quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

ATITUDES CONDENATÓRIAS (II)































A VERDADE:
"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós". (Mt 23.15).


A VERDADE EXPLICADA:
A significação do verbo percorrer é "andar à roda ou rodeando" que dá a ideia de que andavam à procura em todas as direções, por todos os lugares. Eram diligentes nesse mister. Tinham a preocupação no sentido de catequizar os gentios para o judaísmo. Catequizar quer dizer "doutrinar uma pessoa nos princípios de uma religião qualquer".

Eles se preocupavam no sentido de doutrinar os gentios nos princípios do judaísmo e nisso não estavam errados pois o judaísmo tinha a missão de encaminhar o mundo para Deus.

JESUS não os censurou pelo fato de se preocuparem com isto mas pelo fato de o fazerem de maneira errada e maldosa. No tempo do Senhor JESUS havia mais de seiscentas tradições. Tal era a situação que muitas vezes uma pessoa para cumprir uma tradição corria o risco de violar uma outra. As tradições se tornaram um verdadeiro emaranhado que, em última análise, acabava por escravizar as pessoas ao invés de ajudá-las na prática da lei mosaica.

Outra coisa que devemos notar é que eles o faziam por costume. O fato de o verbo ter sido empregado pelo Senhor JESUS no presente comprova isso, pois o presente indica ação costumeira, constante.

O apóstolo Paulo nos diz que tudo quanto foi escrito para nosso ensinamento o foi, portanto convém pararmos um instante aqui, comparar com o que estamos fazendo hoje e verificarmos se não estamos, porventura, incorrendo no mesmo erro dos escribas e fariseus dos tempos de JESUS e, por conseguinte, tornando-nos passíveis de reprovação como eles. Faz parte da natureza das igrejas evangélicas o desejo de evangelizar os incrédulos. Aliás, é bom que se diga que a razão principal de ser de uma igreja é o evangelismo. Tudo nela deve se voltar para essa finalidade e culminar nela. Se assim não for perdeu ela a sua razão de ser. Assim sendo é justo que procuremos evangelizar e doutrinar. Devemos, entretanto, verificar de que maneira o estamos fazendo.

Li há tempos atrás um livro intitulado O TEU DEUS NÃO CHEGA AO CÉU de um autor cujo nome não me recordo. Diz ele no capítulo que tem como título O DEUS DA IGREJINHA que as igrejas estão condicionando o poder salvador de Deus às suas regras criadas por elas. Isso é verdade! Qualquer pessoa pode constatar que as igrejas, de modo geral, estão agindo exatamente assim. Uma igreja de uma determinada denominação tem as suas regras e o indivíduo só pode se salvar, segundo ela ensina, se as cumprir tal como são elas apresentadas.

Vem uma outra igreja, de outra denominação que também tem o seu elenco de regras e o impõe ao interessado na salvação como condição sem a qual ele não pode se salvar. Noutras palavras, cada uma apresenta a Deus as regras pelas quais fica Ele autorizado a salvar as pessoas. Aí está o grande mal. Os escribas e fariseus foram campeões nessa prática, não só dificultando às pessoas que queriam entrar no judaísmo mas escravizando-as a ponto de se tornarem ainda mais incrédulas.

Inoculavam no prosélito as suas falsidades e maldades de tal modo que este se tornava ainda muito pior do que eles. E não é isso o que estamos assistindo ainda hoje por parte de igrejas e líderes? Sobre estes pesa o "" de JESUS como pesou sobre os fariseus hipócritas do Seu tempo e o Senhor JESUS não tem meias palavras para reprovar. Diz aquilo que realmente é preciso dizer. Cuidado igrejas e líderes!

Reprovamos o costume católico de colocar a "tradição" em pé de igualdade com a Bíblia e de, em tendo de se definir por uma ou por outra, acabar ficando com a "tradição" em prejuízo da Bíblia, e fazemos muito bem, pois acima da Palavra de Deus nada deve ser posto. Ela deve ser tida como a autoridade maior. Mas, perguntemos e respondamos honestamente: não estão muitas senão todas as denominações evangélicas procedendo da mesma maneira? Lamentavelmente esta é uma realidade que não se pode negar. Quantos líderes estão por aí defendendo com unhas e dentes as tradições de suas denominações, muitas vezes até mesmo quando estas estão em flagrante oposição à Palavra do Senhor! Precisamos voltar à Bíblia Sagrada e deixar que ela tenha, como deve ter, a última palavra em tudo!

"Depois o fazeis filho do inferno..." A palavra traduzida por inferno é "geena", um lugar que ficava no Vale do filho de Hinom, próximo de Jerusalém e onde era despejado todo o lixo da cidade. Todo o refugo, isto é, tudo o que não prestava mais para nada era lançado ali e era queimado.

JESUS usou a figura da "geena" para nos falar do estado intermediário do incrédulo que morre sem arrependimento, onde vai aguardar o dia do juízo final. O lixo que era ali jogado queimava constantemente, pois todos os dias se acrescentavam novas quantidades do material ali lançado. Por se tratar de lixo o fogo não levanta labaredas, o que faz com que o processo de queima seja demorado. Também o fato de se tratar de lixo atrai para si toda espécie de bichos nojentos, daí dizer o Senhor JESUS que o seu fogo nunca se apaga e o seu bicho nunca morre, dando a entender que o sofrimento do incrédulo será eternamente renovado na lembrança de tudo quanto fez de mau aqui no mundo.

"Duas vezes mais do que vós". O mal é sempre progressivo. Não é estático como poderia parecer a alguns. Entrando na vida de uma pessoa ele sempre progride. Entrando na vida da sociedade humana, por sua própria natureza, também sempre progride. Isso nos leva a entender que, segundo o ensino de JESUS, cada discípulo mal doutrinado ou mal formado se torna pior do que aquele que o doutrinou e com isso a sociedade humana vai se deteriorando cada vez mais.

Demos uma olhada ao nosso redor, para o mundo que está de costas para Deus: não é isso o que verificamos a cada passo, à medida que o tempo avança? Deus nos faça ver aquilo em que estamos errando a tempo de corrigir antes da reprovação do Senhor. Amém!


(Paulo N.Coelho/Jornal de Oração)


terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

TEMPO DE PACIÊNCIA!

A VERDADE:
"Para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e paciência herdam as promessas". (Hb 6.12)






























A VERDADE EXPLICADA:
Vivemos uma época muito difícil, muitos sinais apontam para o fim dos tempos. Realmente, JESUS está voltando!

É comum você encontrar e ter que conviver com pessoas sem paciência. A grande velocidade imposta pelo excesso de atividades, compromissos, afazeres em geral, tem gerado uma infinidade de pessoas impacientes.

