude dos dons espirituais na hora certa e no lugar adequado. Para este mister é necessário ter a vida no altar, permanecer constantemente na presença do Senhor.

A promessa de que seriam revestidos de poder veio também com a recomendação para que ficassem em Jerusalém até que do Alto lhes sobreviesse a virtude do Espírito Santo (At 1.8). Desde então seriam propagadores do Evangelho completo por palavra e demonstração de poder (I Co 2.1). Só então seus milagres e prodígios teriam a marca da autenticidade, porque alicerçados no poder do Espírito Santo.

Alguns ensinadores acreditam ser dispensável o selo da promessa, o batismo com o Espírito Santo com o sinal visível de falar em outras línguas. Argumentam que as línguas cessaram no Pentecoste e, segundo eles, foram um subsídio para alcançar os cidadãos de outros países que estavam em Jerusalém por ocasião do Pentecoste. Dizem eles que após o Pentecoste ninguém mais falou em outras línguas e que o apóstolo Paulo não as enfatizou. Alguns, menos reverentes, comparam o falar em outras línguas à “algazarra inconsequente das crianças”, como os que outrora compararam os discípulos com pessoas embriagadas. Estas objeções, facilmente refutáveis, não podem obstruir a realidade da existência de milhares de crentes cheios do Espírito Santo.

Há, porém, grupos que desprezam o revestimento do poder de Deus, através do batismo com o Espírito Santo. Creem que se pode ser cheio do Espirito Santo sem receber o batismo. Como se alguém pudesse encher um copo com água até transbordar, sem colocar água nele. O fato, entretanto, é que os tais não demonstram qualquer vocação e autoridade para exercer os dons que o batismo confere aos que são realmente batizados (Mc 15.16-18).

Ser cheio do Espírito Santo não obriga o crente a ter todos os dons espirituais, mas o capacita a pôr em prática alguns deles e qualquer deles, segundo a vontade de Deus e a utilidade e oportunidade deste ou daquele dom. Assim, quando alguém fala em outras línguas, é útil e oportuno que haja interpretação (I Co 14.13).

Os crentes da Igreja primitiva eram cheios do Espírito Santo para testemunhar (At 6.3,8,10); para curar (At 3.1-10); para operar maravilhas (At 19.11,12), e para expulsar demônios (At 16.18). Este poder está à disposição dos crentes atuais, uma vez que “...a promessa é para vós, para vossos filhos, para os que estão longe e para tantos quantos Deus nosso Senhor chamar...”


Autor: Miguel Vaz

(Fonte: MP.1248/Fev.1991)

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