segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

ATITUDES CONDENATÓRIAS
































A VERDADE:
"...ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando...Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso sofrereis mais rigoroso juízo". (Mt 23.13,14)


A VERDADE EXPLICADA:
"Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas..." A interjeição "ai" indica alegria, tristeza, dor, etc... Aqui equivale a dizer: "Como escapareis da condenação?" Como se não bastasse os erros que vinham cometendo em matéria de ensino religioso, ainda mantinham atitudes de completa incredulidade. Assim sendo encontravam-se no funil da condenação e não tinham como escapar da mesma.

Hipócrita quer dizer uma pessoa que, exteriormente, funciona perfeitamente como religiosa mas, interiomente, é completamente alheia ao espírito da verdadeira religião. Não passa de um ator que bem simula ser o personagem que não é, que apenas representa. Mas todos sabemos que uma pessoa, por que se assemelhe ou se esforce no sentido de representar o papel de outra sempre deixa a desejar e sempre deixa um quê para identificação da farsa.

A religião é expressão do coração, logo, quando a pessoa finge, em hipótese alguma consegue agir de tal maneira que não deixe nada em que alguém possa pegar para a desmascarar. O que ocorre, não raro, é que as pessoas não tem coragem ou iniciativa no sentido de por às claras a hipocrisia que percebem nos seus líderes o que não as impede, entretanto, de se colocar em posição apática relativamente à sua maneira de agir e, por que não dizer, em relação à própria religião. Quantos crentes que não levam a sério sua religião exatamente porque não vêem em seus líderes maneira condizente de viver com aquilo o que pregam.

Embora não os acusem frontalmente de tal pecado não se sentem atraídos por uma vida de verdadeira expressão religiosa. E o resultado é aquilo que assistimos abismados: o Evangelho, aparentemente, perdendo o seu poder. Dizemos aparentemente porque na realidade não é ele que perde o poder mas aqueles que o professam. É evidente que JESUS saberá cobrar dos culpados a negligência e a hipocrisia. Seu olhar é penetrante e não usa de meias palavras. "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas".

"Fechais aos homens o reino dos céus..." A palavra reino é riquíssima em significações, todas elas aplicáveis na expressão de JESUS. Ela quer dizer soberania, autoridade real, domínio; reino, sinal de realeza; o poder real de JESUS, o triunfante Messias; aquela perfeita ordem de coisas que por JESUS havia de ser estabelecida, na qual, todos, de todas as nações que n'Ele cressem haveriam de ser unidos numa comunhão, dedicados e unidos a Deus e feitos participantes da vida eterna. Assim se expressa Tayer, gramático grego-inglês.

Seu modo de proceder se constituía em tentativa de fechamento para passarem à soberania de Deus entre os homens. Desfiguravam essa soberania. Faziam o mesmo em relação à autoridade real e ao domínio do Senhor no mundo. Tal era o seu procedimento que impedia às multidões no sentido de ver o sinal de realeza de Cristo entre os homens. Deste modo o poder real de JESUS como triunfante Messias não era visto nem entendido por aqueles a quem Ele viera salvar. Como entender aquela perfeita ordem de coisas que Ele haveria de estabelecer! E, se o feito de tal ação era desastroso para o povo judeu, muito mais o era para as nações que deveriam ser unidas numa comunhão perfeita com este, em dedicação completa a Deus, feitas participantes da vida eterna. Como se pode ver, era mui grave o seu procedimento.

O que os escribas e fariseus faziam nada mais era do que interpor-se ao desenvolvimento do processo da revelação. Seu modo de agir redundava, em última análise, em esforço no sentido de interromper o processo da revelação, tanto haviam deturpado o ensino da Lei e dos profetas. É evidente que não conseguiram fazê-lo pura e simplesmente porque a Deus ninguém consegue barrar em Seus feitos. O processo da revelação existia desde a eternidade e se desenvolvera durante séculos e séculos. O pecado dos líderes religiosas, entretanto, estava caracterizado como esforço nesse sentido. Vale a pena olharmos para esse espelho, líderes religiosos do presente século.

"Nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando..."Fechavam o reino dos céus, indo adiante dos homens. É como se, andando adiante das pessoas, na procura do reino de Deus, fossem fechando-o para estas, a fim de que não o encontrassem. Um verdadeiro assassínio espiritual imposto às pessoas.

O verbo usado pelo Senhor JESUS dá ideia de que até aquelas pessoas que estavam entrando definitivamente para o reino dos céus eram barradas por eles. Aí, é claro, a sua culpa se tornava ainda maior. Veja-se a atitude deles nos capítulos anteriores, relativamente a JESUS, de completo impedimento às multidões de O aceitarem. Tudo o que podiam faziam para impedir que as pessoas cressem no Senhor JESUS, tendo desfigurado completamente todos os  ensinos do Antigo Testamento a Seu respeito. 

"Ai de vós... pois que devorais as casas das viúvas..." O verbo usado pelo Senhor aqui no sentido de destruir as casas das viúvas é forte. Significa comer inteiramente, devorar. Isso significa que eles exploravam as viúvas de todas as maneiras imagináveis, deixando-as ainda mais pobres do que já eram. Não está bem claro, para nós, mas parece, ao que tudo indica, pela maneira de o Senhor colocar a questão, que eles cobravam por serviços religiosos que prestavam. Se se tratava disto estava aí caracterizado o pecado da simonia qual seja o de vender serviços espirituais. O próprio Senhor JESUS ensinava aos Seus discípulos que deveriam dar de graça aquilo que haviam recebido de graça e em matéria de religião, de comunhão com Deus, nada nos custa, nada que possamos e devamos pagar. Tudo que devia ser pago já foi pago por Cristo na cruz.

Como entender que ainda hoje líderes religiosos se deem ao luxo de cobrar por serviços religiosos prestados! É evidente que a condenação de Deus há de cair sobre tais pessoas.

Eles faziam tudo isso sob pretexto de prolongadas orações ou cerimônias religiosas. E não é o mesmo que se observa ainda hoje? Custa crer que pessoas haja que se prestem para fazer da religião meio de vida. Mas não são menos culpados e não procedem, de modo diferente aqueles que, pastores, identificam a chamada de Deus para esta ou aquela igreja em face do maior ou menor salário. Precisamos ter muito cuidado com essas coisas. Deus nos abençoe. Amém!


(Paulo N.Coelho/Jornal de Oração)




Nenhum comentário:

Postar um comentário