Você encontrará o impaciente no meio do trânsito xingando, falando palavrões, batendo com as mãos ao volante, acelerando, mesmo quando o semáforo está fechado. Também você o encontrará na fila do banco olhando a cada minuto no relógio; no trabalho, é comum vê-lo fumando sem parar ou áspero no tratar com os demais colegas.

No entanto, o impaciente pode ser visto e encontrado no seu estado mais sensível, quando perde o controle, quando passa pelo semáforo vermelho, quando agride com atitudes e palavras aqueles que não correspondem ao que desejava; você o encontrará, muitas vezes, disputando a gritos um lugar na fila, no assento do ônibus, ou até andando na contramão. Em geral, perde negócios e oportunidades.

Podemos também, infelizmente, encontrar o impaciente dentro de uma igreja. Em geral, ele não tolera a falta dos outros, vive "brigando" com Deus, porque a sua bênção está demorando, vive chegando tarde aos cultos e saindo mais cedo. São tão impacientes que não dizimam, porque cansaram de esperar, não vão aos apelos de "consertos" porque os do passado não funcionaram. Vivem, perambulando de igreja em igreja, não param em nenhum lugar. O homem que não tem o temor de JESUS, é  até compreensível vê-lo sem paciência, mas o verdadeiro cristão, cheio da unção do Espírito Santo, é paciente! O crente sem paciência precisa buscar o fruto do Espírito Santo (Tg 5.7).

A Bíblia nos ensina:
- Qualquer que te ferir na face direita, oferece a outra (Mt 5.39).
- Melhor é o paciente do que o arrogante (Ec 7.8)
- Ser paciente na tribulação (Rm 12.12)
- O amor é paciente (I Co 13.4)
- O servo do Senhor deve ser paciente (II Tm 2.24)

Desejo-lhe uma semana, um  mês, um ano, uma vida inteira de paciência!
Viva uma vida de paciência. Espere no Senhor!


(Renovação de Fé/Abr.2002)

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

A GARANTIA DO AMOR DE DEUS






























A VERDADE EXPLICADA:

Jônatas, filho de Saul, era um homem muito amado e possuía uma grande fé. Ele era capacitado a suceder seu pai como dirigente do povo de Deus. Mas, Jônatas jamais viria a ser rei. Seu pai, Saul, afastou-se de Deus e não seguiu Seus decretos. Por tal motivo, Deus rejeitou a Saul e o pastorzinho Davi foi ungido para ser o futuro rei de Israel.

Portanto, aparentemente, havia duas pessoas na linha de sucessão para ocupar o trono de Saul: Jônatas, o príncipe herdeiro e Davi, o pequeno pastor de ovelhas. Certamente os dois entrariam em conflito. Como Deus resolveria tal problema?

Quando Davi derrotou em batalha a Golias, o gigante filisteu, a reação de Jônatas foi excepcional. Aparentemente impressionado pelo grande amor que Davi nutria por Deus e por sua fé ao defender a honra de Deus, Jônatas teve sua atenção dirigida para o pastorzinho de Belém e tomou um passo muito importante: "Jônatas e Davi fizeram uma aliança; porque Jônatas o amava como à sua própria alma..." (I Sm 18.3).

SUBLIME AMOR
A realização de uma aliança, é considerada um assunto muito sério na Bíblia. As causas e origens de tais pactos, sempre foram o amor. Jônatas amava Davi como a si mesmo. Porém ao fazer tal aliança na presença de Deus, a amizade deles passou a ser calcada em lei, colocando-o em um novo tipo de relacionamento.

Alianças evocam garantias sagradas. O amor em si mesmo pode ser temporário e descompromissado. Em determinada época, você poderá amar alguém, a ponto de fazer qualquer coisa por ele (ou ela). Porém em outras oportunidades, o amor nutrido por tal pessoa e a motivação de fazer sacrifícios, poderão diminuir. No entanto, quando existe uma aliança, apesar das bases terem sido firmadas no amor e o acordo haver sido voluntário, cada uma das partes conta com a fidelidade da outra. Um relacionamento firme requer amor contínuo.

Tanto Davi como Jônatas foram beneficiados com a aliança que realizaram. Quando Saul perseguiu a Davi e tentou matá-lo, este recebeu ajuda do príncipe herdeiro, o que normalmente, seria impossível, não fosse a aliança por eles firmada. Davi não precisou chegar até Jônatas e clamar por uma piedade sem fundamentos, ao invés disso, apelou à fidelidade do príncipe. 

Mais tarde, os papéis inverteram-se, na ocasião em que Jônatas percebeu que Davi se tornaria rei em seu lugar. Naquela época, quando uma nova família chegava ao poder, era costume exterminar completamente a descendência do antigo rei. Estando dessa vez  ao lado mais fraco, Jônatas também apelou à fidelidade de Davi e ao juramento de amizade mútua que haviam feito em nome do Senhor (I Sm 20.14,15,41). Davi concordou em não destruir a Jônatas e nem à sua família. A aliança de Davi e Jônatas foi reafirmada "perante o Senhor" (I Sm 23.18). Isto significava que, caso houvesse uma quebra de palavra de uma das partes, Deus permaneceria ao lado daquele que fosse prejudicado.

FOI REALMENTE NECESSÁRIO?
Foi realmente necessária a realização de tal aliança? Não era suficiente para Jônatas e Davi saberem que se amavam? Não! A prática de uma aliança envolve mais que amor; tal sentimento pode esfriar, mas um apelo pode ser feito, evocando a bondade, fidelidade e lealdade da outra pessoa. Devido ao pacto por eles firmado, haveria "shalom" (paz) entre a descendência de Davi e a casa de Jônatas. Tal paz, representava mais do que a ausência de guerra. Significava confiança, relacionamentos edificantes e uma atitude de respeito no trato de um para com o outro.

Do poto de vista bíblico, a aliança propicia um belo quadro do casamento. O amor é a causa e a origem do matrimônio. O próprio amor é a motivação que leva ambos os lados a entrarem num acordo especial, num relacionamento estabelecido em lei, com garantias sagradas. Após a cerimônia de casamento, cada cônjuge, poderá a qualquer momento, contar com a fidelidade do outro. Perdão é sempre possível, visto que marido e mulher prometeram, na presença de Deus, cuidado e apoio mútuos. Com tal segurança, é possível viver em paz.

A idéia da aliança encerra ainda o tipo de relacionamento que Deus almeja conosco. Ele também deseja elevar Seu amor para a segura esfera da lei. Por exemplo, Ele fez aliança com Abraão. Imagine só -- o Deus eterno realizando uma aliança com o homem! Deus não disse: "Confie em meu amor. Confie em mim". Não, Deus elevou Seu relacionamento de amor a um pacto que envolvia garantias sagradas. Abraão poderia apelar para a fidelidade de Deus sempre que necessário.
































QUEBRA DA ALIANÇA
Mais tarde, Deus firmou uma aliança com os filhos de Israel, após Moisés tê-los conduzido ao Monte Horebe. Deus assegurou-lhes que sempre poderiam contar com a Sua fidelidade. Ele tornou-se o "Deus da Aliança". Haveria paz permanente entre Deus e Israel, se Israel permanecesse fiel à aliança feita entre eles. Para tanto, deveriam evidenciar tal fidelidade guardando a lei; aqueles que o fizessem, seriam chamados "retos" e "fiéis".

Mas, "deu tudo errado". Israel foi repetidas vezes, infiel ao Senhor. Deus enviou profeta atrás de profeta, para advertir Seu povo, mas, sem resultados. No entanto, através do profeta Jeremias, o Deus de amor fez uma nova aliança, mais rica e preciosa que a anterior. Essa promessa cumpriu-se quando JESUS veio à Terra.Na noite de Seu nascimento, os anjos proclamaram "shalom" - paz na Terra entre Deus e aqueles que viessem a participar da nova aliança: as pessoas de boa vontade.

JESUS ao oferecer o cálice de vinho a Seus discípulos na última ceia, disse: "Porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados..." (Mt 26.28). Esta é a nova aliança, da qual podemos vir a fazer parte, através da fé em JESUS Cristo.

APELO À FIDELIDADE DE DEUS
Deus não quer que duvidemos de Seu amor e em Cristo novamente elevou-o a um relacionamento estabelecido em lei. Quando, através de JESUS Cristo, nos aproximamos de Deus apelamos à Sua fidelidade. N'Ele não há volubilidade e nem tampouco respostas arbitrárias, sendo este o principal temor dos pagãos em relação a seus deuses.

Com esta percepção a passagem em I João 1.9 ganha aos nossos olhos um novo significado: "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça...," Deus sabia que havia realizado uma aliança com pessoas fracas e pecadoras. Exatamente por esse motivo, Ele incluiu no pacto, medidas que tornassem possível nosso relacionamento com Ele, como a promessa de perdão e purificação ao confessarmos nossos pecados.

A nova aliança possui muito mais promessas e garantias do que possamos reivindicar. Por exemplo: I Coríntios 10.13 nos diz que não sofreremos tentação além do que pudermos suportar e isto baseia-se no fato de que "Deus é fiel". Na carta aos Hebreus (4.16), temos a promessa de que em Cristo, podemos nos aproximar "confiadamente" de Deus e receber "socorro em ocasião oportuna". À esta lista, inúmeras outras promessas poderão ser acrescentadas -- todas, garantidas em Cristo, através do amor e fidelidade de Deus.

Que maravilhosa aliança é o Novo Testamento! Contém em suas páginas, de forma clara, todas as implicações de seu "casamento" com o Senhor!


(Gert Doornenbal)

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

A BELEZA DE CRISTO NO CARÁTER CRISTÃO

A VERDADE EXPLICADA:

Na carta aos Romanos (8.29) encontramos o propósito de Deus sendo expresso pelo apóstolo Paulo aos cristãos. Paulo começa com a predestinação, baseada não na escolha, mas na pré-ciência. O Senhor escolhe aqueles que Ele sabe por antecipação que O aceitariam. Não foi violado o princípio do livre arbítrio, pelo contrário, o Senhor opera e age baseado nele. No verso 30 o apóstolo completa a ideia da predestinação. Ele nos mostra que a predestinação não diz respeito à salvação, que é muito mais que isso. O propósito de Deus estabelecido aqui é que esta predestinação age com o fim de nos conformar à imagem de Cristo. Deus tem trabalhado para nos levar à glorificação (v.30).

Na Carta aos Efésios (4.12) vemos que os ministério devem operar para levar os cristãos à maturidade, à estatura de Cristo, à perfeita varonilidade. Isto é, à plena maturidade, e à posição de um caráter cristão semelhante ao do Senhor. Deus tem trabalhado para nos levar a esta posição. O Senhor não quer que apenas sejamos vitoriosos na vida cristã, mas Ele quer que tenhamos os traços da beleza de Cristo em nós. Seu propósito não é que apenas sejamos bons obreiros ou cristãos sadios, mas que possuamos os traços da beleza de JESUS em nós.

No evangelho segundo Mateus (5.1-10) JESUS nos dá o Sermão do Monte desenvolvendo traços que formam um caráter cristão. Tocando nos principais aspectos como humildade, pureza, mansidão, fome e sede do Senhor, pacificação e longanimidade, o Senhor age no sentido de demonstrar o perfil do homem que Lhe agrada. Como é importante possuirmos as marcas de um caráter tratado, em nossas vidas cristãs! Como é bom relacionarmo-nos com irmãos que possuem este traço em suas vidas! Temos visto que a falta de traços sólidos nas vidas dos obreiros tem deixado brechas por onde o inimigo tem entrado. Quantos princípios da vida do Espírito tem sido quebrados, com a desculpa de estarmos tratando com os outros, ou de sermos muito profundos. Quanto mais maduros e profundos nos tornamos, mais cheios da beleza de Cristo, do fruto do Espírito devemos ser.

O clamor e desafio de Deus para nós, na Sua Palavra, é para que cresçamos e amadureçamos. Porém este crescimento não nos dá, de forma alguma, o direito de quebrarmos princípios elementares da vida do Espírito. Antes mesmo de possuirmos qualquer ministério temos o compromisso e a responsabilidade de possuirmos uma vida cheia da vida e frutos do Espírito.






























O PERIGO DO FERMENTO 
Na primeira carta aos Coríntios (5.6-8), Paulo nos exorta a fugirmos do fermento. O fermento substitui o crescimento. Ele opera um falso crescimento. Quando falamos sobre crescimento e maturidade temos que temer o fermento. Ele pode gerar um falso senso de grandeza. Temos visto no seio da igreja, hoje, fermento sendo confundido com crescimento. Vemos cristãos que, no nome da maturidade, se tornam cheios de si, possuidores do sentimento de que não há ninguém capaz de ajudá-los e cobri-los no Senhor. Isto é presunção,é inchaço. Em nome da maturidade estamos dando lugar à carne (Gl 5.13). E com a liberdade que temos nos sentimos livres para nos misturarmos com o mundo de tal maneira que as diferenças e o testemunho não mais existem. Em nome da maturidade não acreditamos no princípio financeiro de dar e nem na doutrina dos dízimos, e não damos nada para a obra de Deus. Isto não é crescimento, mas fermento. Isto é um falso senso de grandeza que possuímos. Quantos movimentos em busca da maturidade não tiveram a correta percepção e não notaram que havia morte na panela (II Rs 4.40). Não perceberam que havia erva no lugar da comida, e que aquilo iria produzir morte no povo de Deus.

Os líderes, os pastores, são responsáveis por saber e realmente perceber se está havendo crescimento cheio das marcas de JESUS. Precisamos observar se os irmãos estão trazendo em suas vidas a compaixão pelas almas, a humildade, dando preferência aos outros antes de a si mesmos, se estão com seus corações e bolsos abertos para investirem na obra de Deus, como JESUS e Paulo faziam. Este é o caminho em que o Senhor andou. Este é o verdadeiro caminho da maturidade e crescimento cristãos.

Ser maduro é ter a capacidade para pensar como o Senhor pensou. Isto nos fala de ver a existência humana e o propósito desta vida como JESUS via. Necessitamos ter a luz que Ele tinha para nos levar à verdade e ao Seu Santo Monte (Sl 43.3). Maturidade significa pensar como o Senhor pensou, ter olhos abertos para as verdades do mundo como JESUS tinha, ter a ótica desta existência como Ele a possuía, ter também o mesmo sentimento e compaixão que JESUS tinha, ver os sofrimentos humanos e não se descomprometer deles. Enfim, significa sentir que somos responsáveis por trazer luz e vida a este mundo como Ele sentia. No evangelho segundo Lucas (4.18,19), o Senhor mostra Seu propósito diante desta vida: trazer luz, paz e descanso aos homens. Quanto mais crescemos, mais cheios destes pensamentos e destes sentimentos devemos ser.

O CAMINHO DA CRUZ
O caminho para o caráter de Cristo é o caminho da operação da cruz em nós. Não outra maneira das marcas do caráter de Cristo serem formadas, a não ser pela cruz. E a cruz é o quebrantamento da vontade e forças humanas pela ação do Senhor. Deus prepara circunstâncias e situações que tratam com nossas vontades para que possamos ser quebrantados. É através da lei da cruz (Mt 16.24) que somos formados em nosso caráter. Esta lei opera em nós, moldando-nos e ensinando-nos a vida do Espírito. Não há como conter o processo dos tratamentos do Senhor para formar o caráter cristão. Como é bom vivermos e nos relacionarmos com pessoas quebrantadas e doces, que foram tratadas por Deus!

A cruz é que opera em nós a beleza do Senhor. A cruz é o instrumento de Deus para moldar-nos à semelhança de JESUS. A cruz é que nos capacita para termos o caráter que suporta o poder de Deus. Antes de JESUS subir, Ele desceu (Ef 4.8,9). Este é o princípio de Deus. Antes de conhecermos o poder e a glória temos que ser tratados pela cruz de Cristo. Quanto mais alto Deus for nos levar, significa que mais tratamentos precisamos ter em nosso caráter. Existe um princípio aqui: quanto mais uma pessoa sobe em Deus, mais estrutura de caráter do obreiro ela precisa ter. As pressões e tentações aumentam à medida em que subimos em Deus. Por isto, mais base de caráter uma pessoa precisa ter na guerra contra o mundo espiritual e o pecado. JESUS passou tal pressão que suou gotas de sangue (Hb 12.4). O caráter do cristão precisa ter sido formado pela cruz.

A maturidade emocional e espiritual vem pelos tratamentos da cruz de Cristo. Os homens de Deus precisam ser homens que vencem os ataques do inimigo em suas mentes e emoções, e isto vem pelo quebrantamento. Não podem ser pessoas simples e frágeis que cedem às pressões malignas sobre a carne ou emoções. O alicerce de uma casa é a parte mais delicada da construção da mesma forma que na igreja, ter líderes fortes, tratados e preparados é a parte mais delicada e mais importante da construção.

As pressões não vem somente pelos ataques do inimigo, mas também pelos princípios que envolvem busca de Deus. Às vezes, quanto mais buscamos ao Senhor, parece que tanto mais os céus se fecham e se tornam de bronze. É um princípio que precisamos saber: os que buscam ao Senhor, que muitas vezes oram e jejuam, sentem muita resistência e aparentemente nada acontece. Ou às vezes as pressões e problemas aumentam. Este princípio está ligado ao fato de que nos céus algo está sendo gerado e por isso estamos pagando o preço. Sempre, antes da visitação de Deus e dos avivamentos, os homens usados sofrem, choram e gemem, até que a mão do Senhor seja livre para operar.

No livro do profeta Isaías (1.1; 15.1) encontramos a Palavra de Deus vindo ao profeta e a expressão usado é "massa". Isto significa também peso do Senhor. É uma expressão que significa certa angústia, certo peso de alma e aflição. Até que os céus se abrissem e chegassem até ele. Tenho conhecido alguns irmãos que começaram a operar no ministério, mas assustam-se por passarem por pressões e gestações em seus espíritos. É o nascer de um novo ministério vivo. É o gerar uma palavra que Deus dá, ou talvez uma visitação. Pode ser até o gerar de uma igreja forte e frutífera. É chave entendermos que a vida opera pela morte (I Co 15.36). Alguém está gerando em Deus o que Ele quer fazer. Alguém está se comprometendo com o Senhor e orando por Sua visitação, e pela manifestação de Sua Palavra.

Que não estranhemos os caminhos do Senhor. Que Deus nos dê líderes estruturados o suficiente para não racharem e não falharem debaixo das pressões em busca do poder de Deus. Conhecemos os homens de Deus não pelos momentos de glória, mas sim pela maneira que enfrentam e vencem as pressões em suas vidas.


(Robson Rodovalho)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

O ESTREITO CAMINHO DOS SANTOS

A VERDADE EXPLICADA:

Diante do mais rigoroso tribunal do mundo -- a Sagrada Congregação de Ritos do Vaticano, que examina e julga os processos de canonização --, "o próprio Cristo poderia encontrar dificuldades para provar alguns de Seus milagres; os testes são duros", diz um postulador geral (advogado dos candidatos à santidade). As investigações sobre as virtudes que a pessoa indicada para ser santa desenvolveu durante sua vida e a verificação do valor dos milagres que realizou após a morte (principal condição para a canonização) podem levar séculos. Até o século IV, para alguém ser santo bastava a aclamação popular e a confirmação de um bispo. Os abusos entretanto forçaram a Igreja (católica, claro) a uma revisão e muitos santos caíram do altar. Entre eles São Jorge, patrono da Inglaterra, cuja existência não pôde ser provada.

































Para evitar novos problemas, a Igreja (católica, claro) parece não ter pressa em concluir os longos processos: numa organização preocupada com os problemas da eternidade, alguns séculos a mais ou a menos pouco representam. O recente decreto de Paulo VI, que simplifica a burocracia da canonização, tem, por isso, um alcance limitado e poderá encurtar em uns dez anos apenas o caminho para a santificação. Ele altera os primeiros passos do processo, dando autoridade aos bispos -- após a introdução da causa na Congregação dos Ritos -- para convocarem um "tribunal territorial especial" que fará um exame mais minucioso das provas e poderá ouvir depoimentos em última instância. Antes disso era feito em Roma, obrigando o Vaticano a fazer grandes despesas, principalmente com o pagamento das passagens das testemunhas, que eram todas reinquiridas pela Congregação.

Ancheita -- O Brasil também tem seu candidato na Congregação de Ritos. O padre José de Anchieta está à espera de sua canonização há mais de 350 anos. O movimento para transformá-lo em santo começou em 1617. A primeira etapa já foi vencida: é a introdução da causa. Esta é quase sempre proposta pelos superiores das ordens, quando o candidato é um religioso, e pelos familiares e autoridades da cidade onde ele viveu, quando se trata de um leigo. Aceita a causa pela congregação, o candidato passa à condição de venerável. É o estágio onde se encontra Anchieta. Para alcançar o segundo degrau da difícil escalada, a beatificação, Anchieta precisará que pelo menos dois dos milagres a ele atribuídos sejam suficientemente provados. Posteriormente, outros dois o levarão à canonização. Recentemente, seu advogado o padre Paulo Molinari, esteve em São Paulo reunido com os padres Hélio Abranches Viotti, Reinaldo Wenzel e Hiopólito Chemello, os três jesuítas encarregados de procurar e provar os milagres. Mas voltou a Roma de mãos vazias. 






























A mão do diabo -- O diabo estará atento para evitar a canonização. Ele terá também o seu representante na Sagrada Congregação de Ritos para conseguir outras provas: estas procurarão demonstrar a ilegitimidade dos milagres apresentados e apontar fatos da vida de Anchieta que deponham contra sua fama de santo. Anchieta já enfrentou três advogados do diabo desde o início do processo. Durante os primeiros anos das investigações, mais de duzentos de seus contemporâneos (Anchieta morreu em 1597) prestaram depoimentos contando os seus "casos sobrenaturais". Um ferreiro, Paulo da Cruz, ex-aluno do Colégio dos Jesuítas, no Morro do Castelo, Rio, disse ter visto muitas vezes, quando ajudava na missa, o padre Anchieta "alevantando do chão". Um barqueiro contou que um dia levou Anchieta em seu barco. No meio do rio, o bote virou. Esquecendo-se do padre, nadou até à margem. Mas voltou para buscá-lo e ao mergulhar encontrou-o sentado no fundo do rio: não havia interrompido a leitura do catecismo. Nenhum desses milagres, entretanto, pôde se provado na época. E, com o passar do tempo, as dificuldades crescem.

O que é um milagre -- Uma definição de Santo Agostinho, aperfeiçoada por Santo Tomás de Aquino, diz que milagre é um "ato de Deus interferindo diretamente na vida dos homens, e fora da ordem natural". Santo Agostinho foi a primeira pessoa a atribuir aos santos a realização de milagres. Até então acreditava-se que apenas Jesus Cristo pudesse fazê-los. Há teólogos que não creem na interferência de Deus alterando as leis físicas. O milagre estaria na providência divina de fazer coincidir um fenômeno natural com uma necessidade do homem. 

Quando os israelitas atravessaram o rio Jordão "a pé enxutos", como conta a Bíblia, não ocorreu nenhum fato sobrenatural. No livro "E A BÍBLIA TINHA RAZÃO", o arqueólogo Werner Keller diz que no Jordão, um rio muito estreito, existem vaus capazes de represar temporariamente a água nas partes mais fundas, deixando o curso inferior quase seco, quando rio enche subitamente. E os israelitas o atravessaram justamente quando começava o degelo das neves do monte Hermon. Por que a Igreja (católica, claro) exige que seus santos sejam milagrosos? A primeira razão está na Bíblia, no Evangelho de Marcos: "Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem; em meu nome expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre os enfermos, eles ficarão curados..." Tais poderes, diz a Igreja (católica, claro) devem ter os santos. A segunda razão foi definida mais precisamente no Concílio Vaticano I: "O milagre demonstra a origem divina da religião cristã". Só ele é capaz de levar o santo ao altar. E a Igreja (católica, claro) pouco pode fazer para diminuir as dificuldades dessa conquista.


(VEJA nº 33/Abr.1969)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

ATITUDES CONDENATÓRIAS
































A VERDADE:
"...ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando...Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso sofrereis mais rigoroso juízo". (Mt 23.13,14)


A VERDADE EXPLICADA:
"Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas..." A interjeição "ai" indica alegria, tristeza, dor, etc... Aqui equivale a dizer: "Como escapareis da condenação?" Como se não bastasse os erros que vinham cometendo em matéria de ensino religioso, ainda mantinham atitudes de completa incredulidade. Assim sendo encontravam-se no funil da condenação e não tinham como escapar da mesma.

Hipócrita quer dizer uma pessoa que, exteriormente, funciona perfeitamente como religiosa mas, interiomente, é completamente alheia ao espírito da verdadeira religião. Não passa de um ator que bem simula ser o personagem que não é, que apenas representa. Mas todos sabemos que uma pessoa, por que se assemelhe ou se esforce no sentido de representar o papel de outra sempre deixa a desejar e sempre deixa um quê para identificação da farsa.

A religião é expressão do coração, logo, quando a pessoa finge, em hipótese alguma consegue agir de tal maneira que não deixe nada em que alguém possa pegar para a desmascarar. O que ocorre, não raro, é que as pessoas não tem coragem ou iniciativa no sentido de por às claras a hipocrisia que percebem nos seus líderes o que não as impede, entretanto, de se colocar em posição apática relativamente à sua maneira de agir e, por que não dizer, em relação à própria religião. Quantos crentes que não levam a sério sua religião exatamente porque não vêem em seus líderes maneira condizente de viver com aquilo o que pregam.

Embora não os acusem frontalmente de tal pecado não se sentem atraídos por uma vida de verdadeira expressão religiosa. E o resultado é aquilo que assistimos abismados: o Evangelho, aparentemente, perdendo o seu poder. Dizemos aparentemente porque na realidade não é ele que perde o poder mas aqueles que o professam. É evidente que JESUS saberá cobrar dos culpados a negligência e a hipocrisia. Seu olhar é penetrante e não usa de meias palavras. "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas".

"Fechais aos homens o reino dos céus..." A palavra reino é riquíssima em significações, todas elas aplicáveis na expressão de JESUS. Ela quer dizer soberania, autoridade real, domínio; reino, sinal de realeza; o poder real de JESUS, o triunfante Messias; aquela perfeita ordem de coisas que por JESUS havia de ser estabelecida, na qual, todos, de todas as nações que n'Ele cressem haveriam de ser unidos numa comunhão, dedicados e unidos a Deus e feitos participantes da vida eterna. Assim se expressa Tayer, gramático grego-inglês.

Seu modo de proceder se constituía em tentativa de fechamento para passarem à soberania de Deus entre os homens. Desfiguravam essa soberania. Faziam o mesmo em relação à autoridade real e ao domínio do Senhor no mundo. Tal era o seu procedimento que impedia às multidões no sentido de ver o sinal de realeza de Cristo entre os homens. Deste modo o poder real de JESUS como triunfante Messias não era visto nem entendido por aqueles a quem Ele viera salvar. Como entender aquela perfeita ordem de coisas que Ele haveria de estabelecer! E, se o feito de tal ação era desastroso para o povo judeu, muito mais o era para as nações que deveriam ser unidas numa comunhão perfeita com este, em dedicação completa a Deus, feitas participantes da vida eterna. Como se pode ver, era mui grave o seu procedimento.

O que os escribas e fariseus faziam nada mais era do que interpor-se ao desenvolvimento do processo da revelação. Seu modo de agir redundava, em última análise, em esforço no sentido de interromper o processo da revelação, tanto haviam deturpado o ensino da Lei e dos profetas. É evidente que não conseguiram fazê-lo pura e simplesmente porque a Deus ninguém consegue barrar em Seus feitos. O processo da revelação existia desde a eternidade e se desenvolvera durante séculos e séculos. O pecado dos líderes religiosas, entretanto, estava caracterizado como esforço nesse sentido. Vale a pena olharmos para esse espelho, líderes religiosos do presente século.

"Nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando..."Fechavam o reino dos céus, indo adiante dos homens. É como se, andando adiante das pessoas, na procura do reino de Deus, fossem fechando-o para estas, a fim de que não o encontrassem. Um verdadeiro assassínio espiritual imposto às pessoas.

O verbo usado pelo Senhor JESUS dá ideia de que até aquelas pessoas que estavam entrando definitivamente para o reino dos céus eram barradas por eles. Aí, é claro, a sua culpa se tornava ainda maior. Veja-se a atitude deles nos capítulos anteriores, relativamente a JESUS, de completo impedimento às multidões de O aceitarem. Tudo o que podiam faziam para impedir que as pessoas cressem no Senhor JESUS, tendo desfigurado completamente todos os  ensinos do Antigo Testamento a Seu respeito. 

"Ai de vós... pois que devorais as casas das viúvas..." O verbo usado pelo Senhor aqui no sentido de destruir as casas das viúvas é forte. Significa comer inteiramente, devorar. Isso significa que eles exploravam as viúvas de todas as maneiras imagináveis, deixando-as ainda mais pobres do que já eram. Não está bem claro, para nós, mas parece, ao que tudo indica, pela maneira de o Senhor colocar a questão, que eles cobravam por serviços religiosos que prestavam. Se se tratava disto estava aí caracterizado o pecado da simonia qual seja o de vender serviços espirituais. O próprio Senhor JESUS ensinava aos Seus discípulos que deveriam dar de graça aquilo que haviam recebido de graça e em matéria de religião, de comunhão com Deus, nada nos custa, nada que possamos e devamos pagar. Tudo que devia ser pago já foi pago por Cristo na cruz.

Como entender que ainda hoje líderes religiosos se deem ao luxo de cobrar por serviços religiosos prestados! É evidente que a condenação de Deus há de cair sobre tais pessoas.

Eles faziam tudo isso sob pretexto de prolongadas orações ou cerimônias religiosas. E não é o mesmo que se observa ainda hoje? Custa crer que pessoas haja que se prestem para fazer da religião meio de vida. Mas não são menos culpados e não procedem, de modo diferente aqueles que, pastores, identificam a chamada de Deus para esta ou aquela igreja em face do maior ou menor salário. Precisamos ter muito cuidado com essas coisas. Deus nos abençoe. Amém!


(Paulo N.Coelho/Jornal de Oração)




CADA CRENTE, UM EVANGELISTA!








A VERDADE:
"Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos..." (Sl 126.6)


A VERDADE EXPLICADA:
É bem conhecida a frase "CADA CRENTE, UM EVANGELISTA". Mas é muito difícil entendermos o verdadeiro sentido que ela expressa quando falamos do prático, do dia a dia, das almas a serem salvas através de cada crente em JESUS. Leo Jans, em "COMO GANHAR ALMAS" surpreendeu a todos quando afirmou que 95% dos crentes de nossas igrejas não evangelizam, isto no que diz respeito a um testemunho verbal da mensagem das Boas Novas.

Se analisarmos logicamente, incluindo nos 5% restantes, pastores, evangelistas e missionários, a conclusão a que chegaremos é desalentadora. Por que tanto desânimo? Por que tão poucos trabalhando? O que está faltando para motivar o povo de Deus? Poderíamos alegar que não fomos chamados para isso, ou, em outras palavras, que não temos "jeito" para esse tipo de obra. Algumas pessoas não tem realmente facilidade no falar, todavia o falar de JESUS não envolve um complexo de palavras difíceis e teológicas, mas simplesmente a transferência de vida e de conhecimento, não havendo necessidade de alcançarmos um nível intelectual próprio. Uma criança, com um simples "JESUS ama você", pode fazer, pela obra do Espírito, um adulto ser quebrantado até o arrependimento.

Poderíamos, por outro lado, alegar falta de tempo. Creio que assim a maioria daria esta justificativa. Muitos até mesmo afirmam que seu trabalho já é um ministério. Concordo "se tudo for feito n'Ele, por Ele e para Ele, JESUS!" Mas, quando nosso coração está transbordante desta graça salvadora, o nosso ministério vai bem além do simples trabalho em si, pois Deus nos prepara para momentos próprios. Quando estamos com o nosso espírito voluntário, as oportunidades surgem constantemente e a nós cabe confiar. "Vai pois agora e eu serei com a tua boa e te ensinarei o que hás de falar.." (Ex 4.12).

É bom lembrarmos que nunca poderíamos alegar que a Bíblia apresenta apenas algumas passagens que falam do ir, do anunciar, do pregar, do testemunhar, pois sabemos que até mesmo como sinal da segunda vinda do Senhor JESUS é este o ministério de todo o crente.

De todas as passagens aquela que mais provoca motivação e certeza de vitória no evangelizar, cremos ser esta: "Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém (em sua cidade, em sua casa,em seu emprego) como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra". (At 1.8)


(Marcos S.Calixto/Mar.1984)


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

SIFRÁ E PUÁ

A VERDADE:
"Há algo de sinistro e ao mesmo tempo grandioso nas opções agora abertas às mulheres..."






























A VERDADE EXPLICADA:

Sifrá e Puá tinham licença de matar. Cerca de 1500 a.C., o "Faraó da Opressão" chamou as duas parteiras e deu-lhes poderes absolutos: "Quando ajudardes no parto das hebreias... se for filho, matai-o..." (Ex 1.16)

Antes da forca, da guilhotina, da cadeira elétrica, das injeções letais e das rajadas de metralhadora, as duas mulheres tinham já autoridade de matar em nome da lei. Neste caso tratava-se de algo mais que privilégio de pôr termo à vida de outrem. A consciência vacilante poderia argumentar que matar tornara-se, então, um dever legitimado pela autoridade máxima do país. Se cumprissem à risca a sua missão, Sifrá e Puá poderiam até ser condecoradas. Pessoas tem recebido medalhas por orelhas, cabeças -- e sabe-se lá que outras partes anatômicas! -- cortadas às "forças inimigas". Em tempos de crise espiritual verifica-se sempre uma erosão dramática de valores que barateia a vida humana. Usam-se a propósito termos pomposos como "honra", "segurança", "legítima defesa", "interesse nacional", etc., para justificar a supressão de vidas, mesmo que na leva sofram crianças indefesas.

Como no Egito dos dias de Sifrá e Puá, a matança de meninos nem sempre é gerada pela guerra. Antes, por conveniências sociais ou insegurança quanto ao futuro, opinam entendidos. Nos nossos dias tais argumentos transbordam dos círculos governamentais à intimidade do lar. Mais e mais países sancionam o aborto como opção válida ao controle da natalidade, enquanto os lares vão-se habituando à rotina de eliminar "tecido fetal". Já se pode praticar a matança de crianças: é lei decretada por faraós do século vinte e um.

Munidas da sua licença de matar, Sifrá e Puá saíram à rua. Há algo de sinistro e ao mesmo tempo grandioso nas opções agora abertas às mulheres. Poderiam organizar-se numa gestapo privada e aterrorizar os bairros judeus, séculos antes do nazismo. Por outro lado, poderiam elevar-se acima do padrão oficial e decidir obedecer a ordens emanadas de Trono mais alto que o do faraó.

Este momento não é exclusivo às duas parteiras nem ao seu tempo. Ocorre sempre que temos de fazer escolhas em que a lei da consciência alertada pelo Espírito Santo entra em choque com a lei dos costumes e de poderes humanos. Há riscos gravíssimos em ambas as opções. Se escutarmos a Deus, poderemos expor o pescoço aos dedos estranguladores das forças resistidas; se nos submetermos a leis imorais caímos sob a ira divina. Posta nestes termos, a escolha parecerá óbvia, mas é sempre difícil, agravada por disparidades na aplicação de sanções: os homens intimidam pela presença física imediata, mas Deus é invisível e por vezes parece desligado ou esquecido da vida eterna. Além disso, os homens quase sempre optam pelo julgamento sumário enquanto Deus deixa correr mais tempo antes do Seu dia de juízo.

O nervosismo humano quanto ao crescimento populacional brota da incerteza. Pergunta-se hoje se teremos pão para sustentar, recursos para educar, trabalho para ocupar e espaço para abrigar uma população "explosiva". Estes cuidados são válidos e merecem ponderação e planejamento adequado, a nível do lar e nacional. Mas parece que vamos atuando mais sobre consequências do que sobre as causas que as originaram.

A pergunta que Sifrá e Puá tiveram de responder foi, sem dúvida, deste teor: "Valerá a pena salvar a pele, se o custo dessa proeza exigir o estrangulamento da consciência?" A Bíblia imortalizou a decisão heroica destas mulheres: "As parteiras, porém temeram a Deus, e não fizeram como o rei do Egito lhes dissera, antes conservaram os meninos com vida..." (Ex 1.17)

O faraó que deu a ordem genocida acha-se sepultado, como seus predecessores, sob milhares de toneladas de pedra arquitetada em pirâmide. Um desses túmulos media 146,60 metros de altura por 230,35 metros de comprimento. Maravilham-se os cientistas modernos de como foi então possível o transporte e a disposição de tamanho peso. A despeito, porém das estruturas colossais de Quéops e do Vale dos Reis, em Tebas, fica-nos uma pergunta inquietante: quão mais esmagador teria sido o peso amontoado na consciência de Sifrá e Puá, se tivessem executado a ordem de matar crianças?


(Jorge de Barros/MCruz nº 73/Jul.1986)





quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

POR QUE BATIZAR EM NOME DO SENHOR JESUS?

A VERDADE EXPLICADA:


Paulo diz: “...assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus; edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina...”( Ef 2.19,20).

Se somos então edificados neste fundamento, não deverá ser o nosso Evangelho o mesmo Evangelho que eles pregaram? Não ensinamos como os apóstolos ensinaram? Não faremos como eles fizeram concernentes à inteira doutrina da salvação? Certamente, pois Paulo disse em Gálatas (1.8): “...mas ainda que nós, ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos tenho pregado, seja anátema...”

Os apóstolos batizaram somente em nome do Senhor JESUS. Examinaremos os relatos dos serviços batismais registrados na Palavra de Deus:

O Espírito Santo descendo sobre os cento e vinte no Cenáculo. A multidão se aproximou bruscamente e foi convencida do fato de que este grupo de pessoas tinha recebido algo real de Deus, algo que eles também necessitavam. A resposta de Pedro aos corações sinceros e famintos quando perguntaram: "Que faremos...?" Foi a seguinte: "...arrependei -vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para a remissão dos pecados e recebereis o dom do Espírito Santo...; ...então os que aceitaram a Palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas... ". (At 1.15; 2.1-8,38,41). Há quem diz que a razão pela qual Pedro lhes ordenou que fossem batizados no Nome de JESUS, é porque eram judeus e o batismo serviria para que confessassem a JESUS Cristo. Vejamos, porém, a casa de Cornélio e os membros de sua família, e aqui novamente encontramos a Pedro ordenando que se batizassem no Nome do Senhor. (At 10.47, 48).




Se Pedro tivesse errado no dia de Pentecoste, certamente haveria tido bastante tempo para se corrigir antes que fosse à casa de Cornélio. Estaria Pedro errado no dia de Pentecoste? Quando eles ficaram comovidos, "...eles disseram a Pedro e ao resto dos apóstolos..." (At 2.37). Isto inclui a Mateus, que escreveu o Evangelho de Mateus (Mt 28.19). Também em Atos (2.14) vemos Pedro levantando-se com os onze. Mateus estava lá, porém, não encontramos palavras de correção da parte dele. Por que? JESUS disse em João (17.6):

“...manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus e tu mos deste...”

"Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus é a principal pedra de esquina". (Ef 2.20). Em lugar nenhum encontramos que eles batizaram repetindo as palavras "...em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo..."

Pelo contrário, eles apenas batizaram em nome do Senhor JESUS Cristo; eles cumpriram a ordem do Senhor em Mateus 28.19. Pois ali JESUS não indicou aos apóstolos que usassem estas palavras como uma fórmula. Ele ordenou o batismo usando o NOME!

Filipe foi a Samaria e pregou-lhes a Cristo. (Este povo não era judeu, mas samaritano). Eles prestaram atenção à mensagem que ele entregou.

"...ouvindo os apóstolos que estavam em Jerusalém, que Samaria recebera a Palavra de Deus, enviaram-lhe Pedro e João; os quais descendo para lá oravam para que recebessem o Espírito Santo; porquanto não havia descido ainda sobre nenhum deles, mas só haviam sido batizados em Nome do Senhor Jesus...” (At 8.15-17).

Cornélio era um homem justo e temia a Deus com toda a sua casa. Ele viu em uma visão um anjo que lhe disse para mandar chamar a Pedro em Jope, o qual lhes diria as palavras pelas quais poderiam ser salvos. Quando ele declarou a grande verdade, que "...por meio do nome de Jesus todo que nele crê recebe remissão de pecados...", o Espírito Santo caiu sobre todos que ouviram a palavra e eles falaram em línguas como fizeram os apóstolos no dia de Pentecoste. Então Pedro respondeu: “...porventura pode alguém recusar água para que não sejam batizados estes que, assim como nós, receberam o Espírito Santo? E ordenou-lhes que fossem batizados em nome do Senhor...” (At 10.47). A seguir observaremos um ato batismal dirigido por Paulo. "...e achando ali alguns discípulos, disse-lhes: Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo.
Perguntou-lhes então: Em que sois batizados então? E eles disseram: No batismo de João. Mas Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo.
E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam em línguas e profetizavam...” (At 19.1-6). Não cremos que Paulo alterou a fórmula ou modo do batismo quando batizou Lídia e sua gente de casa e nem ao carcereiro de Filipos.

Agora, note bem: Paulo não estava junto com os apóstolos quando JESUS deu Suas instruções finais a eles em Mateus 28.19 e Lucas 24.47, contudo encontramos Paulo batizando em Nome do Senhor JESUS Cristo. De quem recebeu esta revelação? Cumpre mencionar que o Evangelho de Paulo não é uma cópia ou imitação de outros apóstolos, mas é uma revelação: “...mas faço-vos saber irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo...” (Gl 1.11,12).

Ele escreveu: “... quanto fizerdes por palavras ou obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus Cristo, dando por Ele graças a Deus Pai...” (Cl 3.17).

Paulo reclamou ter autoridade divina: “...se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor...” (I Co 14.37)

O batismo com água é executado tanto por palavras como por obras. Não podemos deixar de comunicar esta ordem à igreja: “...por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome...” (Ef 3.14,15).

Devemos ler os Atos dos Apóstolos e as epístolas de Paulo para saber o que os apóstolos ensinaram e praticaram após a vinda do Espírito Santo. Você dirá: "Se JESUS quisesse que nos batizássemos em Seu Nome, então, por que Ele não nos disse?"

Ele o disse. Note que Ele falou : "...no Nome..." Qual é o Nome do Pai? JESUS dá a resposta em João 5.43: "Eu vim em nome de meu Pai." E qual é o Nome do Filho? A resposta é dada por um anjo em Mateus 1.21: ". . .e chamará o seu nome Jesus. " E em qual nome o Espírito Santo é revelado? A resposta é encontrada em João l4.26: “...mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas...” É citado nos versículos encontrados em Lucas 24.45-47, que JESUS abriu o entendimento dos discípulos. Foi necessário que o entendimento lhes fosse aberto; e muitos hoje em dia necessitam desta mesma operação para que possam entender as Escrituras.

Em Lucas 24.47 encontramos: “...e em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados em todas as nações, começando por Jerusalém...”

Foi Pedro um daqueles a quem JESUS havia falado e cujo entendimento também havia sido aberto. Após ter escutado estas instruções, poucos dias depois começou a pregar inspirado pelo Espírito Santo, e continuou até que os corações dos ouvintes ficaram comovidos e sentindo-se condenados perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: "...que faremos varões irmãos...?" Pedro não hesitou e firmemente deu a prescrição:

“...arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome do Senhor Jesus para perdão dos pecados e recebereis o dom do Espírito Santo...” (At 2.38). Alguns dizem que aceitarão as palavras de JESUS em Mateus 28.19, porém, não as de Pedro em Atos 2.38. Mas, foi Pedro quem falou no dia de Pentecoste ou foi o Espírito Santo? Pedro disse que era o Espírito Santo mandado dos céus. (I Pe 1.12).

Pedro foi apóstolo e a ele foram dadas as chaves do reino (Mt 16.17,18) e não temos o direito de desacreditá-lo em suas palavras:
“...para que lembreis das palavras que primeiramente foram dadas pelos santos profetas, e do mandamento do Senhor e Salvador, mediante vossos apóstolos...” (II Pe 3.2).

Aqui somos animados a considerar as palavras dos santos profetas e o mandamento dos apóstolos, e o apóstolo Pedro ordenou que o batismo fosse em Nome do Senhor JESUS Cristo.

O senso comum lhe dirá que o livro dos Atos é a Igreja em ação; e se a batizaram, então assim é como se deve batizar. De coração aberto irmão, consulte as Escrituras, seja batizado no Nome do Senhor JESUS Cristo, e Deus lhe encherá com Seu Espírito.

A fórmula correta para o batismo nas águas tem sido restaurada nestes últimos dias.


(Eli G.Maria)